Portugal perde na Macedónia e fica fora do Europeu de 2014

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A Macedónia venceu esta noite Portugal por 26-19, em jogo da última jornada do grupo 1 da fase de qualificação para o Europeu de 2014. Um resultado que não espelha o que se passou na maior parte de um jogo que Portugal perdia por um (18-17) a 10 minutos do final. Com esta derrota, a formação portuguesa foi ultrapassada pela Macedónia na classificação, perdeu o segundo lugar e ficou afastada da fase final do Dinamarca 2014 onde também não vão estar seleções como a Alemanha e Eslovénia. Já a Rússia garantiu o apuramento ‘in-extremis’ ao ser a melhor terceira dos diversos grupos.

Portugal entrou com Hugo Figueira na baliza; Ricardo Moreira e Pedro Solha nas pontas; Carlos Carneiro, Pedro Spínola e Wilson Davyes ao meio e Tiago Rocha a pivô. Nas ações defensivas, Gilberto Duarte rendia Pedro Spínola.
Mostrando uma grande maturidade que serviu de escudo para que os jogadores não se deixassem impressionar com o ambiente, Portugal entrou muito bem no jogo, com velocidade e utilizando uma rápida reposição da bola em jogo.

No primeiro quarto-de-hora, a formação da casa nunca conseguiu distanciar-se no marcador, mostrando algumas dificuldades para ultrapassar a defesa lusa.
Pouco depois do minuto 17, e a perder por três (8-5), Rolando Freitas solicita o primeiro ‘time-out’. No regresso ao jogo, Pedro Solha faz dois golos e volta a colar as duas equipas (8-7, aos 20 m.). O público perde algum fulgor, Wilson empata a oito e o croata treinador da Macedónia pede ‘time-out’. Segue-se um parcial de 3-0 para a Macedónia, Carlos Carneiro reduz para 11-9, mas a formação da casa volta a somar outro parcial de 3-0. Bruno Moreira ainda reduziu antes do intervalo (14-10).

DEZ MINUTOS FINAIS DITARAM A DIFERENÇA

Os primeiros minutos do segundo tempo não trouxeram grandes alterações no que respeita à diferença no marcador entre as duas equipas. Golo cá, golo lá, Portugal conseguiu por três vezes reduzir a desvantagem para três golos (15-12,16-13 e 17-14). Aos 40 minutos, Tiago Pereira substituiu Carneiro, e ainda antes do minuto 44 Portugal reduz para 17-15. Já com David Tavares na ponta direita, Tiago Rocha tem uma receção notável, a passe de Bruno Moreira, que poderia voltar a colar as equipas mas a dupla norueguesa anulou a jogada. Não foi Tiago foi João Ferraz que, pouco depois, fez o 18-17. E então, apareceu o guarda-redes macedónio, peça fundamental para o parcial de 5-0 que a sua equipa havia de rubricar em pouco mais de quatro minutos. Portugal entrou nos cinco minutos finais a perder por cinco (23-17) e a tarefa mostrou-se definitivamente complicada. E foi já em clima de festa que se disputaram os minutos finais da partida que terminou com um resultado expressivo mas que não espelha o modo como decorreu o jogo.

ROLANDO FREITAS
«Estivemos dentro do jogo até aos 10 minutos finais»

O resultado final da partida não traduz o que se passou em grande parte do jogo. Essa era uma opinião generalizada na comitiva portuguesa e que Rolando Freitas também subscreve.

«De facto o resultado final não traduz a imagem do encontro. Estivemos sempre dentro do jogo e só na parte final, quando tivemos de correr riscos porque só o empate ou vitória nos interessavam, não fomos felizes na finalização e no contra-ataque acabámos por sofrer golos que dilataram o resultado».
Foram 10 minutos em que houve muito mérito da Macedónia e algum demérito de Portugal que ditaram um parcial de 8-2 nesse lapso de tempo.
«Houve um pouco disso tudo, num jogo de bom nível que está a ser disputado por duas equipas de bom nível. Por um lado, a Macedónia, a jogar em casa e empolgada e apoiada por este público, conseguiu ter a qualidade suficiente para poder marcar mas, ao mesmo tempo, nós conseguimos em muitos momentos aproveitar e causar percas de bola à Macedónia, registando no entanto alguma ansiedade que impediu de concretizarmos essas oportunidades. Foi o que aconteceu quando perdíamos por 18-17 em que tivemos por duas vezes possibilidades de empatar mas acabámos por permitir que fosse a Macedónia a ampliar o resultado».

Sobre o momento que o selecionador nacional considera que Portugal perdeu a qualificação para o Europeu de 2014, um dos objetivos traçados para esta temporada, Rolando Freitas não recua muito. «Foi aqui, neste jogo. O momento chave foi este… Perdemos aqui. Queríamos lutar pelo apuramento para a fase final e sabíamos que, em três resultados possíveis no jogo de hoje, serviam-nos dois. Tínhamos a desvantagem de jogar esta partida decisiva num pavilhão onde a equipa da casa se sente extremamente à vontade e que tínhamos a certeza, desde o início da qualificação, que seria uma tarefa difícil. Essa situação foi um pouco agravada pelo facto de termos perdido um ponto na Suíça já que chegámos aqui sem poder perder. Não houve um ponto-chave onde perdemos esta qualificação, o empate na Suíça não foi bom mas sempre pensámos que poderíamos ganhar na Macedónia. Não foi possível», finalizou Rolando Freitas.

