Euro 2014: o grande mérito de acreditar até ao fim

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Portugal venceu esta tarde a Suíça por 27-25, em jogo da quarta jornada do grupo 1 da fase de apuramento para o campeonato da Europa – Dinamarca 2014. Uma vitória que representou o triunfo do grande mérito de acreditar até ao fim, ultrapassando uma diferença de quatro golos que, por duas vezes aconteceu já no segundo tempo.

Num pavilhão completamente lotado de um público que viria a mostrar-se importantíssimo no apoio à equipa, Portugal iniciou a partida com Hugo Figueira na baliza; David Tavares e Pedro Solha nas pontas; Gilberto Duarte, Pedro Spínola e Carlos Carneiro ao centro e Tiago Rocha como pivô. Nas situações de defesa, e sempre que o andamento do jogo o permitia, Gilberto Duarte substituía Pedro Spínola.

Os primeiros minutos de um jogo com duas equipas que se conhecem bem e que se tinham defrontado três dias antes foram disputados sob grande equilíbrio e com ambas as formações a denotarem muitos cuidados. Defesas fortes, ataques longos e poucos golos nos primeiros seis minutos (2-2). A primeira vantagem de dois golos premiou Portugal, aconteceu aos 10 minutos (5-3) mas durou pouco mais de três minutos, tempo suficiente para a Suíça empatar, primeiro a seis, depois a sete e, aos 15 minutos, passar mesmo para a frente do marcador (7-8). As alternâncias foram uma constante, os empates sucessivos entre 6-6 e 13-13 espelhavam o equilíbrio, com o guarda-redes suíço, Remo Quadrelli a dar nas vistas. Portugal entrou nos três minutos finais com uma vantagem de um golo (13-12) mas a Suíça adiantou-se aos 28 minutos (13-14). Portugal ainda teve tempo de chegar ao empate, com uma ‘aérea’ concretizada por Pedro Solha, a passe de Wilson Davyes. Figueira ainda teve oportunidade de brilhar ao defender um livre de sete metros tentado por Liniger. Ao intervalo (14-14), percebia-se que o jogo seria decidido por pequenos detalhes.

Em inferioridade numérica, Portugal começou o segundo tempo com Tiago Pereira na posição de central e Carlos Carneiro descaído para a esquerda mas foi a Suíça que em termos de marcador mais cedo apareceu (14-16, aos 33 m.). Tão depressa apareceu como desapareceu (16-16 aos 34 m.) para voltar a aparecer (16-18, aos 37 m.). Hugo Figueira evitou males maiores e Gilberto Duarte voltou a ‘colar’ as equipas. Mais eficazes, os helvéticos ‘obrigaram’ Rolando Freitas a pedir um ‘time-out’ quando a desvantagem lusa era de três golos (17-20) à entrada do minuto 40. Coincidentemente, Dario Andrade, Ricardo Moreira e José Costa (no ataque) entraram na equipa. Do lado contrário, Quadrelli na baliza e o experiente Schmid com o seu poderoso remate tudo faziam para manter a sua equipa na frente.

A primeira linha portuguesa não conseguia ultrapassar a defesa adversária. Um contra-ataque concretizado por Dario Andrade deu cumulativamente o 21-23 e uma exclusão ao ponta direito suíço. O público ‘mostrou-se’, a Suíça sentiu o domínio do segundo tempo ameaçado mas não vacilou, entrando nos oito minutos finais com três golos de vantagem (21-24). Gilberto Duarte foi desqualificado (terceira exclusão) aos 53 minutos (22-24) o que complicou as contas lusas. Spínola aproximou as equipas (23-24), Figueira voltou a brilhar e Ricardo Moreira lesionou-se sendo substituído por David Tavares.

O empate aconteceu pouco depois, à entrada dos cinco minutos finais. Wilson voltou a colocar Portugal na frente do marcador o que não acontecia desde a parte final do primeiro tempo (13-12). Solha não falhou um sete metros e a menos de três minutos do fim Portugal vencia por 26-25. A um minuto e 10 segundo do final Solha repete o sete metros e coloca Portugal com a definitiva vantagem de dois golos (27-25) com que terminou a partida.

A festa que se seguiu envolveu jogadores equipa técnica, todo o ‘staff’ luso e o público que se mostrou peça importantíssima na conquista dos dois pontos que mantém Portugal no segundo lugar do grupo 1 da fase de apuramento para o Europeu Dinamarca 2014.

