Portugal venceu esta tarde Israel por 36-21, em jogo da terceira e última jornada do grupo 4 da qualificação europeia para o «play-off» do campeonato do Mundo – França 2017, disputado no Shlomo “Drive In” , em Tele Aviv, confirmando assim de forma clara o apuramento para o «play-off» do campeonato do Mundo – França 2017. Ao intervalo, Portugal vencia já por confortável 20-11.
Para o decisivo encontro frente a Israel, Rolando Freitas escolheu para o sete inicial Alfredo Quintana na baliza; Pedro Solha e Pedro Portela nas pontas, Tiago Rocha, João Ferraz, Gilberto Duarte e Nuno Roque defendiam ao centro.
Foi de Israel o primeiro golo da partida mas, rapidamente, Portugal virou o resultado e conseguiu três golos de vantagem (4-1) à passagem do minuto seis, ‘obrigando’ o técnico israelita a, bem cedo, solicitar o primeiro ‘time-out’. Um bom entendimento com os seis metros permitiu que Tiago Rocha fosse brilhando e marcando. Assim seria durante toda a partida, como se verá. A primeira vantagem de quatro golos conseguiu-a Tiago Rocha, aos 10 minutos (7-3). O público que preenchia em muito bom número as bancadas do pavilhão, foi esmorecendo quando Portela fez o 9-3, e o treinador substituiu o guarda-redes, depois de sofrer um parcial de 5-0. Portugal passou os 15 minutos a vencer por 11-5, depois de ter chegado a uma vantagem de sete golos (11-4).
Bruno Moreira entrou para fazer o 13-6 e, pouco depois, foi a vez de Rolando Freitas lançar Bosko Bjelanovic. Algumas precipitações permitiram que Israel esboçasse uma reação (13-8), mais marcada quando Portugal foi sancionado com um livre de sete metros – que Alfredo Quintana defendeu superiormente – e ficou em inferioridade numérica com a exclusão temporária de Gilberto Duarte. Mas, não passou de um esboço…
Rolando Freitas foi rodando o plantel, fez entrar Cláudio Pedroso, Rui Silva e Fábio Magalhães. À entrada dos cinco minutos finais Pedro Portela faz o 17-10 numa jogada de puro contra-ataque em que ficou por desqualificar o número 11 de Israel, que só foi sancionado com dois minutos. Portela «vingou-se» logo a seguir, com um ‘chapéu’ que colocou Portugal com sete golos de vantagem (18-11). Quintana não quis ficar atrás e, de volta, defendeu (mais) um livre de sete metros. O intervalo chegou com Portugal a vencer de forma convincente (20-11).
Para o segundo tempo o técnico nacional fez entrar António Areia e Fábio Vidrago, Mantendo Quintana, Roque, Tiago Rocha, Ferraz e Gilberto. Portugal não levantou o pé, mantendo sempre vantagens a rondar os 10 golos. Sem grandes argumentos para a equipa lusa, Israel – e o seu público – foram percebendo que estavam perante uma missão impossível, rendendo-se aos brilharetes individuais de alguns jogadores portugueses que levaram o marcador até aos 13 golos de diferença (29-16), aos 43 minutos.
Triunfo por números que não deixam quaisquer dúvidas e que espelham a forma empenhada, profissional e consistente como Portugal encarou toda a partida, justificando plenamente o apuramento para o «play-off» do Campeonato do Mundo – França – 2017.
Atente-se que esta foi a maior derrota sofrida em casa pela formação sénior masculina de Israel, no que respeita a jogos de qualificação para Europeus e Mundiais e onde, entre outros, defrontou formações como Alemanha, Sérvia, República Checa, Montenegro e Islândia, entre outras.
Marcha do marcador: 7-3 (10 m.); 13-7 (20 m.); 20-11 (30 m.); 25-15 (40 m.); 31-18 (50 m.) e 36-21 (60 m.).
O sorteio do «play-off» realiza-se durante o Campeonato da Europa Polónia – 2016.
O boletim de jogo pode ser consultado em anexo
EM DIRETO
«Tranquilidade, trabalho e competência na base da vitória»
No final do jogo, Rolando Freitas fez a apreciação à partida que, tal como na véspera, pode indiciar pela leitura do resultado final que se tratou de um jogo fácil.
