7 Inicial: Gustavo Capdeville, Diogo Branquinho, Alexandre Cavalcanti, Victor Iturriza, António Areia, Fábio Magalhães e Miguel Martins. Martim Costa e Daniel Vieira voltaram a ficar de fora neste segundo jogo.
Miguel Martins, central que atua precisamente na Hungria, ao serviço do Pick Szeged, substituiu Rui Silva a titular num jogo em que Portugal contou com uns primeiros cinco minutos muito positivos: três golos sem resposta, com duas defesas de Gustavo Capdeville entre eles, que gelaram o MVM Dome, em Budapeste. O primeiro golo húngaro no encontro apareceu apenas aos seis minutos e foi a partir do minuto nove que o rumo do jogo mudou e se tornou favorável à seleção da casa. Foram seis minutos de claro ascendente da armada da Europa de leste que, primeiro, chegou ao empate a cinco golos, após um parcial de 3-0 e, depois, Pedro Rodríguez assinou o 6-7, colocando a Hungria na frente do marcador pela primeira vez. Perto dos 10 minutos finais, apareceu uma também inédita vantagem de dois golos para o conjunto húngaro (6-8) que prevaleceu até aos 25 minutos, altura em que Gilberto Duarte apontou o golo do empate (12-12), o que levou o treinador Istvan Gulyas a pedir time-out. Seguiu-se um período equilibrado e os Heróis do Mar terminaram a primeira parte em superioridade, algo que foi aproveitado por Rui Silva, que marcou o 15-14 no último remate antes do intervalo, levando Portugal a recolher aos balneários na frente, algo que não acontecia desde o 6-5 (14 minutos).
Intervalo: 15-14
A segunda parte abriu com duas defesas seguidas do recém entrado Márton Székely, que já jogou em Portugal, ao serviço do FC Porto, e com a Hungria a passar de novo para a dianteira (15-16), três minutos após o recomeço. Seguiu-se um longo período de parada e reposta, desde os 34 minutos até aos 42 minutos, no qual Portugal teve uma única oportunidade para chegar à liderança, mas o guardião húngaro voltou a dizer presente. Foi mais feliz a Hungria, que alcançou dois golos de vantagem pouco depois (21-23), com o experiente central Máté Lékai em destaque, o que levou Paulo Pereira a pedir time-out. No momento menos positivo dos Heróis do Mar na segunda parte, à entrada para os últimos 10 minutos de jogo – e depois de Portugal desperdiçar alguns ataques-, a Hungria voltou a construir uma margem de três golos de vantagem (24-27), mas não havia forma de quebrar a confiança da equipa lusa. Isto porque nos seis minutos seguintes, Portugal assinou um parcial de 4-1, finalizado por Victor Iturriza, que voltou a trazer o empate, desta vez a 28 golos, num verdadeiro momento de inspiração luso e com Gustavo Capdeville de novo a transcender-se, criando também alguma instabilidade no adversário. A ponta final do jogo foi frenética, e a Hungria beneficiou de uma superioridade numérica, que durou até ao fim, para confirmar o triunfo nos últimos segundos.
Apesar da derrota, Paulo Pereira mostrou orgulho em trabalho com este grupo de atletas e recusa atirar a toalha ao chão neste Europeu: “Hoje já fomos mais de Portugal mas ainda podemos fazer melhor do que isto. Há sensações que não temos quando não jogamos, ainda por cima quando se tem que alterar os formatos defensivos, que foi o nosso caso. Acabámos por recorrer um pouco ao formato anterior, no início do jogo e acabámos por pagar uma fatura, porque o Victor [Iturriza] ficou com duas exclusões com pouco tempo de jogo. Ou seja, nós sabíamos que corríamos esse risco, não é por acaso que eu ando a preparar outro tipo de formatos, mas pronto, acabou por ser positivo dentro do mau, porque não ficamos satisfeitos por ter perdido. Mas acho que foi uma resposta espetacular, depois de andarmos meio perdidos, há algum tempo. Este jogo acabou por ser interessante para nós recuperamos um pouco a nossa auto-estima enquanto equipa. Vamos lutar até ao fim. Este grupo de atletas é espetacular e é um prazer trabalhar com eles. E obrigado a eles.” – afirmou o Selecionador Nacional.
Para que o apuramento seja possível, é necessário que a Islândia vença os Países Baixos ainda este domingo (19h30), que Portugal derrote a mesma seleção neerlandesa e que a Islândia vença a Hungria, ambos na próxima terça-feira. Esse desfecho fará com que haja uma espécie de ‘luta a três’ (Portugal, Hungria e Países Baixos) e aí o o critério de desempate passará a ser a diferença de golos.
Men’s EHF Euro 2022
Grupo B
14.01.2022 – 19h30 – Portugal : Islândia, 24:28 (10:14)
16.01.2022 – 17h00 – Portugal : Hungria, 30:31 (15:14)
18.01.2022 – 19h30 – Países Baixos : Portugal, RTP2
Fotos: © Uros Hocevar / Jure Erzen / kolektiff