Contra factos não houve argumentos. Ou pelo menos face à incapacidade ofensiva contra a defesa 6×0 e as muitas falhas técnicas cometidas. Assim, Portugal averbou a segunda derrota (18-31) na fase de qualificação para o Mundial de 2011. Dessa forma está fora da corrida e resta-lhe tentar bater a Finlândia amanhã, às 17 horas. A Turquia confirmou a sua superioridade e discute a passagem ao “play-off” amanhã com a Bielorrússia.
Se Portugal estava obrigado a ganhar, tal facto parece ter pesado no pensamento da equipa nacional. Um mau começo frente à Turquia, onde uma vez mais, as falhas técnicas foram uma constante (quatro ataques falhados), levou a que o marcador chegasse aos 0-4 em menos de cinco minutos. Mesmo actuando com mais uma jogadora, o ataque português continuava a mostrar muitas dificuldades e como tal, as turcas estiveram sempre na frente até aos 15 minutos: 4-7. Mas a formação portuguesa, acertou melhor a sua defesa 6×0 e beneficiando de algumas exclusões da turma adversária empatou a 7 golos aos 21 minutos. No entanto, os erros voltaram a surgir e cada falha custa um golo. Assim, a Turquia vencia ao intervalo por 9-13.
Mau recomeço: 12 minutos sem marcar
Se a diferença ao intervalo já era significativa para quem tinha de vencer, à semelhança do dia anterior, as pupilas de Duarte Freitas reentraram muito mal e estiveram largos minutos sem marcar (12) e o sete contrário disparou no marcador: 9-21. Foi o deitar por terra de todas as ilusões, enquanto a turma turca foi gerindo o jogo, aumentando mesmo a vantagem (18-31), ficando a pensar na jornada decisiva para si, amanhã com a Bielorrússia.
Ficha de jogo
LOCAL: PAVILHÃO DO CS MARÍTIMO
ÁRBITROS: J. Brehmer e A. Skowonek (Polónia)
PORTUGAL (18) – Daniela Pereira e Tânia Silva; Rita Alves (3), Ana Sousa (4), Cláudia Aguiar (3), Ana Andrade (1), Bebiana Sabino (3) Cláudia Correia (1), Maria Pereira (2), Vera Lopes , Liliana Ferreira, Daniela Silva, Andreia Andrade e Inês Catarino (1)
Treinador: Duarte Freitas
TURQUIA (31) – Imamoglu Sevilay e Capar Serpil; Bora Gulsum, Calis Seyhan (4), Nahcivanli Gonca (1), Gundar Esra, Ozel Yeliz (13), Ozturk Esra (2), Yilmaz Yeliz (6), Pirincci Burcu , Sahin Yasemin (3), Yaman Cagla, Yilmaz Betul e Iskenderoglu Serpil (2)
Treinador: Vargun Hikmet
Ao intervalo: 9-13.
DUARTE FREITAS RECONHECE QUE A TURQUIA FOI SUPERIOR
“Não conseguimos reagir”
O seleccionador nacional Duarte Freitas era naturalmente um técnico abatido, após a segunda derrota na prova, mostrando desalento. “Sabíamos que a Turquia tinha um jogo competitivo e muito forte, são rápidas, e queríamos contrariar esses aspectos, embora sabendo que não era fácil. Conseguimos em parte durante a primeira parte. Mas no segundo tempo, decaímos em termos de capacidade de choque e a diferença foi aumentando. Acabámos por baixar os braços e não conseguimos acreditar e reagir. Foi claro a supremacia da Turquia, foram superiores”, começou por analisar a partida.
Quando confrontado se este afastamento colocava em causa o trabalho feito, o líder da equipa das quinas respondeu: “Nós trabalhamos a três anos. Esta Turquia não apareceu agora pois já vem de algum tempo. Tem jogadoras mais maduras. Nós estamos aqui com algumas jogadoras que eram juniores no ano passado, até temos uma que era juvenil, necessitando de tempo. Nada disto coloca em causa o nosso trabalho ou é capaz de nos desmotivar. Mas sabemos que por vezes ficamos desmotivados com resultados assim, da mesma forma que uma vitória nos pode tornar mais confiantes”.
TÂNIA SILVA SENTIU-SE IMPOTENTE POR VEZES
“Há jogos em que ser guarda-redes é horrível”
Apesar da diferença no marcador (18-31), a guarda-redes Tânia Silva foi considerada como uma das melhores pela imprensa que esteve no local. No final do jogo, revelou o que lhe ia na alma. “Para qualquer desportista, perder nunca é bom. O ambiente na equipa era óptimo, as pessoas acreditavam que era possível passar esta fase. Mas a derrota de ontem deixou algumas marcas, pois foi pesada. Hoje, quando houve algum desequilíbrio, perdemos o ânimo e a força”, começou por afirmar. E prosseguiu confessando que se sentiu impotente por vezes. “Há jogos em que ser guarda-redes é horrível! E hoje senti-me assim, impotente pois queria ajudar mais a equipa mas não o conseguia. Elas são boas rematadoras, com muita potência de remate e quando têm espaço colocam em qualquer lado a bola”, disse.
Quanto à derradeira jornada, Tânia Silva quer fechar com uma vitória frente à Finlândia: “Claro que de um dia para o outro é natural que se sinta um certo desânimo. Por vezes as coisas não correm bem, mas amanhã queremos terminar com uma vitória”.
Chapa 13 para Yeliz
A Turquia tem sem dúvida uma jogadora muito acima da média. Ozel Yeliz é uma lateral que joga na Roménia, no Olchim – Vilcea, equipa que esteve na final da Liga dos campeões. E no Funchal tem passeado a sua classe. Nas duas partidas em que actuou, quer com a Finlândia, quer contra Portugal, apontou 13 golos. Notável. E claro, também sabe fazer jogar.
Todos os jogos são transmitidos online no sitio da AA Madeira.
Calendário de jogos
Sexta-feira, 03.12.10
17h00 – Turquia : Finlândia, 36-26 (16-12)
19h00 (RTP Madeira) – Bielorússia : Portugal, 28-22 (14-13)
Sábado, 04.12.10
15h00 (RTP2 e RTP Madeira) – Portugal : Turquia, 18-31 (9-13)
17h00 – Finlândia : Bielorússia, 21-23 (11-11)
Domingo, 05.12.10
17h00 (RTP2 e RTP Madeira) – Portugal : Finlândia
19h00 – Bielorússia : Turquia
Classificação Geral – Grupo 3
1º – Turquia (4 pontos)
2º – Bielorússia (4 pontos)
3º – Portugal (0 pontos)
4º – Finlândia (0 pontos)
