Feliz Dia Mundial da Atividade Física

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A Federação de Andebol de Portugal faz questão de celebrar este dia e aconselhar a nossa comunidade a adotar um estilo de vida saudável e a praticar exercício tanto quanto o possível.

Num dia em que se celebra a atividade física, a Federação de Andebol de Portugal entrevistou três pessoas ligadas diretamente à modalidade com o intuito de perceber a importância de praticar exercício físico desde os escalões jovens até à idade adulta. Nuno Santos, selecionador nacional sub-20 e com vasta experiência na formação de jogadores; Ricardo Correia, vice-presidente do Boa Hora FC / ROFF e fundador e jogador do clube de veteranos Esferantástica ACD; e Joana Resende, atleta do SL Benfica e da Seleção Nacional A mostraram-nos pontos de vista diferentes da importância de praticar atividade física regularmente, mas com a mesma mensagem.

Nuno Santos – Selecionador sub-20

“A prática de exercício físico tem inúmeros benefícios. Começamos numa perspetiva de prevenção de comportamentos de risco, por exemplo, que é extremamente importante principalmente nas idades jovens. É importante criar nos jovens incentivos para a realização regular de atividade física e os benefícios a isso associados. Temos que ter em conta também o risco de algumas doenças que, prematuramente, possam aparecer, ainda que nos jovens isso não seja tão evidente como numa classe etária mais alta. Mas é de extrema importância os jovens ganharem desde cedo este tipo de rotinas e tomarem consciência dessa mesma importância, procurando contrariar o sedentarismo.”

Como selecionador da equipa sub-20 de Portugal, considera que os seus atletas têm a noção da importância de praticar exercício físico com regularidade e disciplina?
Todos os atletas que possam, eventualmente, ser selecionados para as seleções estão a ser acompanhados individualmente com um plano de trabalho realizado pela própria Federação de Andebol de Portugal. É lógico que nós também aconselhamos aos atletas que se algum outro colega quiser aproveitar os exercícios que lhe são fornecidos tanto melhor. Mas eles têm a plena consciência de que já estão num determinado patamar e que não podem abrandar, principalmente neste contexto atual. Com um Campeonato da Europa à porta e, se se realizar, nós temos que estar preparados para competir.

O Nuno levou Portugal a conquistar recentemente o 4.º lugar em duas das principais competições de seleções (Campeonato da Europa sub-19 e no Campeonato do Mundo sub-20) – Para atingir esse patamar a questão física pesa da mesma forma que a questão mental dos atletas?
São ambas muito importantes. Ainda antes do Europeu da Eslovénia, nós tivemos o cuidado de questionar todos os atletas sobre o que é que eles queriam ser no futuro. Todos eles nos disseram, à exceção de um atleta, que queriam ser profissionais de andebol. Quem tem esse objetivo, não basta querer tê-lo. Tem que seguir determinadas condutas que se adequem a essa ambição. Eu penso que todos eles, inclusivamente aquele que não nos disse que pretendia ser profissional de andebol, estão num nível elevadíssimo na modalidade. Todos eles têm já consciência daquilo que têm que fazer para atingir um determinado patamar, embora a nossa exigência seja sempre um pouco maior do que aquilo que os atletas fazem efetivamente.

Nem sempre os atletas cumprem com o devido rigor os planos de exercício físico? Se sim, como se contraria isso?
Independentemente de alguns atletas terem comportamentos menos corretos para o objetivo ao qual se propõe, e isso acontece com alguma regularidade nos escalões jovens, com o passar dos anos eles próprios vão percebendo que se querem efetivamente ser profissionais têm que trabalhar muito, em todos os sentidos, se não não vão chegar lá. Eles começam a perceber a importância do rigor no trabalho físico, alguns mais cedo outros mais tarde, mas todos eles acabam por perceber que sem esse empenho e sacrifício físico e mental nunca podem atingir um nível competitivo ao qual se propuseram.

Ricardo Correia – fundador e jogador do clube de veteranos Esferantástica ACD

“A atividade física é fundamental no nosso dia-a-dia, seja ao nível do lazer ou da competição, é fulcral combatermos o sedentarismo que é uma das principais causas de várias doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, etc. Comemorar o Dia Mundial da Atividade Física parece-me fundamental para lembrar a importância disso mesmo.”

