Portugal perdeu esta noite com a Hungria por tangencial 25-26, em jogo da quinta jornada do grupo 5 da fase de qualificação para o Campeonato da Europa de 2016, na Polónia. O seleccionado nacional dominou a primeira parte, chegou ao intervalo a vencer por 15-12 mas não conseguiu manter essa vantagem durante o segundo tempo. A derrota complica as contas dos portugueses no que respeita ao apuramento.
Portugal iniciou a partida com Alfredo Quintana na baliza; Fábio Antunes e Pedro Portela nas pontas; Tiago Pereira, João Ferraz e Gilberto Duarte na primeira linha e Tiago Rocha na posição de pivô. Rolando Freitas realizava duas substituições «defesa x ataque» com Ricardo Pesqueira e Bosko Bjelanovic para os lugares e Tiago Pereira e Tiago Rocha.
Os primeiros minutos foram jogados com várias falhas técnicas, alguns ataques perdidos por parte de ambas as equipas e com a Hungria a passar a primeira vez para a frente do marcador aos seis minutos (2-3) vantagem que ampliaria pouco depois, na concretização de um livre de sete metros. Portugal reagiu e foi Pedro Portela a empatar a cinco na concretização de um contra-ataque. E foi outro ponta (Fábio Vidrago) também de contra-ataque, que voltou a colocar Portugal na frente (6-5, aos 11 m.). Aos 13 minutos, e com o jogo empatado (6-6), primeiro ‘time-out’ da partida, solicitado pelo técnico húngaro. Pouco depois, primeiras mexidas na formação lusa com as entradas de Bruno Moreira, nas ações atacantes; Fábio Magalhães nas defensivas e Pedro Spínola. E lá foi correndo a partida, sob o signo do equilíbrio, com empates sucessivos. Portugal voltou ao comando do marcador aos 21 minutos, graças a um rapidíssimo contra-ataque bem conduzido e concluído por Fábio Vidrago (11-10). Vantagem que Alfredo Quintana segurou ao defender um livre de sete metros. E a primeira vantagem de dois golos a favorecer Portugal chegou pelas mãos de Pedro Spinola aos 23 minutos (12-10). Quintana voltou a mostrar-se, defendendo primeiro mais um livre de sete metros, para depois anular superiormente um contra-ataque da Hungria, lançando ele próprio o contra que permitiu a Portugal fazer o 14-11. E foi Fábio Vidrago a fixar o resultado ao intervalo (15-12).
BRANCA COMPROMETE
O segundo tempo abriu praticamente com Alfredo Quintana a defender o terceiro livre de sete metros da partida – e não seria o último, viria a dizer a história do jogo – e Portugal a ampliar para quatro golos (18-14). Margem que o selecionado luso foi mantendo, também, graças ao acerto de Gilberto Duarte que, à passagem do minuto 40, já tinha na sua conta pessoal nove golos. Dois minutos depois Pedro Seabra Marques é chamado para as ações atacantes, numa altura em que Portugal vencia por 21-17. Talant Dujshebaev, técnico da Hungria, solicitou ‘time-out’, a sua equipa reagiu (21-19, aos 44 m.). Pedro Seabra Marques e Pedro Spínola voltariam a recolocar a diferença em quatro golos (23-19, aos 46 m.). João Ferraz regressou ao jogo aos 48 minutos (23-20), pouco depois de Hugo Santos ter sido chamado à equipa. Com 23-20, e após uma falha do ataque português que possibilitou rápido contra-ataque dos húngaros – que cerca dos 10 minutos do segundo tempo tinham trocado o guarda-redes – Alfredo Quintana manteve a diferença em três golos (23-20). Com a vantagem reduzida a dois golos (23-21), Rolando Freitas solicitou ‘time-out’ à entrada do minuto 52, procurando tranquilizar a equipa, e pouco depois a Hungria, com remate em apoio, reduz para 23-22. Portugal desperdiça o ataque seguinte – o guarda-redes húngaro continuava a mostrar grande acerto – e a Hungria chega à igualdade (23-23) a seis minutos do fim, depois de fazer um parcial de 0-4. Portugal sente-se pressionado, ao contrário da Hungria que, já apurada, não necessitava do jogo para melhorar a sua classificação. Gilberto Duarte volta a colocar a equipa na frente, à entrada dos cinco minutos finais, Balogh volta a empatar o jogo e foi assim, com 24 golos para cada lado, que as duas equipas entraram nos quatro minutos finais. Gilberto atira ao poste e no contra a equipa nacional perde a vantagem.
