Quando Portugal entrou em campo para defrontar a Espanha, naquele que era o último jogo de mais uma edição do Scandibérico, a única coisa que tinha certa é que que já não poderia vencer o torneio. É que face à vitória da Noruega sobre a Suécia, por quatro golos de vantagem, os noruegueses tinham assegurado a medalha de ouro do Scandibérico, face aos sete pontos conquistados e ao ‘goal-average’ no confronto direto entre as equipas que poderiam ter minar com os mesmos sete pontos: Suécia, Noruega e, eventualmnete, Portugal, se ganhasse à Espanha. Em resumo, a vitória sobre a Espanha dava o segundo lugar, o empate o terceiro e uma eventual derrota frente aos espanhóis atirava Portugal para o quarto lugar.
Para a partida frente aos espanhóis, Paulo Fidalgo procedeu a algumas alterações no sete inicial e começou com David Sousa na baliza; Francisco Tavares e Pedro Sousa nas pontas; Miguel Martins, Alexandre Cavalcanti e José Barbosa, ao centro, e Ricardo Ferreira na posição de pivô. A formação lusa, ao contrário do que tinha acontecido na véspera, não procedia a qualquer substituição «defesa x ataque».
Curiosamente, ambas as equipas optaram por iniciar a partida com um sistema defensivo «6 x 0» que habitualmente não utilizam. Os primeiros minutos foram de equilíbrio e logo à passagem do minuto quatro, e a perder por 3-2, o técnico espanhol solicita um ‘time-out’. Pouco depois, Paulo Fidalgo faz sair do banco Diogo Silva, aos sete minutos, e a seguir – numa altura em que Portugal já defendia ‘5 x 1’ com Gonçalo Ribeiro adiantado, a formação lusa amplia a vantagem para dois golos (5-3, aos 8 m.). A liderança no marcador foi-se mantendo até aos 22 minutos, altura em que a Espanha empatou a oito. Já dentro dos últimos cinco minutos do primeiro tempo, os espanhóis passam pela primeira vez para a frente (9-10) mas de uma forma fugaz, com o intervalo a chegar pouco depois com o jogo empatado a 11.
Entrou melhor Portugal no segundo tempo, com um parcial de 2-0, que lhe deu algum conforto para encarar aquilo que se esperava ser a reação espanhola. Quando a Espanha se aproximou, aos 40 minutos (16-15), depois de ter estado a perder por 16-12, Paulo Fidalgo solicitou um ‘time-out’. Os portugueses voltaram a fugir no marcador (18-15) e os espanhóis responderam a contendo (18-17) Estavamos em cima do minuto 45. A partir daí, o domínio de Portugal acentuou-se e nunca mais a Espanha esteve perto de assustuar o adversário. Quando as duas equipas entraram nos cinco minutos finais (24-20), percebeu-se que dificilmente Portugal perderia o jogo e, consequentemente, o segundo lugar. Fidalgo rodou os jogadores que ainda não tinham entrado e Portugal terminava com um excelente 27-23, impondo à Espanha a terceira derrota no Scandibérico.
O boletim de jogo pode ser consultado em anexo
No final do jogo, Paulo Fidalgo fez a apreciação à partida frente à Espanha e, ao mesmo tempo, à globalidade do desempenho luso neste Scandibérico.
“Toda esta estrutura que montou o Scandibérico merecia um jogo desta qualidade e com esta entrega por parte dos jogadores portugueses”, começou por referir o selecionador nacional. “Hoje conseguimos jogar com quase todos os jogadores, colocámos de início os atletascom menos minutos e acho que foi uma aposta bem conseguida, lançando jogadores mais jovens, com mais energia. O início do jogo foi importante, porque embora fosse um jogo sempre equilibrado, conseguimos impôr-nos no princípio”. Paulo Fidalgo recordou que “a Espanha queria muito ganhar este jogo, por uma questão de orgulho próprio, porque não queria deixar o Scandibérico sem vencer um jogo. A nossa segunda parte foi excelente sob o ponto de vista defensivo, o guarda-redes David Sousa também esteve à altura do jogo, fomos rápidos, nunca abdicámos de fazer transições rápidas, de interpretar um jogo rápido e dinâmico. Gostei muito da nossa estrutura de jogo ofensiva. E, àqueles cinco minutos em que Portugal permitiu à Espanha uma aproximação no marcador, de quatro para um golo, Portugal acabou por corresponder da melhor forma.”
Paulo Fidalgo deixou palavras de reconhecimento pelas excelentes condições de trabalho que lhe foram proporcionadas ao longo do tempo.
NORUEGA VENCE SUÉCIA
No primeiro jogo desta terceira e última ronda, a Noruega venceu a Suécia por – que ontem tinha perdido frente a Portugal – venceu a Espanha por 24-20, depois de passar ao intervalo em vantagem (11-9). Com este resultado, os noruegueses nem precisaram de esperar pelo jogo Portugal-Espanha para festejarem a conquista do troféu.
LEMBRANÇAS E PRÊMIOS PARA TODOS OS PARTICIPANTES
No final do torneio, a organização procedeu à entrega de diversas lembranças e dos respetivos prémios de classificação às equipas intervenientes. A cerimónia, dirigida por Joaquim Escada, coordenador do Projeto de Desenvolvimento do Andebol Viseu/Guarda e Miguel Fonseca, presidente da Associação de Andebol da Guarda, contou com a presença do vice-presidente da Federação de Andebol de Portugal, Augusto Silva; do presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, Paulo Langrouva e o vereador Nelson Bolota; do presidente da Câmara de Pinhel, Rui Ventura e do presidente da Câmara da Mêda, Anselmo Sousa.
Adversários de prestígio
Recorde-se que dos três adversários de Portugal, Espanha e Suécia estão apurados para a fase final do próximo Europeu a disputar na Polónia no próximo mês, e a Noruega não estará presente neste ‘Europeu’ já que, na mesma altura, representa o Velho Continente nos Jogos Olímpicos da Juventude, a decorrer em Nanjing, na China.
O Torneio Scandibérico, destinado a seleções nacionais Juniores B, decorre entre 31 de Julho e 2 de Agosto em Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda e Pinhel, sob o seguinte programa:
Calendário de jogos – Scandibérico
1ª jornada – 31.07.14 – Mêda
19h00 – Suécia : Espanha, 29-28 (15-12)
21h00 – Portugal : Noruega, 29-27(14-12)
2ª jornada – 01.08.14 – Pinhel
19h00 – Noruega : Espanha, 23-21 (11-11)
21h00 – Portugal : Suécia, 26-28 (11-16)
3ª jornada – 02.08.14 – Figueira Castelo Rodrigo
17h00 – Noruega : Suécia, 24-20 (11-9)
19h00 – Portugal : Espanha, 27-23 (11-11)
CLASSIFICAÇÃO
1.º Noruega, 7 pts.
2.º Portugal, 7 pts.
3.º Suécia, 7 pts.
4.º Espanha, 3 pts.
