No passado domingo, dia 4 de maio, teve lugar em Budapeste uma reunião dos Presidentes das Federações de Andebol, que integram a EHF, aproveitando a realização da Final Four da Champions League Feminina, que se realizou pela primeira vez neste formato, com a vitória do Gyori, da Hungria.
A Federação de Andebol de Portugal esteve representada pelo seu Presidente, Ulisses Pereira, que nos detalhou as conclusões mais importantes desta reunião, em que participaram 45 nações.
– Qual foi o objetivo desta reunião dos Presidentes?
O objetivo da mesma era atualizar um conjunto de informações sobre processos relevantes que se encontram em curso, e preparar o próximo Congresso da EHF, que se realiza em Dublin (Irlanda), nos próximos dias 19 e 20 de setembro.
Uma das questões que ocupou parte significativa da agenda foi o aumento de seleções nacionais que participam nas fases finais dos Campeonatos da Europa, em Seniores Masculinos, que vão passar de 16 para 24, provavelmente já a partir de 2020, ano para o qual está a ser negociada uma organização conjunta das 3 candidaturas apresentadas (Áustria, Noruega e Suécia).
– O que pensa sobre este aumento de seleções nacionais nas fases finais?
Lembro que este processo foi desencadeado há cerca de um ano, por uma iniciativa conjunta de Portugal e da Finlândia, que agora é acolhida favoravelmente e desenvolvida pelo Comité Executivo da EHF.
Considero este passo muito importante para os países de média dimensão, num processo de valorização da modalidade no espaço europeu, que merece um amplo consenso de todas as Federações.
– Quando é que esta alteração se concretizará efetivamente?
Esta alteração será votada no Congresso de Dublin, tal como a alteração da forma de disputa dos campeonatos europeus dos escalões mais jovens, que vai regressar ao formato de Divisões, deixando de existir as fases de qualificação.
– Pode explicar-nos melhor como vai funcionar esta forma de disputa, em Divisões?
Este processo iniciar-se-á com os masculinos (nascidos em 1998/99), que disputarão o Europeu de 2016 Sub 18, com uma 1ª Divisão, composta por 16 seleções, e cuja composição resulta dos melhores resultados obtidos nos últimos 8 anos por cada País. Haverá uma 2ª Divisão, composta pelas outras seleções nacionais, tendo como objetivo dar mais jogos a todas as seleções à escala europeia, diminuindo por outro lado os grandes desequilíbrios de resultados registados nalgumas fases de qualificação. Esta competição apura para o Mundial 2017 Sub 19, participando no Europeu 2018 Sub 20 as primeiras 12 ou 14 seleções do Europeu de 2016 Sub 18, não estando ainda decidido se são 2 ou 4 as seleções a subir e a descer. Por sua vez, o Europeu 2018 Sub 20 apura para o Mundial 2019 Sub 21. Idêntico processo acontecerá com as seleções femininas em 2017 (nascidas em 2000/01), tendo o seu início com o Europeu 2017 Sub 17, processando-se tudo da mesma forma que nos masculinos, apenas com o desfasamento temporal.
– E as competições europeias de clubes, também vão sofrer alterações?
Outro tema que mereceu muita atenção foi a nova forma de disputa da Champions League a partir da época 2015/2016, cujo modelo nos masculinos vai determinar um maior número de jogos e a participação de mais clubes e mais países na fase de grupos, que contará com 2 séries de 8 equipas, mais 2 séries de 6 equipas.
A EHF, para além dos critérios desportivos, entende colocar como condição de acesso muito apertada a qualidade e dimensão das instalações desportivas a utilizar.
Quanto aos femininos não se registam alterações substanciais, mantendo-se a aposta no modelo de Final Four, depois de 4 torneios de qualificação, seguido de 4 grupos de 4 clubes, após o que se seguirão 2 grupos de 4 clubes, prevendo-se ainda a realização de ¼ de final (1×4 e 2X3, consoante a classificação de cada grupo).
– Houve lugar a debater algum outro assunto, nesta reunião?
Na agenda, destacou-se ainda o debate sobre o programa de desenvolvimento do andebol feminino a nível europeu, tendo a EHF como objetivos estratégicos a melhoria da imagem de marca do andebol feminino na Europa, com o fortalecimento dos produtos associados (Euro e WCL), um foco muito especial aos escalões mais jovens, o fortalecimento do estatuto a todos os níveis da modalidade (e não só nas competições) e um trabalho de proximidade com as nações emergentes.
Esta oportunidade foi ainda aproveitada pelo Presidente da Federação de Andebol de Portugal, Ulisses Pereira, para expor a presente realidade do Andebol Português, articulando algumas iniciativas que possam ser desenvolvidas no âmbito de programas desenhados pela EHF.