CARLOS CARNEIRO
«Aquele empate na Suíça…»

Carlos Carneiro, capitão da seleção, também entende que este resultado é muito desnivelado e não representa fielmente o filme do jogo.

«O resultado desnivelado não espelha o que se passou. Quem viu a partida viu que estivemos dentro do jogo, a um golo da Macedónia a 10 minutos do fim. Depois tivemos uma ou outra falha que a Macedónia aproveitou», resume o capitão de Portugal. «Sabíamos que aqui era muito difícil e agora há que dar os parabéns à Macedónia». Carlos Carneiro sustenta que «a nossa falha não foi aqui, neste jogo, mas na partida com a Suíça, onde empatámos. Se lá tivéssemos ganho, hoje entrávamos aqui a ganhar por sete e o jogo seria completamente diferente». Agora, há que continuar a trabalhar e pensar no futuro. «Esta equipa tem jovens com bastante valor. É preciso que acreditem no seu valor, trabalhar um pouco mais e, porque não, tentar outros campeonatos que darão mais experiência que notamos que às vezes nos falta».

ULISSES PEREIRA
«Derrota não afeta caminho que estamos a trilhar»

O presidente da FAP, Ulisses Pereira, que viajou desde Portugal para estar junto da equipa num momento tão importante, ficou naturalmente triste com o desfecho da partida.

«Não estou satisfeito, todos nós estamos tristes e temos de ter consciência de que foi um objetivo falhado», começou por referir. «Um dos principais objetivos que tínhamos para esta época desportiva era a qualificação para o Europeu, retornando aos grandes palcos de que o andebol português está afastado há tanto tempo. Naturalmente que isso não vai afetar o caminho que estamos a trilhar e prosseguir e, seguramente, vamos valorizar muitos dos fatores positivos que aconteceram durante esta qualificação», assegurou Ulisses Pereira que aponta o empate na Suíça como a chave deste inêxito.
«Foi uma desconcentração que vivemos nos últimos 10 minutos no jogo com a Suíça, partida que tínhamos a obrigação de ganhar e isso mostra que temos de estar prontos para qualquer fator de desconcentração a este nível porque esses erros acabam por ser letais». Voltando ao jogo desta noite, o presidente da FAP realça que «houve uma boa atitude, gostei da forma como os jogadores lutaram por aquilo que para eles também era muito importante, que era esta qualificação. O andebol precisa de uma qualificação como esta mas esta geração de jogadores também… O resultado final é um pouco enganador, estivemos a 10 minutos do fim a perder por um, tivemos várias oportunidades de empatar, mas depois os minutos finais já é um tempo em que se está a procurar a bola a todo o custo e os erros acabam por acontecer. Demos uma excelente réplica perante uma equipa a quem nunca ganhámos fora de nossa casa. Aliás, Portugal nunca ganhou nos Balcãs, algo que também temos de reter e mudar, e temos de nos recordar que jogamos em casa da seleção nacional que foi quinta classificada no último Europeu. Temos de reconhecer que hoje, apesar de tudo, a Macedónia foi mais forte que Portugal e temos de nos conformar com o resultado».

O presidente da FAP lembra depois a diferença de experiência que é notória quando temos pela frente algumas seleções.

«Este jogo mostrou também que há aqui experiências competitivas muito diferentes, se compararmos as duas equipas. Para termos ideia, o campeão da Macedónia, RK Metalurg, que é a base desta seleção, esteve muito perto de entrar na ‘final-four’ da «Champions League». Foi eliminada nos quartos-de-final por uma formação polaca. Têm o melhor lateral direito do Mundo, o Kiril Lazarov. Temos um excelente trabalho de Formação, esta seleção trabalhou muito, mas nas alturas chave, de fazer a diferença, de se poder marcar o golo necessário para uma vitória decisiva, essa experiência acrescida que algumas seleções têm perante a nossa, acaba por fazer a diferença», faz notar o presidente da FAP, Ulisses Pereira.

Calendário de jogos – Grupo 1 – Qualificação para o Campeonato da Europa Dinamarca 2014 :

1ª jornada
31.10.2012, 20h00 – Fyr Macedónia : Suíça, 30-24 (17-9)
01.11.2012, 12h30 – Espanha : Portugal 34-20 (16-9)

2ª jornada
04.11.2012, 16h00 – Suíça : Espanha, 22-33
04.11.2012, 17h00 – Portugal : Fyr Macedónia, 32-25 (18-13)

3ª jornada
03.04.13, 17h45 – Fyr Macedónia : Espanha, 17-24 (7-13)
04.04.13, 19h30 – Suíça : Portugal, 26-26 (13-15)

4ª jornada
07.04.13, 12h30 – Espanha : Fyr Macedónia, 29-17 (12-8)
07.04.13, 17h00 – Portugal : Suíça, 27-25 (14-14)

5ª jornada
12.06.13, 21h30 – Portugal : Espanha, 23-30
12.06.13, 20h00 – Suíça : Fyr Macedónia, 22-27

6ª jornada
16.06.13, 13h00 – Espanha : Suíça, 29-16
16.06.13, 20h30 – Fyr Macedónia : Portuga, 26-19l

CLASSIFICAÇÃO

1º – Espanha, 10 pontos
2.º Macedónia, 6 pontos
3º – Portugal, 5 pontos
4º – Suíça, 1 ponto

Todas as informações sobre a qualificação para o Campeonato da Europa Seniores Masculinos Dinamarca 2014 podem ser encontradas em www.eurohandball.com/.

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