Pedro Portela: “Espero que daqui a uns tempos possamos todos abraçarmo-nos outra vez” – Covid-19

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O atleta do Tremblay conta como está a viver esta situação em França, onde vive há cerca de dois anos, numa altura em que cumpre um período de quarentena.

Pedro Portela deixou Portugal há quase dois anos para rumar a França, onde atualmente defende as cores do Tremblay. Certamente, nunca imaginou passar por uma situação destas e, em entrevista, revelou como estão a ser estes dias longe do nosso país. “Está a ser uma nova vida, uma experiência nova. Ninguém estava à espera disto e sinto alguma preocupação por estar longe do meu país e da minha família mas estou confiante que isto vai passar, se cumprirmos com o que nos é pedido que é ficar em casa, protegermos mais os grupos de risco e sair de casa apenas para comprar o essencial. Há que ter confiança que isto vai passar.” – afirmou.

O ponta-direita contou como têm sido as rotinas neste momento em que a competição sofreu uma paragem forçada devido à pandemia do coronavírus. “Na sexta-feira passada íamos treinar para o pavilhão mas nem chegamos a fazê-lo porque tivemos uma reunião onde nos disseram que tínhamos que ir para casa e permanecer até novas ordens. O clube decidiu que não podíamos afastar-nos daqui e temos que cumprir com o que nos foi pedido. Recebemos planos de treino para fazer em casa e agora é treinar sozinho ou com alguém, como é o meu caso. As minhas rotinas têm sido ir treinar de manhã na garagem de um colega de equipa, com alguns aparelhos que trouxemos do pavilhão lá para casa, ao ar livre mas num espaço fechado sem mais ninguém. Depois venho para casa e fico em casa, tem sido assim a minha vida. Só saio mesmo para treinar e para comprar bens essenciais.” – acrescentou.

Apesar de estar a estranhar esta mudança no estilo de vida, Pedro Portela reforça a importância de ter confiança numa altura destas. “Têm sido dias difíceis porque isto não é algo habitual. Principalmente pelo facto de não estarmos livres e sentirmos que estamos a ser obrigados a fazer algo o que, por norma, já não é bom. É uma nova vida mas sabemos que é para o nosso bem e que tudo isto vai valer a pena quando esta pandemia acabar. Temos que ter confiança.” – afirmou.

O atleta de 30 anos confessou que senté alguma preocupação pelo regresso da competição a revelou ainda a opinião acerca dos efeitos desta paragem a nível competitivo. “A nível físico esta paragem vai afetar todos os jogadores. Uma coisa é treinarmos com a equipa, treinos técnicos e táticos, outra coisa é treinarmos sozinhos, ao nosso ritmo, não é a mesma coisa. O campeonato neste momento está parado. Não há treinos, não há nada e não sabemos quando vai recomeçar. Acho que antes do recomeço terá que haver um tempo de preparação para as equipas e para os jogadores. Por muito que se treine todos os dias sozinho nunca se está pronto para a competição no imediato. Será preciso uma segunda pré-época porque é como se começasse tudo de novo. Nesta altura, há reuniões a decorrer para saber como é que vai ser o futuro do campeonato e vamos esperar.” – revelou.

O regresso a Portugal, num momento instável como este, está fora dos planos do jogador da Seleção Nacional. “Tenho estado em contacto com a minha família e, neste momento, não vou voltar a Portugal. Poderia contrair o vírus na viagem e colocar em risco os meus familiares e, por isso, é preferível ficar aqui até que isto passe e depois sim poder estar com eles.” – afirmou.

Pedro Portela disse ainda que sentiu que a população em França não valorizou a importância e a gravidade desta pandemia quando devia e revelou ainda as restrições a que os cidadãos estão sujeitos. “Aqui em França, penso que os media têm transmitido bem as informações acerca desta situação. A sensação que eu tenho é que, até à manhã desta segunda-feira – porque foram implementadas novas medidas nesse dia – as pessoas não estavam a cumprir com as medidas nem a respeitar o que lhes era pedido que era ficar em casa. Senti que as pessoas não estavam preocupadas com esta situação. A partir de segunda-feira, com as novas medidas implementadas pelo Governo, acho que as pessoas ficaram mais conscientes do que está a acontecer e também pelas mortes que este vírus tem causado e pelas situações em Itália ou na China, por exemplo. As pessoas começaram a preocupar-se mais com os outros e com os seus e começaram a ficar em casa. Neste momento, aqui em França, para sairmos de casa temos que preencher um papel a explicar o motivo. Seja para ir à farmácia, ao supermercado, correr na rua, etc. Há muitas restrições. Por exemplo, para ir correr na rua é proibido ir acompanhado.” – reiterou.

Com esperança, Pedro Portela aguarda pelo fim desta pandemia. “Enfim, espero que isto passe rápido e que, daqui a uns tempos, possamos todos abraçarmo-nos todos outra vez.” – finalizou.

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