Portugal perde na Hungria – derrota amarga de uma equipa que dominou todo o segundo tempo

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Portugal perdeu esta noite com a Hungria por 31-30, em jogo da primeira jornada do grupo 5 da fase de apuramento para o campeonato da Europa de 2016. Num jogo extremamente disputado, com um pavilhão cheio que nunca deixou de apoiar a sua equipa e pressionar a dupla de arbitragem (nomeadamente no julgamento do jogo passivo), Portugal acabou por não ser feliz, consentindo o golo da vitória à entrada do minuto final.

Rolando Freietas chamou ao sete inicial Hugo Figueira, Pedro Portela, Pedro Solha, Tiago Rocha, Gilberto Duarte , Wilson Davyes e Cláudio Pedroso que nas ações defensivas era substituído por Fábio Magalhães (defesa). Utilizando o sistema defensivo «5×1», Rolando Freitas colocou Gilberto Duarte na posição de defesa-avançado. Primeiros minutos de grande equilíbrio com dois dos quatro primeiros golos a serem apontados na conversão de livres de sete metros (um para cada lado). Ficou por converter um, a favor dos húngaros, graças a intervenção de Hugo Figueira. A primeira linha da Hungria começou a mostrar o seu poder de fogo e a primeira vantagem de dois golos favoreceu a formação magiar, à passagem do minuto nove (6-4), mas Pedro Solha e Pedro Portela voltaram a colar as equipas (6-6). Aproveitando alguns erros da formação nacional, a Hungria voltou a carregar e chegou aos 10-7, à passagem do minuto 14. Em bom plano, o guarda-redes húngaro Roland Mikler chegava para as encomendas. Em superioridade numérica, Dujshebaev adiantou a defesa e colocou maiores dificuldades à turma portuguesa. Rolando Freitas solicitou o primeiro ‘time-out’ à passagem do minuto 16, quando Portugal perdia por 11-7. Pouco depois, Hugo Figueira defendeu o seu segundo livre de sete metros, mantendo Portugal dentro do jogo, à entrada do minuto 20 (12-10). Pouco depois, Alfredo Quintana encarregou-se da baliza portuguesa, Bosko Bjelanovic entrou para as ações defensivas e Rui Silva e Pedro Spínola para o ataque. Uma bola no poste e um erro do ataque permitiram à Hungria ampliar para 16-12, repondo a vantagem de quatro golos, encurtada à entrada dos cinco minutos finais da primeira parte por mais um livre de sete metros concretizado por Pedro Solha. Nessa ocasião, já José Costa atacava do lado de Portugal. O intervalo chegava pouco depois, com a Hungria na frente do marcador (19-15).

EXCELENTE ENTRADA NO SEGUNDO TEMPO

Para o segundo tempo Portugal arrancou com a equipa que tinha terminado a primeira parte e entrou muito bem, não precisando mais do que dois minutos e meio para reduzir para 19-17. Alfredo Quintana manteve a baliza inviolada durante mais de seis minutos enquanto lá na frente a agressiva defesa húngara obrigava Portugal a jogar no limite do jogo passivo. Um parcial de 0-4 voltou a colar as duas equipas (19-19, aos 36m30s). Com as equipas empatadas a 20 golos, duas exclusões praticamente simultâneas (uma delas sob um critério muito apertado da dupla de arbitragem) a Pedro Portela e Wilson Davyes deixaram Portugal em maus lençóis. Mas a formação nacional reagiu de imediato e empatou de novo a 21 golos, já com Ricardo Moreira na ponta direita. Pedro Spínola, à passagem do minuto 50 colocou pela primeira vez Portugal na frente do marcador (21-22) mas a boa notícia trouxe também a lesão de Wilson Davyes (que o impediu de voltar a dar o contributo à equipa) e que levou Rolando Freitas a chamar Jorge Silva para as ações defensivas. Spínola volta a marcar (21-23, aos 42 m) e o público, que encheu completamente as bancadas do Generalli Arena, apercebeu-se do perigo e ‘voltou’ ao jogo. A equipa responde e empata. Tiago Rocha não quer ficar atrás e também ‘responde’, com dois golos (24-26, aos 46 m.). Quando, pouco depois, Gilberto Duarte faz o 24-27, Dujshebaev solicita um ‘time-out’. Portugal sustenta a vantagem até oito minutos do fim, com Gilberto Duarte a fazer o 27-29. Com 28-29, a sete minutos do final, Tiago Rocha parece ser estorvado em falta nos seis metros, mas a dupla de arbitragem nada assinalou. Quintana acertou contas, defendeu o ataque seguinte dos húngaros e Rolando Freitas pede novo ‘time-out’. Faltavam seis minutos , Portugal vencia por 28-29, aquela posse de bola era importante. Mas, pressionado pelo iminente jogo passivo (prontamente assinalado pelos árbitros), Portugal perdeu o ataque. Na resposta, a Hungria empata, para Pedro Solha, num virtuoso remate, voltar a colocar Portugal na frente. E assim (29-30) entraram as duas equipas nos emocionantes cinco minutos finais!

