José António Silva apostou em Jéssica Ferreira para defender as redes portuguesas, Carolina Monteiro e Anaïs Gouveia nas pontas, Joana Resende, Patrícia Lima e Maria Pereira na primeira linha e, ainda, Bebiana Sabino como pivô, no início da partida.
Foi a Hungria, seleção que marcou presença em todas as edições de Campeonatos da Europa, desde do primeiro lançamento em 1994, quem inaugurou o marcador, pela mão de Katrin Klujbeda, através da linha de sete metros, após uma exclusão para Carolina Monteiro, ainda no primeiro minuto da partida. Na resposta, a seleção das quinas foi encontrando oportunidades através da exploração do 2×2 mas a finalização não correspondia, permitindo que a seleção magyar alcançasse a primeira vantagem de três bolas à passagem do minuto cinco, 4:1. Para colmatar as falhas no ataque português, que acabariam por permitir golos fáceis às congéneres da Hungria, José António Silva parou a partida para limar os processos ofensivos. Portugal reagiu bem ao tempo técnico, conseguindo reduzir a desvantagem que era de quatro bolas (7:3) para apenas duas, 7-5. Seguiram-se minutos de bastante equilíbrio e, apesar da superioridade húngara, as jogadoras portuguesas conseguiam reinventar-se, reduzindo novamente a desvantagem de quatro bolas (17:13), para apenas duas (17:15) na saída para o intervalo.
No recomeço da partida, e através de Maria Unjanque na sua estreia pela seleção principal, Portugal atingiu o empate pela primeira vez, passados 35 minutos, 17:17. Seguiram-se sete minutos negros no ataque português, com zero golos marcados contra seis sofridos, que obrigaram José António Silva a colocar time out por duas ocasiões, aos 38 e aos 41 minutos de jogo, altura em que o marcador assinalava 23:17 favorável à equipa da casa. A seleção das quinas demorou a reagir e a Hungria chegou mesmo à dezena de golos à maior, vantagem que foi gerindo confortavelmente até ao apito final, onde se registou a derrota lusa por 34:24.
O Selecionador Nacional A Feminino salienta alguns aspetos que ditaram uma derrota expressiva de Portugal na partida inaugural do Grupo 5 de Qualificação.
“O jogo, não o resultado, acaba por espelhar um pouco aquilo que é a nossa realidade. Falando primeiro nas coisas óbvias, defrontámos uma equipa que é claramente mais forte do que a nossa, que no último meio ano, esteve nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, a maior parte das suas jogadores jogaram na Liga dos Campeões enquanto que a nossa é uma equipa jovem e constituída por jogadoras que não têm este tipo de experiência. Ainda neste ponto, ficou evidente que nos falta muito trabalho para darmos consistência ao nosso jogo durante mais tempo. Os problemas que nós já detetámos há algum tempo mantêm-se, nomeadamente, ao nível da condição física e do ponto de vista técnico, que nos impedem de ser mais eficazes. Má notícia também é o facto de ainda não termos o nosso modelo de jogo suficientemente consolidado e, enquanto as coisas estão frescas e existe algum discernimento vamos conseguindo aplicá-lo, mas com algum cansaço e alguma intensidade do próprio jogo, perdemos primeiro organização e depois eficácia individual.”
Quanto aos aspetos positivos, José António Silva destaca o facto de, durante grande parte do jogo, Portugal ter conseguido jogar ‘olhos nos olhos’ com um adversário que está num patamar superior.
“As boas notícias são que conseguimos durante grande parte dos 60 minutos, jogar ao mesmo nível do de uma equipa que terá que ser considerada uma das oito melhores do mundo, pelo menos; hoje estreámos mais algumas atletas jovens na Seleção Nacional A que deram boa conta de si e, como temos vindo a dizer, temos um longo caminho pela frente, a decaláge que nos separa destas equipas é enorme, pelas referidas razões, mas as pequenas conquistas que fizemos hoje e os indicadores que recolhemos do jogo, dão-nos esperança de que com mais trabalho, consistência e com um pouco mais de sacrifício da parte de todos, conseguiremos bons resultados no futuro.” – afirmou o líder da Seleção Nacional.
A caminhada lusa continua já no próximo domingo, dia 10 de outubro, com a receção à seleção vizinha, Espanha, em Paredes. O jogo será marcado pelo regresso do público às bancadas no apoio à Seleção Nacional e conta com transmissão no Canal 11. Os bilhetes já estão à venda e podem ser adquiridos aqui.
Os pedidos de acreditação para o encontro de dia 10 de outubro deverão ser feitos através deste link: Formulário Portugal : Espanha
O Women’s EHF Euro 2022 tem início marcado para o dia 4 de novembro de 2022, termina no dia 20 do mesmo mês e decorrerá na Eslovénia, Macedónia do Norte e Montenegro.
Qualificação EHF Euro 2022
Grupo 5
06.10.2021 – 17h00 – Hungria x Portugal, 34:24 (17:15)
10.10.2021 – 17h00 – Portugal x Espanha, Canal 11