Esta quinta-feira a Seleção Nacional despediu-se da capital da Hungria, Budapeste, após ter realizado o jogo de estreia no Grupo 5 do Women’s EHF Euro 2022 Qualifiers, diante da seleção local, e regressou ao nosso país para continuar o estágio, desta vez de preparação para o segundo duelo, frente a Espanha. O primeiro treino no Pavilhão Municipal de Paredes, palco do jogo, aconteceu na manhã desta sexta-feira.
Para além da habitual rivalidade saudável entre os países da Península Ibérica, o jogo tem ainda mais algumas particularidades, desde logo, o facto de Portugal ter duas fontes de informação acerca do adversário, pelo facto de jogarem no respetivo campeonato. O jogo terá lugar no Pavilhão Municipal de Paredes, no próximo dia 10 de outubro e os bilhetes estão à venda.
As internacionais portuguesas Patrícia Lima e Sandra Santiago, atuam no CB Atlético Guardés, da província de Pontevedra, em Espanha. Para além das centrais portuguesas defrontarem todas as semanas oito atletas que estão presentes na convocatória da seleção hispânica, também o novo selecionador espanhol é uma cara conhecida para as atletas lusas, uma vez que José Ignacio Prades é o treinador do clube onde atuam as atletas lusas.
“A seleção espanhola joga à imagem daquilo que é o seu campeonato: os movimentos e o estilo de jogo são muito característicos e seguem sempre a mesma base e estrutura.”
É desta forma que Patrícia Lima explica, com conhecimento de causa, o jogo das Guerreras, e traça também o perfil das oito atletas que partilham o mesmo campeonato.
“Merche Castellanos e Silvia Navarro, duas guardas-redes muito experientes, habituadas a estar nos grandes palcos do andebol europeu e mundial, a meu ver é o posto com mais experiência nesta seleção. As pontas Maitane Etxeberria e Sole López, são jogadoras muito rápidas, com um timming de saída para contra-ataque muito forte. Lysa Tchaptchet e Eli Cesáreo, partilham o posto de pivô, são as duas extremamente fortes nos duelos físicos, e que, apesar da sua juventude, estão em evolução constante. Finalmente, as duas primeiras linhas que também jogam em Espanha, Paula Arcos (lateral), possui um 1×1 muito forte e explosivo, tem características defensivas muito boas e é utilizada, muitas vezes, para a posição de defesa avançada; e Silvia Arderius, uma das centrais da seleção, usufrui de uma visão de jogo incrível, acompanhada de uma grande facilidade nos duelos de 1×1.”
Também Sandra Santiago, central que, à semelhança da compatriota, está a cumprir a terceira época no CB Atlético Guardés, salienta o facto de ser um jogo especial pelas caras familiares que estarão do lado adversário.
“Naturalmente, vai ser um jogo difícil, contra uma equipa bastante experiente mas, por isso mesmo, vai ser uma excelente oportunidade para crescermos e melhorarmos. Eu e a Patrícia vamos defrontar o treinador do nosso clube e ainda uma companheira de equipa, o que torna este momento especial. O facto de haver também muitas jogadoras que jogam no campeonato espanhol, pode ser uma vantagem para nós, tendo em conta que temos mais informação sobre elas. Queremos aproveitar a oportunidade de jogar em casa e, desta vez, já com os nossos adeptos, para disfrutar e vencer o jogo.” – afirmou.
Depois de mais de dois anos sem que o público português pudesse ver de perto e a apoiar a Seleção Nacional A Feminina, este domingo esse cenário vai, finalmente, pertencer ao passado. O Pavilhão Municipal de Paredes irá voltar a receber adeptos para o duelo ibérico, um ponto extra naquilo que será a motivação das atletas lusas para o jogo com a congénere do país vizinho.
“Jogar em casa é sempre um privilégio e um fator importante, e adicionar a isso o regresso do público aos espaços desportivos, é um ponto muito positivo a nosso favor. Todos sabemos como o apoio vindo da bancada é super importante, neste caso, tratando-se de um jogo da Seleção Nacional, penso que toda a dimensão triplica, é diferente e com vários sentimentos envolvidos. Estamos a representar o nosso país perante o nosso público, que partilha o orgulho de uma nação connosco.” referiu Patrícia Lima.