VITÓRIA NO LAVAR DOS CESTOS

Kornel Nagy empata a dois minutos e meio do final, Roland Mikler segura o ataque de Portugal e a um minuto e 15 segundos do final, Talant Dujshebaev esgota os ‘time-out’s’.

A um minuto do fim, passados 19 longos minutos em desvantagem e já com todo o público de pé, a Hungria passa de novo para a frente do marcador (31-30) na conversão de um livre de sete metros. A 32 segundos do derradeiro apito, último ‘time-out’ para Portugal. Portugal mete dois pivôs, há uma falta não assinalada pela dupla de arbitragem, a consequente perca de bola por parte da equipa lusa e a consumação de uma derrota com um grande sabor a injustiça. No segundo tempo, Portugal dominou a partida, esteve em vantagem desde o minuto 40 ao minuto 59 e acaba por perder o jogo de uma forma inglória.

A maneira efusiva como jogadores e público húngaros festejaram no final da partida, espelha bem o sufoco que sentiram durante todo o segundo tempo.

Numa equipa que valeu pelo seu coletivo, referências meramente estatísticas e decorrentes da simples leitura do boletim de jogo: Tiago Rocha foi o melhor marcador, com nove golos, seguido de Pedro Solha, com sete, e Gilberto Duarte, com seis.

Do boletim de jogo também se constata que a Hungria beneficiou de oito livre de sete metros (concretizou seis) e Portugal beneficiou (e concretizou) três. No que à disciplina diz respeito, quatro exclusões para Portugal e uma para a Hungria.

EM DIRETO

Rolando Freitas: “Jogámos na Hungria perante uma equipa muito forte, como já tínhamos dito antecipadamente. Não saimos daqui contentes com o resultado porque, como o disse e não foi em vão, viemos cá para conquistar os dois pontos, mas Portugal fez um bom jogo e não foi feliz na parte final.É sempre difícil, devido a várias circunstâncias, ser feliz na Hungria, dentro deste contexto. Mas penso que temos uma equipa que fez uma muito boa exibição, marcamos 30 golos na Hungria, podíamos ter sofrido um pouco menos, esse era o objetivo…O trabalho foi feito e agora há que pensar no jogo seguinte”.

Tiago Rocha: “Antes do jogo ninguém acreditava que pudessemos discutir o resultado. Mostrámos mais uma vez que temos qualidade e valor para estar nos grandes palcos. Estivemos perto da vitória, sentimo-nos agora um pouco frustrados por não ter conseguido empatar ou ganhar este jogo. Vamos continuar a lutar e domingo temos de ganhar à Rússia para continuar na luta pelo apuramento para o Europeu da Polónia. É muito importante o jogo com a Rússia”.

O boletim de jogo pode ser consultado em anexo

CALENDÁRIO DAS DUAS PRIMEIRAS JORNADA DO GRUPO 5

– 1.ª jornada:

29.10.2014 – 20.30 h. – Hungria :PORTUGAL, 31-30 (19-15).
28.04.2015 – Rússia : Ucrânia

– 2.ª jornada:

02.11.2014 – 16.00 h. – PORTUGAL : Rússia – Sport TV2
02.11.2014 – 18.00 h. – Ucrânia : Hungria

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