Chegou aso fim a 22.ª edição do Congresso de Treinadores de Andebol, um prestigiado simpósio que, em 2025, assumiu uma nova identidade e posicionamento, mantendo os mesmos valores formativos e sociais, com foco no enaltecimento, qualificação e partilha de conhecimento entre treinadores. Face ao ano passado, registou-se um aumento do número de participantes, contabilizando-se mais de 360 inscritos. Foram abordadas nove temáticas relacionadas com o tema central “A Especialização do Treino”, onde foi possível perceber diferentes contextos, desde as Seleções Nacionais, aos campeonatos estrangeiros, quer no Andebol masculino, quer no feminino.
Pedro Sequeira, Diretor do Departamento de Formação e Certificação da Federação de Andebol de Portugal, não tem dúvidas de que a valorização do treinador português é um dos segredos do sucesso do evento: “O balanço é muito positivo. Para já, voltámos aos números antigos. Depois do COVID, alguns treinadores perceberam que o online é uma excelente ferramenta, do ponto de vista financeiro e da distância. Mas, na verdade, o Congresso ao ter muito espaço de diálogo, de ter almoço incluído e momentos de coffee break, faz com que as pessoas fiquem um dia e meio sempre aqui na Universidade o que potencia a troca de partilhas. Para mim, hoje acaba por ser o mais importante. Depois, penso que estamos a conseguir fazer uma coisa que queríamos desde o primeiro dia, desde há 22 anos, que é valorizar cada vez mais os treinadores portugueses. Cada vez temos mais treinadores com mais qualidade, não quer dizer que no passado não tivéssemos, mas era mais difícil o reconhecimento entre os pares. E hoje vê-se, mesmo as questões começam, invariavelmente, com elogios ao colega que está a falar. Mudámos aqui completamente a forma de ser e de estar de todos nós e isso deixa-me mesmo muito satisfeito.”
O professor e dirigente de 54 anos salientou alguns pontos a considerar na edição de 2026 do conceituado evento formativo, que foram exploradas este fim de semana: “Há logo uma coisa que eu respondo de caras: à medida que o Congresso foi decorrendo, foram surgindo novas temáticas das conversas que fomos tendo. Já no passado tínhamos sentido que as questões relacionadas com o trabalho de força, velocidade, resistência, o trabalho específico da condição física no Andebol, era importante. E percebemos aqui, por algumas conversas de alguns preletores, que é nas suas intervenções, quer nas conversas paralelas, a importância que isso tem para os treinadores portugueses no trabalho no dia-a-dia nos escalões de formação e no alto rendimento. Depois há a questão da filosofia e do modelo do jogo, que até poderá ser o tema da próximo edição, porque toda a gente o abordou das mais diversas formas. Em suma, nasceram aqui algumas temáticas, temos agora alguns meses para refletir, mas este é claramente um modelo para continuarmos.”
Durante o primeiro dia, o Professor Domingos Oliveira e Silva, Presidente do Conselho de Administração da Maiêutica, e Pedro Sequeira, em representação da Federação de Andebol de Portugal, assinaram um protocolo de reforço da cooperação entre as duas entidades, que prevê a realização do prestigiado evento formativo nas instalações da Universidade da Maia até 2027.
Os Selecionadores Nacionais, José António Silva e Paulo Pereira, aprofundaram os temas “Rentabilizar o tempo de treino” e “A especialização do treino: ajustar metodologias e objetivos à exigência da competição – o exemplo da Seleção Nacional A Feminina”, respetivamente, na manhã do dia inaugural, que contou ainda com a preleção do treinador espanhol Dani Gordo, sobre “Preparar para decidir: As intenções táticas como ponto de partida da planificação do jogo de Andebol.” Da parte da tarde, Ricardo Costa, treinador do Sporting CP, abordou o tema “Da Formação ao Alto Rendimento: Exigências e Transições para competir na Europa”, numa preleção que teve moderação de Pedro Sequeira. O Dia 1 encerrou com a apresentação da dupla Paulo Fidalgo e Jorge Sousa sobre o “O trabalho do Analista e a relação como Treinador”, antes de nova reflexão de Dani Gordo sobre a “Transição defensiva inteligente: O equilíbrio defensivo no Andebol de alto nível”.
No domingo, dia 22 de junho, o treinador Luís Cruz abordou “O Modelo de Jogo: Estrutura, Implementação e Desafios”, antes do especialista Eduardo Abade apresentar o seu ponto de vista sobre a “Dimensão Física no Andebol: da Formação à Elite!”. A sessão de encerramento conotou com Ismael Martínez González e Ana Seabra sobre os “Desafios no caminho para o Alto Rendimento”, com moderação de Luís Santos.
Sucesso é também a palavra certa para classificar o almoço de networking que decorreu no dia 21 de junho, que constituiu um momento informal de convivência entre treinadores, preletoras e agentes desportivos, reforçando a partilha de experiências e a construção de redes de contacto.
O 22º Congresso de Treinadores de Andebol foi uma organização da Federação de Andebol de Portugal, com o apoio da Federação Europeia de Andebol (EHF), do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), da Universidade da Maia e do Instituto Politécnico da Maia, e com o apoio do Município local.
