O equilíbrio é sempre um fator fundamental em qualquer modalidade e o andebol não foge à regra. As 20 atletas que compõe o leque de convocadas da Seleção Nacional A Feminina para o Play-Off de acesso ao Campeonato do Mundo 2021 dividem estatutos diferentes e cada uma delas têm qualidades próprias que fazem deste um grupo completo. A cumprir o terceiro dia de estágio no Luso, a comitiva Lusa tem reforçado os laços entre jogadoras, bem como os processos de jogo para o mesmo equilíbrio se reflita no campo, já no próximo sábado frente à Alemanha, na primeira mão do Play-off.
Bebiana Sabino, capitã de equipa, soma já um número impressionante de internacionalizações, bem destacada das demais: 111. Maria Pereira ocupa o 2º lugar da lista, com 73 jogos realizados de Quinas ao peito. A pivô, que atua no Colégio de Gaia Toyota, é a voz da experiência no balneário e a sua posição enquanto capitã e mais internacional do grupo traz responsabilidade, mas assume que esse é um compromisso repartido. “Não acho que essa função seja somente da capitã, mas de todo um grupo. Procuro estar sempre atenta se as mais novas estão integradas, mas, felizmente, acho que todas as jogadoras se sentem bem acolhidas quando chegam, e isso é reflexo do saudável espírito de grupo que partilhamos. Como capitã, sinto sim a obrigação de ser sempre o exemplo, dar sempre o máximo, seja num treino ou num jogo, com a consciência de que todas somos representantes do andebol português e do andebol feminino” – afirmou a jogadora de 34 anos, salientando também a força da experiência e da juventude da equipa.
“Apesar da média de idades ainda ser baixa comparativamente a outras seleções, o grupo é bastante heterogéneo. Muitas das jogadoras, apesar de jovens, já representam a Seleção A há alguns anos e jogam fora de Portugal, em campeonatos mais competitivos, portanto com uma larga experiência desportiva determinante dentro de campo. Depois, em número mais reduzido, temos algumas atletas que se estão a estrear na Seleção A e que trazem também com elas muita ambição de mostrar o seu valor, que é importantíssimo para aumentar os níveis competitivos internos (e também externos). No fundo é um grupo bastante diversificado em que reunimos uma mescla bastante interessante fora de campo e que, obviamente, tem repercussões dentro de campo” – referiu.
Leonor Gonçalves e Juceleyde Cabral, por outro lado, estão num patamar até agora desconhecido e perto de se estrear pela Seleção Nacional A Feminina. A pivô de 25 anos, que atua no Alavarium Love Tiles, diz que juntar a estreia na Seleção Nacional A Feminina a uma qualificação inédita para o Mundial “significaria tudo. Para mim representar Portugal, já é um dos objetivos cumpridos, então fazer parte deste grupo fantástico, que tem hipóteses de se apurar para um Campeonato do Mundo e fazer história, seria a cereja no topo do bolo”.
Juceleyde Cabral não esconde “aquele nervosismo miudinho” que, acredita, “faz parte da responsabilidade que temos como jogadoras, por estarmos a representar a nossa nação. São, precisamente, jogos como estes, apesar do nosso nível de nervosismo ser superior, que nos dão aquela motivação acrescida para vencer” – reforçou a atleta que cumpre a terceira época ao serviço do Alavarium Love Tiles, salientando também a importância das atletas mais velhas no processo de integração na Seleção.
“Jogar com as ditas ‘veteranas’ da equipa têm-nos ajudado bastante a todos os níveis, elas têm sido incansáveis” – rematou. Uma ideia compartilhada também por Bebiana Sabino, que diz que “[as atletas mais novas] estão bem integradas nos trabalhos e, acima de tudo, partilham o foco e a determinação com todo o restante grupo. Desde que chegaram, quase que automaticamente conseguiram compreender este sentimento e vontade e têm trabalhado em prol do objetivo coletivo”.
Por fim, em jeito de antevisão ao que Portugal pode contar nos jogos com a Alemanha, Bebiana Sabino diz que as atletas mais novas e não tão rotinadas em compromissos pela Seleção Nacional podem ter a capacidade de surpreender o adversário. “Em alguns momentos do jogo a irreverência caraterística da idade pode ser benéfica porque, de algum modo, pode aliviar o peso da responsabilidade sentida por outras jogadoras mais experientes. Considero que este fator pode ser o gatilho em momentos determinantes do jogo” – afirmou a pivô. A mesma opinião tem Juceleyde Cabral, que diz que “apesar da experiência e do estatuto da Alemanha, sabemos que temos uma Seleção, mesmo sendo jovem, com muito talento, garra e vontade de vencer. E é por isso que nestes dois jogos que se aproximam, temos uma boa possibilidade de surpreender”.
O encontro da Primeira Mão entre Portugal e Alemanha está agendado para as 20h30 desta sexta-feira e contará com transmissão em direto no Canal 11.
Calendário – Play-Off Campeonato do Mundo 2021
17.04.2021 – 20h30 – Portugal : Alemanha, Canal 11
20.04.2021 – 16h30 – Alemanha : Portugal, Canal 11