ROLANDO FREITAS
«Os jogadores foram inexcedíveis na forma como se entregaram»

Rolando Freitas compareceu na sala de imprensa com um semblante tranquilo. O selecionador nacional reconheceu que «foi um jogo muito difícil» e que, «apesar de na primeira parte estarmos a criar em termos ofensivos várias ocasiões de golo, não as concretizámos. O nosso índice de eficácia ficou um pouco abaixo daquilo que costumamos apresentar. O guarda-redes suíço fez uma excelente primeira parte e a verdade é que sofremos mais um golo do que, no mesmo período de tempo, tínhamos sofrido na Suíça onde defendemos um pouco melhor», referiu Rolando Freitas.

«Alguns jogadores adversários também estiveram hoje a um nível mais elevado e criaram-nos muitos problemas. Não estávamos a conseguir marcar a diferença no marcador. Na segunda parte, voltamos a pecar um pouco na finalização, especialmente na parte inicial, o que permitiu que os suíços concretizassem. Mas esta equipa de Portugal portou-se como uma verdadeira seleção nacional. Os jogadores foram inexcedíveis na forma como se entregaram ao jogo e como acreditaram. Só isso nos trouxe a vitória», assegurou o técnico luso que não esconde que a intenção da equipa era resolver o jogo mais cedo e não sofrer tanto até final. «Como treinadores, queremos sempre resolver o jogo o mais cedo possível mas, como disse antes desta partida no período de preparação destes dois jogos, já não há adversários fáceis a este nível. A Suíça tem feito muito bom trabalho, tem evoluído muito e está muito próxima das grandes seleções nacionais europeias como se viu nos jogos de preparação que realizou. Estavam em confronto duas grandes equipas e resolvemos o jogo na final Como disse o técnico suíço Perkovac, na Suíça estivemos muito tempo na frente e não conseguimos aguentar essa vantagem até final. Hoje conseguimos dar essa volta, foi fantástico e o apoio do público foi imprescindível».

Quando interrogado se esta vitória, aliada à derrota da Macedóna em Espanha, poderia constituir uma motivação suplementar, Rolando Freitas foi claro. «Esta equipa não precisa de motivação extra. E tem dentro de si uma vontade enorme de se qualificar. E tem trabalhado, nos seus clubes, nos estágios e nas concentrações, tem dado tudo para concretizar esse objectivo. Se no final festejamos é porque conseguimos vencer, temos cinco pontos e até Junho estamos em segundo. Nessa altura temos mais dois jogos e cá estaremos para os disputar».

PEDRO SPÍNOLA
«Primeiro a Espanha, depois a Macedónia»

Pedro Spínola foi o jogador chamado à sala de imprensa no final da partida. «Até Junho somos os segundos classificados. Vimos hoje a Suíça fazer um bom jogo, como já tinha acontecido na quinta-feira passada», recordou o lateral português. «A Suíça tem uma boa equipa para fazer um bom jogo frente à Macedónia mas nós queremos concentrar-nos em nós próprios. Temos equipa e vontade para fazer um bom resultado frente à Espanha e só depois vamos pensar no jogo na Macedónia».

Calendário de jogos – Grupo 1 – Qualificação para o Campeonato da Europa Dinamarca 2014 :

1ª jornada
31.10.2012, 20h00 – Fyr Macedónia : Suíça, 30-24 (17-9)
01.11.2012, 12h30 – Espanha : Portugal 34-20 (16-9)

2ª jornada
04.11.2012, 16h00 – Suíça : Espanha, 22-33
04.11.2012, 17h00 – Portugal : Fyr Macedónia, 32-25 (18-13)

3ª jornada
03.04.13, 17h45 – Fyr Macedónia : Espanha, 17-24 (7-13)
04.04.13, 19h30 – Suíça : Portugal, 26-26 (13-15)

4ª jornada
07.04.13, 12h30 – Espanha : Fyr Macedónia, 29-17 (12-8)
07.04.13, 17h00 – Portugal : Suíça, 27-25 (14-14)

5ª jornada
12.06.13, 21h30 – Portugal : Espanha
12.-13.06.13 – Suíça : Fyr Macedónia

6ª jornada
15.-16.06.13 – Espanha : Suíça
16.06.13, 20h30 – Fyr Macedónia : Portugal

CLASSIFICAÇÃO

1.º Espanha, 8 pontos
2.º Portugal, 5 pontos
3.º Macedónia, 2 pontos
4.º Suíça, 1 ponto.

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