Aos 48 anos, continua a fazer questão de jogar andebol e a praticar exercício físico com regularidade. Qual é o objetivo deste clube que fundou, a Esferantástica ACD?
No caso da Esferantástica, somos um clube exclusivamente dedicado ao andebol no escalão de veteranos e temos dentro da nossa equipa pessoas que entram em competição e outras que somente aparecem aos treinos ao sábado para realizar alguma atividade física. Estes últimos já não competem mas ainda vão correr connosco, “matar o bicho” e suar um bocado. Para nós, enquanto o corpo permitir e nomeadamente através do andebol, a atividade física estará sempre presente.

Nesta altura, com a situação de isolamento devido à pandemia da Covid-19, considera ainda mais importante salientar a prática da atividade física?
Eu acho que sim até porque todos nós, e dependendo da situação pessoal de cada um e com as condições que cada um tem em casa, devemos dar muito valor à atividade física nesta altura até por uma questão de sanidade mental. Ainda ontem tivemos uma reunião entre todos, por videochamada, e eu disse-lhes em jeito de brincadeira que iria sair desta quarentena ainda em melhor forma física do que quando entrei. Todos os dias tenho feito exercício, tenho seguido um plano diário que não fazia antes da quarentena.

Como vice-presidente do Boa Hora FC / ROFF procura transmitir aos atletas a importância de praticar exercício agora para que no futuro sejam evitados problemas de maior?
Sem dúvida nenhuma. No caso do Boa Hora FC especificamente, temos atletas dos 5 aos 55 anos. E nós notamos isso nas equipas de veteranos, principalmente, alguns jogadores que aparecem vinte anos depois de terem abandonado a modalidade – e muitas vezes abandonaram completamente a atividade – e sentem no corpo a falta que fez manter alguma atividade regular durante alguns anos. Sem dúvida que tentamos estimular a prática de atividade física ao longo de toda a vida e não só na altura em que somos federados e competimos.

Joana Resende – atleta do SL Benfica e da Seleção Nacional A

“Desde pequena que os meus pais me incentivaram a praticar exercício físico e não só o andebol, porque inicialmente também me tinham aconselhado a experimentar outras modalidades, mas o importante era mesmo praticar exercício. Por isso considero que esse apoio foi uma grande vantagem para mim, enquanto atleta profissional de andebol que sou hoje, porque sem estive ativa fisicamente e isso permitiu-me estar mais preparada para chegar a este patamar. A atividade física é muito importante, neste caso, para um atleta não só na questão física como também na questão da saúde mental.”

Como é que uma atleta profissional olha para esta questão do isolamento, na perspetiva de alteração das rotinas de treino?
Neste momento, penso que incentivar à prática do exercício físico ainda é mais importante porque temos que estar fechados em casa, de uma forma obrigatória e, para uma pessoa não ter um estilo de vida tão monótono, nunca é demais praticarmos algum tipo de atividade física porque a vida continua depois desta situação. Se em condições normais o desporto e a atividade física são importantes para a parte mental, nesta altura ainda mais.

Em que é que têm consistido os teus treinos em casa?
Neste momento tenho um apoio permanente do clube, tenho feito planos físicos que a nossa fisiologista nos entregou e tenho também um plano de exercícios específicos para o ombro, devido a uma antiga lesão que eu tive. Para além disso, tento sempre ir dar umas corridas fora, para apanhar um pouco de ar, mas com os cuidados necessários devido a esta pandemia.

Consideras-te uma atleta exigente? O facto de o andebol estar na tua família há muitos anos ajudou a essa exigência?
Eu sou uma pessoa muito ambiciosa, por isso, não me contento eu ficar com aquilo que eu tenho e que já alcancei. Confesso que dá-me prazer conseguir alcançar sempre mais e melhor. O facto de o meu pai ter sido jogador e agora treinador também me inclinou logo para eu crescer no mundo do desporto. Foi muito mais fácil para mim integrar-me no meio desportivo e ganhar gosto pela prática do exercício físico, portanto, o meu pai é um dos responsáveis por eu ter este tipo de estilo de vida.

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