Portugal fora do Mundial de Espanha 2013

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Portugal perdeu esta tarde com a Eslovénia por tangencial 26-27, em jogo da segunda mão do ‘play-off’ de apuramento para o Campeonato do Mundo de Espanha 2013 disputado no lotado Multiusos de Guimarães. Depois da derrota por cinco golos (31-26) no jogo da primeira mão, disputado oito dias atrás em Ljubljana, o selecionado luso voltou a ceder, embora que pela margem mínima, numa partida onde os eslovenos nunca estiveram em desvantagem.

O público que encheu as bancadas da excelente infraestrutura vimaranense quase não teve tempo para arrancar com o apoio à equipa de Portugal. É que uma má entrada em jogo permitiu que a Eslovénia chegasse aos três minutos a vencer por 1-4, o que desde logo arrefeceu um pouco o ânimo dos espectadores. Mats Olsson entrou com o ‘sete’ esperado (Hugo Laurentino; Dario Andrade, Ricardo Moreira; Wilson Davyes, Carlos Carneiro João Ferraz e Tiago Rocha) procedendo a duas substituições ‘defesa x ataque’ com as entradas de Álvaro Rodrigues e João Lopes para os lugares de Rocha e Ferraz. O ataque português cedo demonstrou muitas dificuldades frente à fortíssima defesa eslovena, com sucessivas falhas, mesmo em situações de um contra um. Dois golos consecutivos de José Costa aproximaram as duas equipas (3-4) mas o adversário português voltou a carregar e conseguiu a primeira vantagem de cinco golos aos 16 minutos (5-10), isto numa altura em que Mats Osson já tinha feito entrar Fábio Magalhães, Tiago Pereira e Gilberto Duarte. Caíu sobre o Multiusos a sensação de que a tarefa portuguesa era extremamente difícil e a margem de cinco golos manteve-se até ao intervalo (8-13).

REAÇÃO DE PORTUGAL

O segundo tempo começou de forma semelhante, com a Eslovénia a gerir sempre uma vantagem próxima dos cinco golos. A meio da segunda parte Portugal encetou uma recuperação que o levou até aos dois golos de diferença (16-18, aos 42 minutos) e o pavilhão «acordou». Daí até à entrada nos cinco minutos finais não mais a Eslovénia voltou às vantagens confortáveis que tinha conseguido no primeiro tempo. As duas formações entraram nos cinco minutos finais separadas por um golo (24-25), David Tavares e Tiago Rocha ainda conseguiram empates a 25 e 26 mas nos instantes finais a Eslovénia conseguiu o golo que lhe valeu a vitória na partida (26-27). O apuramento para o Mundial, esse já o tinha conseguido bem mais cedo.

EM DIRECTO

Mats Olsson pensa que a entrada menos conseguida de Portugal foi determinante para a pressão que se gerou sobre os jogadores.
«Numa análise rápida, posso dizer que a Eslovénia fez um jogo muito bom», confessou o selecionador nacional. «Jogaram muito bem na defesa na primeira parte e nós necessitávamos de conseguir dois ou três golos de vantagem para ter alguma tranquilidade. Não marcamos golos nos primeiros ataques e eles, com facilidade, impuseram o ritmo obrigando-nos a andar atrás e tivemos de trabalhar por cada golo mais do que eles. Aí apareceu a angústia dos jogadores que quiseram resolver tudo rapidamente. Tivemos problemas no ataque, e não estivemos bem no ‘um para um’»

Depois, no segundo tempo, «entramos com mais artilharia, rematando de fora, mas não conseguimos. Mas jogar com contra a Eslovénia, que vem com cinco golos de vantagem e tem um jogador como Zoaman a central é bastante complicado. Acho que o maior problema foi exatamente esse – termos de andar sempre a correr atrás do prejuízo. A Eslovénia fez um bom jogo mas não estivemos bem na finalização das situações que criámos».

CARLOS CARNEIRO CONFESSA ANSIEDADE DA EQUIPA

O capitão Carlos Carneiro, um homem da casa, analisou assim a partida que Portugal acabara de perder por margem tangencial.

«A nossa equipa entrou ansiosa, esse foi o nosso maior inimigo. Queríamos resolver as coisas de uma forma rápida, apesar de termos sido alertados que o jogo ia resolver-se apenas na parte final, mas para isso tínhamos de estar sempre dento do jogo», analisou o capitão Carlos Carneiro. «A primeira parte não correu como estávamos à espera, falhamos muitos remates aos seis metros, o que nos levou para uma desvantagem grande. No final da segunda parte ainda recuperamos três ou quatro golos mas para que essa recuperação tivesse frutos era preciso que estivéssemos nessa altura mais perto no marcador. Sentimos uma diferença grande entre os dois jogos, já que nos pareceu que aqui em Guimarães estavam muito mais empenhados, provavelmente porque estavam com algum receio. Sabíamos que não eramos favoritos para esta eliminatória, mas sentíamos que também tínhamos as nossas possibilidades».

Gilberto Duarte (5 golos) foi o outro jogador escolhido pela Comunicação Social para abordar a partida que terminara há pouco.

«A nossa má entrada dificultou tudo porque mesmo que não quiséssemos, tínhamos na nossa cabeça o pensamento de que tínhamos de recuperar de uma desvantagem de cinco golos. Isso pesou um pouco no nosso rendimento durante a primeira parte», começou por referir o polivalente jogador português. «Tivemos algumas dificuldades perante a Eslovénia, é certo, mas também estivemos muito perto de dar a volta ao resultado, passando para a frente do marcador. Fizemos o nosso melhor mas defrontámos jogadores de grande nível europeu e mundial. Eles estão habituados a um nível de jogo muito diferente, devido à sua competição, e muitos de nós não temos essa experiência. É claro que isso vai pesar num jogo destes»

PRESIDENTE ESTEVE NO BALNEÁRIO

No final da partida, o presidente da FAP, Ulisses Pereira, esteve no balneário reunido com os jogadores, mas resumiu para o Portal da FAP o essencial da sua mensagem.

«Estive no balneário a dar uma palavra de incentivo, de alento, acreditamos muito nos jogadores que constituem a atual geração da seleção nacional A, acreditamos que temos desafios para vencer e para conquistar, e foi isso que lhes fui dizer», esclareceu Ulisses Pereira.

«Quis também deixar uma palavra de agradecimento à equipa técnica que hoje cessa funções, deixar também um abraço pelo trabalho desenvolvido ao longo de muitos anos. Pensamos que temos aqui condições para olharmos para a qualificação do próximo Europeu com muita positividade. Hoje perdemos por um golo com o sexto classificado, mas o mais importante é sentir que há um espírito de equipa, um espírito de união, os jogadores estão muito sintonizados com os objetivos que todos queremos que é levar Portugal a uma fase final. Estes jogadores merecem ter essa fase final e estou convencido que vamos estar no próximo Europeu, o grupo de qualificação não sendo muito difícil abre essas perspetivas. Foi isso que lhes fui transmitir – muita força para o futuro».

O boletim de jogo pode ser consultado em anexo

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