«Foi Portugal que mais uma vez tornou o jogo fácil. Sabemos que, neste tipo de jogos, são as equipas que os disputam e ganham desta forma que os tornam fáceis. Portugal entrou com uma defesa a recuperar muitas bolas, com ‘boa baliza’, que manteve ao longo de todo o jogo, e fizemos um encontro muito tranquilo, muito competente e com um empenho e qualidade de trabalho dos jogadores muito grande. Acabámos por ser naturais vencedores e justos qualificados para o ‘play-off’ do Campeonato do Mundo de 2017», referiu o selecionador nacional.
A seleção nacional ultrapassou muito bem aquilo que poderia ser visto como um inconveniente, ou seja, disputar a fase de qualificação na casa de um dos principais adversários.
«Sabíamos que não poderíamos, em três jogos noutros tantos dias consecutivos, cometer qualquer deslize. Tínhamos de ser quase perfeitos. Felizmente conseguimos isso, garantimos a qualificação que era o que mais nos interessava».
Rolando Freitas diz que ainda é cedo para falar no sorteio, que há-de acontecer no decorrer do Campeonato da Europa a disputar na Polónia no próximo mês de Janeiro.
«Sim, ainda é cedo. Antes do sorteio ainda vamos ter jogos de preparação com a Suíça e com a Islândia no próximo mês de Janeiro. Vamos tentar tirar partido disso. Depois teremos um estágio em Abril, para termos boas condições para prepararmos o ‘play-off’. No sorteio, vai ser uma equipa forte que nos vai calhar, mas temos expetativas de que não seja um dos maiores ‘tubarões’ do andebol europeu e tenhamos condições de jogar de igual para igual e estarmos presentes no Mundial de 2017», referiu o seleccionador nacional.
Tiago Rocha, capitão da equipa, foi de uma eficácia a toda a prova. No final do jogo estava naturalmente satisfeito.
«Fizemos um bom jogo e, no conjunto das três partidas, mostramos que merecemos esta qualificação para o ‘play-off’», referiu o pivô português que não esconde ser uma satisfação capitanear este grupo.
«Naturalmente que é para mim uma grande satisfação ser o capitão deste excelente grupo. Um grupo que se entrega ao trabalho e que hoje conseguiu este apuramento para o play-off do Mundial. Mas não queremos ficar por aqui – queremos, mesmo, é estar presentes no Mundial de França, em 2017», assegurou Tiago Rocha.
Pedro Solha também falou no final do jogo e fez a seguinte análise à partida.
«Fizemos um jogo muito consistente logo de início. Entrámos muito bem no jogo, mostrámos ao que vínhamos – fazer este apuramento de maneira a garantir a presença no ‘play-off’», referiu o ponta português. «Rubricámos um bom jogo, fizemos com que Israel não tivesse hipótese nenhuma e isso deu-nos a vitória»
Sobre o sorteio, não há ainda preocupações. «Hoje vamos saborear este triunfo, este apuramento, e depois – venha a equipa que vier, estaremos tão concentrados e decididos como estivemos aqui», finalizou Pedro Solha.
Alfredo Quintana, que fechou a baliza e foi peça importante no desmoronar das ambições de Israel, não escondia a sua satisfação.
«Sim estou muito satisfeito não só pelo jogo de hoje como pelo trabalho que temos vindo a fazer, nomeadamente no estágio de Rio Maior. Hoje fizemos o nosso melhor e agora estamos no play-off. A minha exibição? Apenas fiz o meu trabalho», reconhece, com modéstia Alfredo Quintana.
Calendário do Grupo 4 da fase de qualificação europeia para o «play-off» do Mundial de 2017:
– Dia 5 de Novembro:
17h15 – PORTUGAL-Estónia, 28-28 (14-14)
19h40 – Israel-Geórgia, 27-19 (13-8)
– Dia 6 de Novembro:
16h00 – Estónia-Israel, 25-28(13-14)
18h15 – Geórgia-PORTUGAL, 22-37 (10-17)
– Dia 7 de Novembro:
17h00 – Estónia-Geórgia, 25-25 (14-13)
19h15 – PORTUGAL-Israel, 36-21 (20-11)
CLASSIFICAÇÃO
1.º Portugal, 5 pontos
2.º Israel, 4
3.º Estónia, 4
4.º Geórgia, 1
NOTA – horas locais (menos duas em Portugal Continental)