Faltavam dois minutos para jogar e a perder por um (24-25) Rolando Freitas pede ‘time-out’. Portugal perde novo ataque e sofre novo golo. Obrigado a fazer tudo depressa e bem, com o tempo a esgotar-se, a clarividência não é a melhor e a 30 segundos do final, é o técnico da Hungria que pede o ‘time-out’, sentindo que o jogo estava decidido. Portugal teve um período de 12 minutos em que apenas apontou um golo e isso mostrou-se fatal para os seus objetivos.
O boletim de jogo pode ser consultado em anexo
EM DIRETO
Ricardo Pesqueira foi o jogador que compareceu na sala de imprensa para começar por fazer a apreciação ao jogo.
“Não há muito a dizer, Durante grande parte do tempo, 40 a 50 minutos, fizemos um jogo muito bem conseguido e na parte final mostramos alguma intraquilidade. E, quando é assim, não há tática nem técnica que resultem” referiu o pivô nacional.
“Não estivemos tranquidos e não conseguimos manter uma vantagem que era agradável. Ninguém mais do que os jogadores fica frustrado com estas situações. Temos de crescer e isto faz parte do nososo crescimento”, finalizou.
Rolando Freitas, o selecionador nacional, compareceu sereno na sala de imprensa mas naturalmente afetado pela derrota.
“Não entrámos muito bem no jogo mas rapidamente encontramos o nosso ritmo e a nossa forma de estar na partida. Depois estivemos bem em termos defensivos, com boa baliza e com bom contra-ataque. E isso espelhou-se no resultado ao intervalo”, começou por referir o selecionador nacional.
“Na segunda parte fizemos uma boa entrada, até aos 21 minutos, em que pedimos o segundo time out, venciamos por 21-16. A Hungria chegou a 21-19, parámos o jogo para passar alguma tranquilidade aos jogadores. A mudança de guarda-redes na Hungria revelou-se eficaz e aconteceram algumas situações de finalização que nos transmitiram alguma intranquilidade no final”. Rolando Freitas recorda que “Portugal ‘estava bem’ com o primeiro guarda-redes da Hungria, depois falhámos bolas de seis metros, de sete metros, remates de primeira linha e essa foi uma situação que, na minha opinião, foi importante para o desfecho do jogo”
Sobre o facto da equipa húngara ter trazido a Portugal uma equipa diferente do que a que disputou o jogo da primeira volta, e interrogado se essa situação não prejudicou Portugal e a maneira de preparar o jogo, o selecionador nacional referiu.
“Foi mais trabalhoso preparar a partida porque tivemos de encontrar as freferências individuasi dos jogadores nos seus clubes e não na seleção. Mas gostava de realçar – e isso é inegável – que embora a Hungria não tenha trazido aqui a sua melhor e mais experiente equipa, é verdade que muitos destes jogadores, principalmente a primeira linha, foram os que já jogaram na Hungria contra Portugal”.
– CALENDÁRIO DO GRUPO 5 –
– 1.ª jornada:
29.10.2014 – Hungria : PORTUGAL, 31-30 (19-15)
10.06.2015 – Rússia : Ucrânia, 27-22 (15-10)
– 2.ª jornada:
02.11.2014 – PORTUGAL : Rússia, 29-34 (12-18)
02.11.2014 – Ucrânia : Hungria, 20-33 (9-15)
– 3.ª jornada:
30.04.2015, 16h00 – Ucrânia : PORTUGAL, 26-32 (12-17)
30.04.2015 – Rússia : Hungria, 23-27 (8-15)
– 4.ª jornada:
02.05.2015 – Hungria : Rússia, 29-25 (15-11)
03.05.2015 – PORTUGAL : Ucrânia, 34-24 (19-12)
– 5.ª jornada:
10.06.2015 – PORTUGAL : Hungria, 25-26 (15-12)
11.06.2015 – Ucrânia : Rússia
– 6.ª jornada:
13.06.2015 – Hungria : Ucrânia
14.06.2015 – Rússia: PORTUGAL
CLASSIFICAÇÃO:
1.º Hungria, 10 pontos (5 jogos)
2.º PORTUGAL, 4 pts. (5 jogos)
3.º Rússia, 4 pts (4 jogos)
4.º Ucrânia, 0 pts (4 jogos)