Frente a frente, duas defesas 6×0 e o primeiro golo do jogo foi assinado por André Sousa, mas a Alemanha rapidamente consumou a reviravolta (2-1) contando com uma intervenção do guarda-redes David Späth, a primeira da conta pessoal. O jogo estabilizou, a equipa germânica foi segurando a vantagem mínima mas mesmo depois de dois remates alemães à barra e outras tantas defesas do guardião português Diogo Rêma, Portugal não conseguia ser eficaz a reverter as contas do marcador, antes dos 10 minutos. No entanto, pouco depois, o pivô Hugo Costa marcou o 4-5 e, depois de algumas dificuldades ofensivas, a Seleção Nacional estava de novo no comando do jogo. A Alemanha estava mais pragmática no capítulo da finalização e aproveitou para assinalar um parcial de 3-0, agarrando dois golos de vantagem pela primeira vez no encontro, aos 12 minutos (7-5). Já depois de Portugal voltar a empatar (9-9), apareceu a primeira exclusão da partida, para a equipa lusa mas, mesmo em inferioridade, os comandado de Carlos Martingo reagiram de uma forma personalizada e voltaram à liderança (10-11) ao converterem com sucesso uma jogada aérea entre André Sousa e Francisco Costa, o autor do golo. Os últimos cinco minutos não foram os mais positivos para Portugal, que terminou a primeira parte a perder por três golos de diferença (18-15), sendo que o último golo foi apontado na sequência de um livre direto.
Os germânicos arrancaram melhor a segunda parte e alcançaram cinco golos à maior (21:16), mas essa margem não assustou a armada lusa, que em pouco mais de sete minutos conseguiu encurtá-la para dois (25-23). A facilidade no remate exterior, por parte dos atiradores alemães, aliada ao bom desempenho de David Späth entre os postes, acabou por fazer a diferença no desenrolar da partida e Portugal foi sentindo dificuldades em anular as investidas do adversário, mas sem nunca mostrar sinais de desistência. A resiliência dos jogadores portugueses teve um papel fundamental e a motivação que Portugal precisava apareceu quando André Sousa, através de um remate certeiro em apoio, reduziu para a diferença mínima (30-29) a pouco mais de sete minutos do fim. Seguiu-se uma luta intensa pela vitória, dos dois lados, até ao apito final, e a Alemanha mostrou mais frieza e concentração, conquistado o triunfo por 34-30.
André Sousa foi eleito o MVP de Portugal e contabilizou oito golos apontados, enquanto Francisco Costa foi o melhor marcador da Seleção Nacional, com nove golos, apenas superado pelo alemão Tim Freihöfer, que assinou 10 remates certeiros.
Carlos Martingo não esconde a frustração após o desfecho do jogo com a Alemanha mas salienta o bom nível que a equipa lusa demonstrou diante de um oponente de grande qualidade. “Estamos todos desiludidos com o resultado porque sabíamos que, para podermos chegar às meias finais, teríamos que ter ganho hoje. De qualquer maneira, e ao mesmo tempo, estamos com o sentimento de orgulho e de ‘satisfação’ porque demonstrámos um excelente nível de andebol, jogámos contra uma grande equipa e em alguns momentos decisivos não conseguimos passar para a frente, caso tivéssemos conseguido, provavelmente teríamos ganho. Continuamos com alguns problemas na nossa defesa, pouco a pouco e ao longo do jogo fomos melhorando mas não foi suficiente. Dar os parabéns à Alemanha que foi um justo vencedor, também esteve grande parte do jogo na frente.” – afirmou o líder da Seleção Nacional, que destacou ainda a forma como os jogadores nunca baixaram os braços perante as adversidades.
“Esta seleção, em todos os jogos e mesmo em momentos de dificuldades, nunca virou a cara à adversidade, tentamos sempre lutar no máximo das nossas forças e, em momentos negativos, conseguimos sempre recuperar o jogo e isso faz parte do ADN desta geração, o que é fantástico.”
Em antevisão ao jogo desta quarta-feira diante da Dinamarca, Carlos Martingo lembra o confronto recente de Portugal com os nórdicos – no 4 Nations Cup em Estarreja – e reforça as dificuldades
“A Dinamarca é, também, uma das melhores seleções do Mundo nesta geração. Nós jogámos contra eles há relativamente pouco tempo em Estarreja e empatámos e vai ser, com toda a certeza, um jogo extremamente difícil. Agora, temos que recuperar os jogadores o máximo que conseguirmos para, daqui a 24 horas, podermos estar novamente ao mais alto nível, que é a única maneira que temos de derrotar a Dinamarca.” – referiu.
Portugal irá agora enfrentar a Dinamarca, já esta quarta-feira, dia 18 de agosto, pelas 17h30 portuguesas. Poderá acompanhar todos os encontros da formação lusa na EHFTV.
Calendário de Portugal no Campeonato da Europa 2021 (hora portuguesa):
Grupo D
12.08.2021 – 19h30 – Croácia x Portugal, 35:31 (17:15)
13.08.2021 – 17h30 – Portugal x França, 29:26 (11:11)
15.08.2021 – 17h30 – Portugal x Áustria, 43:29 (23:14)
Main Round
17.08.2021 – 17h30 – Alemanha x Portugal, 34:30 (18:15)
18.08.2021 – 17h30 – Portugal x Dinamarca