Campeonato do Mundo 2019: Ricardo Fonseca, Duarte Santos e António Goulão em entrevista

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O Campeonato do Mundo Seniores Masculinos 2019 realizou-se na Dinamarca e na Alemanha, de 10 a 27 de Janeiro e teve uma notável representação portuguesa, através dos árbitros Ricardo Fonseca e Duarte Santos e do delegado António Goulão.

Os três representantes da arbitragem nacional estiveram, ainda, em destaque nos jogos mais importantes do Mundial: Ricardo Fonseca e Duarte Santos foram a dupla de árbitros escolhida pela IHF para o jogo de atribuição da Medalha de Bronze e o delegado António Goulão foi um dos oficiais nomeados para a Final.

Ricardo Fonseca começa por dizer: “Antes de mais, gostaria de enaltecer e parabenizar o facto da FAP, através dos seus canais de comunicação, estarem permanentemente a divulgar os acontecimentos quase diários deste campeonato, de uma forma competente e atrativa para a modalidade, bem como as demais notícias relativamente ao nosso percurso como árbitros e o do António Goulão como delegado.”

A dupla de árbitros da Madeira recebeu a confirmação da presença no Mundial 2019 em Outubro de 2018. “A preparação começou muito antes da confirmação da nossa presença no Mundial, onde apenas demos continuidade ao trabalho que já vínhamos desenvolvendo para atingir este patamar”, conta Duarte Santos.

“Destacamos o facto do Conselho de Arbitragem pela primeira vez colocar à nossa disposição, através de uma parceria com um ginásio, um preparador físico durante 3 meses, para que tivéssemos o melhor plano de treino possível adaptado às nossas funções como árbitro, algo que até então sempre fora suportado por nós”, revelou Ricardo Fonseca. “Julgo ser esta a única diferença, pois a nossa preparação é feita diariamente para todas as competições quer sejam nacionais ou internacionais, semanalmente visualizando jogos, especialmente os nossos, para detetarmos porque tomamos boas ou menos boas decisões, tentando ao máximo diminuir o erro, ajudando assim também que a modalidade seja um produto atrativo, competitivo e que acima de tudo que sejam passados os princípios da equidade, respeito e transparência”, afirma.

Ricardo Fonseca e Duarte Santos foram uma das duplas com mais nomeações neste Campeonato do Mundo. “Só o facto de uma dupla portuguesa ser selecionada, entre mais de 70 a nível mundial, para figurar entre as 16 nomeadas para o campeonato, já é um excelente resultado para a arbitragem portuguesa”, destaca Ricardo Fonseca. E acrescenta: “No entanto, conseguir um lugar nas primeiras 7, porque após a fase de grupos 9 duplas regressam a casa, ser a dupla que dirigiu o maior número de partidas num total de 8, incluindo o jogo de abertura da anfitriã Dinamarca e a atribuição do 3/4 lugar, melhor só mesmo ter sido nomeados para o jogo da final, talvez numa próxima oportunidade!”

Também Duarte Santos faz um balanço muito positivo: “Foi uma excelente participação da nossa parte, com atuações assertivas e seguras jogo a jogo, agarrando as oportunidades e a confiança depositada em nós”.

O Mundial disputou-se em dois países diferentes, Dinamarca e Alemanha, o que obrigou a muitas deslocações, mas a dupla portuguesa considerou que foi uma organização exemplar: “Não podia ter sido melhor, uma organização partida entre os dois expoentes máximos na representação da modalidade, a Alemanha é o berço do andebol e a Dinamarca onde a modalidade é a preferida pela população”, considera Ricardo Fonseca. “O menos positivo a destacar são as constantes viagens que todos os agentes necessitam de fazer, durante as 3 semanas, no nosso caso começamos em Copenhaga, passamos por Hamburgo e terminamos em Herning”, recorda.

Duarte Santos partilha da mesma opinião: “O lado bom foi o de poder visitar mais cidades, conhecendo suas histórias e lugares; o lado “mau” foram os muitos quilómetros percorridos nestes dias de competição”, reforça.

O caminho da dupla portuguesa terminou em Herning, no jogo de atribuição da Medalha de Bronze, entre França e Alemanha. “Foi o reconhecimento do excelente trabalho que desenvolvemos neste Campeonato do Mundo, e a confiança que têm na nossa dupla. Este trabalho não é só nosso, é de todas as pessoas que nos ajudaram a chegar a este patamar, desde colegas árbitros até à FAP e CA, incluindo como é óbvio a nossa base que é a nossa Família”, referiu Duarte Santos, que aproveitou a oportunidade para deixar “Uma palavra de especial agradecimento ao meu companheiro Ricardo Fonseca, porque só em equipa conseguíamos chegar a este nível”.

“As nossas avaliações são efectuadas jogo a jogo, o facto de estarmos nomeados para um jogo que decide um lugar no pódio do campeonato do mundo tem a mesma importância que se dirigíssemos o 23º/24º classificado, que passa por tomar as melhor decisões e com o mínimo número de erros possíveis, seguindo as regras de jogo e orientações recebidas quer a nível nacional quer a nível internacional”, explica Ricardo Fonseca. E acrescenta: “Apesar de sermos amadores e trabalhamos como profissionais, a dedicação e o trabalho ao longo de 22 anos compensou. Saímos deste campeonato com o enorme sentimento de satisfação por ter feito tudo ao nosso alcance e aproveitando as oportunidades que nos foram dadas”, reconhece o árbitro. “Para terminar agradecer e louvar publicamente a direção da federação e ao conselho de arbitragem pelo excelente trabalho que tem sido desenvolvido na modalidade.”

ANTÓNIO GOULÃO FOI DELEGADO NA FINAL DO MUNDIAL

António Goulão foi um dos delegados nomeados pela IHF para o Campeonato do Mundo Seniores Masculinos 2019. O delegado português foi um dos oficiais designados para a Final do Mundial: “Foi mais um marco na minha carreira pessoal e ao mesmo tempo o nome de Portugal como referência”, começou por afirmar o próprio.

O delegado português revelou o dia a dia na mais importante competição mundial: “O dia a dia era, de manhã – das 8h30 até às 11h00 – analisar os jogos do dia anterior, a prestação dos árbitros e delegados e, após o almoço, partida para o Pavilhão com chegada por volta das 23h00 ao hotel. O lado mais positivo foi o constatar as várias formas de trabalhar com pessoas de diferentes países e saber ultrapassar as mesmas, nos locais onde estive inserido, Munique, Colónia, Hamburgo e Herning.”

António Goulão considerou que “a minha presença neste Mundial foi excelente, com inicio nos testes escritos, nas orientações recebidas e postas em prática no decorrer dos jogos para os quais fui nomeado. Só o fato de ter sido nomeado para um dos eventos mais importantes da nossa modalidade já por si é importante, pois cada vez mais se torna difícil estas participações pelo grande número de Delegados existentes a nível mundial e dos vários Continentes só poderem estar presentes 16 desde o inicio e sendo eliminados com o decorrer da prova”, esclarece Goulão. “Significa também o reconhecimento das pessoas e das instâncias que detêm a responsabilidade da modalidade e neste caso da IHF na minha pessoa.”.

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