O mesmo sentimento é partilhado por Sandra Santiago, que afirma que “vai ser bom voltar a jogar em Portugal, diante do nosso público, e voltar a vibrar com o apoio dos portugueses a quem queremos dar uma grande alegria.”
O jogo com a Hungria não teve o desfecho desejado para atletas e equipa técnica, particularmente pelo avultado resultado que, ainda assim, não espelha o desempenho da equipa. Apesar da derrota, houve fatores positivos, salientados após a partida pelo Selecionador Nacional, José António Silva, desde logo a estreia de duas atletas com a camisola da equipa sénior de Portugal: Mégane Ribeiro e Maria Unjanque.
No caso da lateral de 18 anos que, esta época, se transferiu para o SL Benfica, a presença nas Seleções Nacionais tem sido uma constante nos últimos anos, mas a cereja no topo do bolo chegou na passada quarta-feira, com a estreia ao mais alto nível e logo diante de uma seleção como a Hungria, num jogo de qualificação para o EHF Euro 2022. A jogadora, que assinou dois golos na partida, fez o balanço daquilo que tem sido a preparação para os dois jogos, desde o início do estágio de Rio Maior até à inesquecível estreia frente à Hungria.
“Foi uma semana e meia dura, com dois treinos por dia muito intensos. Nunca corri tanto na minha vida como nestes dias. É um prazer enorme trabalhar com o professor José António, algo que nunca tinha feito, gostei imenso do seu trabalho e sinto que já aprendi bastante. Foi a minha primeira internacionalização pela Seleção Nacional A, daí ter ficado emocionada, por ter sentido algo muito especial e importante para mim. Foi uma grande estreia, tendo em conta também o feedback da equipa técnica, colegas, família e dos adeptos. Este foi um grupo com que já tinha trabalho no ano passado, por isso, foi mais fácil de me sentir integrada. Quanto ao jogo, obtivemos um resultado infeliz, mas vamos trabalhar ainda mais e tenho a certeza de que, nos próximos jogos que aí vêm, vamos fazer diferente e muito melhor.” – afirmou a lateral.
No mesmo sentido, Mégane Ribeiro irá, certamente, recordar o dia em que se estreou pela Seleção Nacional. A atleta de 27 anos que é luso-francesa e sempre jogou em terras gaulesas, mostrou-se feliz por representar Portugal e garante que a sua experiência pode ser uma ajuda preciosa para a equipa.
“Estou muito contente por fazer parte da Seleção Nacional portuguesa. É uma honra jogar com esta camisola, sou muito apegada às minhas origens! Toda a equipa me recebeu muito bem quando cheguei a Rio Maior. Estava muito ansiosa antes do jogo contra a Hungria e, ao cantar o hino, senti um misto de emoções: alegria, orgulho, excitação. Mas após o apito inicial fiquei 100% concentrada no nosso objetivo. Penso que consegui adicionar à equipa a minha experiência e o meu saber do campeonato francês, que é um estilo de jogo completamente diferente. Claramente, estou triste com o resultado que, para mim, não reflete – de todo – os 35/40 bons minutos que fizemos no jogo. A Hungria tem uma grande equipa, portanto é preciso guardar todas as boas ações e aprender com os erros feitos para enfrentar domingo a Espanha com toda a força!” – referiu a ponta-esquerda.
A caminhada lusa continua já no próximo domingo, dia 10 de outubro, com a receção à seleção vizinha, Espanha, em Paredes. O jogo será marcado pelo regresso do público às bancadas no apoio à Seleção Nacional e conta com transmissão no Canal 11. Os bilhetes já estão à venda e podem ser adquiridos aqui.
Os pedidos de acreditação para o encontro de dia 10 de outubro deverão ser feitos através deste link: Formulário Portugal : Espanha
O Women’s EHF Euro 2022 tem início marcado para o dia 4 de novembro de 2022, termina no dia 20 do mesmo mês e decorrerá na Eslovénia, Macedónia do Norte e Montenegro.
Qualificação EHF Euro 2022
Grupo 5
06.10.2021 – 17h00 – Hungria x Portugal, 34:24 (17:15)
10.10.2021 – 17h00 – Portugal x Espanha, Canal 11
