EHF Euro 2022: Portugal falha Main Round após nova derrota

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Heróis do Mar perdem o terceiro jogo com os Países Baixos por 32-31 e terminam a participação no Europeu.

7 Inicial: Gustavo Capdeville, Leonel Fernandes, Fábio Magalhães, Victor Iturriza, António Areia, Rui Silva e Miguel Martins. Martim Costa e Daniel Vieira ainda não foram escolhas de Paulo Pereira no Europeu.

O jogo começou da melhor forma possível para Portugal e nada fazia prever a mudança drástica de rumo que acabaria por acontecer mais tarde. Nos três primeiros minutos, Gustavo Capdeville somou duas defesas e Victor Iturriza colocou Portugal a vencer por 0-2, com bons indicadores defensivos do coletivo. Aos cinco minutos apareceu o primeiro golo dos Países Baixos e foi nessa altura que começaram as dificuldades lusas: cinco golos sem resposta, colocaram a formação neerlandesa na dianteira por uma inédita margem de três golos (5-2), depois de várias falhas técnicas e remates falhados no ataque português e ainda com a contribuição do guarda-redes Bart Ravensbergen. Aos 11 minutos, Leonel Fernandes assinou o 5-3 e voltou mexer as redes do adversário, algo que já não acontecia há mais de oito minutos, tendo contribuído para isso a velocidade de jogo imposta pela seleção dos Países Baixos, que surpreendeu o conjunto luso. Paulo Pereira fez algumas mexidas, como as entradas de Daymaro Salina e Alexandre Cavalcanti e, a meio da primeira parte, Portugal já tinha apresentado sinais de melhoria, quer a nível defensivo, quer ofensivo. Miguel Martins assinava, nessa altura, o 8-7, o que voltava a trazer equilíbrio ao resultado mas aos 18 minutos começou um ‘show‘ à parte, que teve como protagonistas os dois guarda-redes: Gustavo Capdeville e Bart Ravensbergen. Ambos reclamaram para todo o destaque, com defesas sucessivas de parte a parte e o guardião português ia sendo decisivo para manter o placard apertado. Dentro dos 10 minutos finais apareceu, de novo, uma margem de três golos favorável à equipa laranja (11-8), o que levou Paulo Pereira a pedir time-out, na tentativa de afinar alguns pormenores. Após a paragem, o jogo seguiu dividido mas com alguma superioridade dos Países Baixos, que saíram para o intervalo na frente com uns inéditos quatro golos à maior.

Intervalo: 17-13

A entrada na segunda parte foi mais positiva para a seleção dos Países Baixos, que chegou a uma vantagem até então desconhecida de cinco golos (20-15), com ataques muito rápidos e eficazes. Paulo Pereira respondeu com a utilização do sistema 7×6 e Portugal melhorou na defesa, uniu mais o bloco e iniciou uma forte recuperação até à diferença mínima (23-22), depois de um parcial de 2-6, finalizado por Diogo Branquinho. Aos 48 minutos, Victor Iturriza dispôs da única oportunidade lusa de chegar ao empate, a 25 golos, mas o guardião Bart Ravensbergen, mais uma vez, transcendeu-se com uma grande defesa aos seis metros. Seguiu-se um período de parada e resposta e à entrada para os últimos cinco minutos apareceu o último fôlego português: a perder por 29-26, um parcial de 1-5 iniciado por Victor Iturriza e finalizado por Gilberto Duarte, aos 58 minutos, colocaram Portugal na frente do resultado, por 31-30, algo que já não acontecia desde o minuto 3′ (0-2). No entanto, a meta dos dois golos de vantagem necessária para que Portugal pudesse seguir em frente não foi alcançada e os Países Baixos acabaram mesmo por vencer por 32-31. Nota para uma segunda-parte de alto nível de Gustavo Capdeville, à semelhança da primeira, que somou um total de 12 intervenções.

Em declarações no final da partida, Paulo Pereira assume a responsabilidade pelo desfecho do jogo: “Saio daqui com um sentimento de amargura. Devíamos ter feito um pouco mais, tendo em conta que tivemos a oportunidade à nossa frente e não fomos capazes. Fomos, de certa forma, indisciplinados no jogo, tentamos seguir o plano mas depois não fomos pacientes [no ataque]. Em termos defensivos sabíamos muito bem onde é que teríamos o problema e jogamos completamente diferente na defesa, embora a transição continue a ser um problema na segunda parte. Acho que melhoramos bastante na questão dos duelos e na nossa forma de estar no jogo. A forma que nós preparámos o jogo se calhar não foi a mais idónea, eu assumo o erro como treinador, provavelmente não seriam aquelas as soluções para o jogo e, nestes casos, o treinador tem que assumir quando as coisas correm mal.” – atirou o Selecionador Nacional, falando ainda do estatuto que os Heróis do Mar têm e que tem que ser reforçado todos os dias.

“Este estatuto [de Heróis do Mar] tem que ser trabalhado todos os dias por cada membro do grupo, com muito compromisso, muito trabalho, muita dedicação, autocrítica, dignidade e respeito pelo próximo. Uma série de atributos que os Heróis do Mar tinham, creio eu, e nós também temos. É preciso, todos os dias, fazer alguma coisa que contribua para que esse estatuto seja cada vez mais engrandecido. E oxalá que assim seja no futuro.” – afirmou.

Men’s EHF Euro 2022
Grupo B
14.01.2022 – 19h30 – Portugal : Islândia24:28 (10:14)
16.01.2022 – 17h00 – Portugal : Hungria30:31 (15:14)
18.01.2022 – 19h30 – Países Baixos : Portugal, 32:31 (17:13)

Fotos: © Uros Hocevar / kolektiff

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