Portugal venceu esta tarde a Rússia por 29-26, no segundo jogo de preparação que os pupilos de Rolando Freitas realizaram este fim-de-semana, em Lagos, frente a um dos finalistas do Mundial de 2013. Uma vitória sem mácula, construída a partir de uma segunda parte de grade nível da equipa portuguesa que, ao intervalo, perdia por 11-17!
Para o segundo e derradeiro confronto com a Rússia, Portugal começou com um ‘sete’ formado por Hugo Figueira; David Tavares, Pedro Solha, Bruno Moreira, Carlos Carneiro, Gilberto Duarte e Cláudio Pedroso, com João Ferraz e Fábio Magalhães a atuarem nas ações defensivas
Tal como tinha acontecido de véspera, o jogo começou muito equilibrado e apenas aos oito minutos a Rússia conseguiu a primeira vantagem de dois golos (3-5). A perder por quatro (4-8), Rolando Freitas solicita o primeiro ‘time-out’ aos 11 minutos. O ataque russo mostrava-se muito eficaz aos seis metros e foi determinante no ampliar da vantagem que, a meio do primeiro tempo, era de sete golos (4-11). O possante Timur Dibirov (com cinco golos no primeiro tempo) foi sempre um quebra-cabeças para a defesa lusa. Portugal reagiu bem e ainda antes do minuto 19 o técnico russo solicitou ‘time-out’ numa altura em que a sua equipa vencia por 13-9. Ainda na parte final do primeiro tempo, Ricardo Pesqueira, Tiago Pereira e Álvaro Rodrigues entraram nos planos de Rolando Freitas. Os 10 minutos finais mostraram duas defesas a superiorizarem-se aos ataques, o que redundou num magro parcial de 2-2.
Já com Ricardo Moreira e José Costa no ‘sete’, Portugal iniciou o segundo tempo de uma forma agressiva, imprimindo velocidade ao jogo, evitando que a Rússia ampliasse a vantagem. Pedro Solha voltou a dar nas vistas e Figueira mostrava eficácia. Aos 45 minutos a vantagem russa resumia-se a um golo (21-22). Pouco depois, as bancadas vibraram com um golo espetacular de Pedro Solha, que voltou a colar as equipas (23-24), e a festa ainda foi maior quando, da outra ponta, Ricardo Moreira empatou a partida a 25. Faltavam menos de oito minutos para o final. Os cinco minutos finais foram emocionantes. A defesa portuguesa foi valente. O ataque esticou ao máximo, jogando perto do jogo passivo. O público correspondeu aos apelos de Figueira e a dois minutos e meio do final, Portugal dispôs de um sete metros que Tiago Pereira aproveitou para passar Portugal para a frente do marcador, pela primeira vez na partida. Figueira segurou um remate difícil de Gorbok e Tiago Pereira, a minuto e meio do final, ampliou para 28-26. Figueira voltou a brilhar e Portugal entrou no último minuto com posse de bola e dois golos de vantagem. Rolando Freitas solicita ‘time-out’ (59m.17s.) e Wilson Davyes sentencia definitivamente a partida.
Marcha do marcador: 4-6 (10 m.); 9-15 (20 m.); 11-17 (30 m.); 16-21 (40 m.); 22-24 (50 m.) e 29-26 (60 m.)
O boletim de jogo pode ser consultado em anexo
ROLANDO FREITAS
«Defesa foi a chave da vitória»
Quando questionado no final do jogo sobre a maneira como Portugal tinha construído esta histórica vitória, Rolando Freitas não hesitou.
«Pelo querer e pela vontade e acreditar dos jogadores. Não é fácil ‘sairmos’ de um jogo onde chegamos a ter seis e sete golos de atraso e acreditar que é possível. Isto diz bem da vontade e do querer que os jogadores demonstraram e foi fundamental termos melhorado em termos defensivos», começou por referir Rolando Freitas.
«Estávamos a ter algumas dificuldades inicialmente com o «5×1» perdemos um pouco o ‘timing’, os jogadores caíram um pouco animicamente após falharem uma e outra bola no nosso jogo ofensivo e precipitámo-nos um pouco. Com as mudanças do sistema, os jogadores continuaram a trabalhar bastante e acabaram por garantir esta recompensa que para eles é fantástica e muito saborosa», reforçou o selecionador nacional.
«Defendemos melhor na segunda parte. Eu tinha dito aos jogadores que ninguém consegue ganhar a este nível se não defender e a verdade é que eles estiveram muito bem. A mudança do sistema defensivo ajudou. Estivemos mais coesos, permitindo mais o remate exterior e menos o remate de penetração e isso deu-nos alguma vantagem. O guarda-redes também esteve bem e isso ajudou-nos a criar mais situações. E fomos mais calmos na segunda parte já que no primeiro tempo estivemos sempre com muita pressa de chegar ao golo e nem sempre encontramos as melhores soluções, permitindo o contra-ataque aos russos».