SL Benfica é o vencedor da EHF European League

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Águias batem SC Magdeburg após prolongamento por 40-39 e tornam-se na primeira equipa portuguesa a vencer a competição em dia histórico para o andebol português; Orlen Wisla Plock supera RK Nexe e fica com a medalha de bronze.

FINAL
SL Benfica (POR) vs SC Magdeburg (GER)

7 Inicial: Sergey Hernandez, Jonas Kallman, Petar Djordjic, Lazar Kukic, Alexis Borges, Demis Grigoras e Ole Rahmel

A Altice Arena engalanou-se para receber a Final da EHF European league e foi a mão de Demis Grigoras que levou o pavilhão ao rubro pela primeira vez; os alemães saíram na resposta mas Alexis Borges voltou a lançar os encarnados na frente. O encontro seguia a um ritmo acelerado mas um erro no ataque acabou por colocar a formação de Bennet Wiegert na liderança (2-3), no entanto, Petar Djordjic voltou a estabelecer a igualdade. Foi a vez dos guardiões colocarem o ataque à prova e Sergey Hernandez levou a melhor – com duas defesas para uma de Jannick Green – dando a oportunidade ao SL Benfica de passar para o comando pela mão do internacional português, Alexis Borges. Os dois golos de vantagem acabaram mesmo por chegar à passagem dos 10 minutos do encontro e, pouco depois, Tim Hornke acaba mesmo por reduzir para o defensor do título – SC Magdeburg.

O jogo seguiu com a vantagem mínima da formação encarnada, com o guardião espanhol a negar o golo por três ocasiões ao adversário e lançando a equipa portuguesa naqueles que poderiam ser os três golos de vantagem mas Petar Djordjic acabou por desperdiçar a oportunidade na marcação de um livre de 7 metros e permitiu a defesa de Mike Jensen – guarda-redes que já tinha sido uma dor de cabeça para o HBC Nantes, de Pedro Portela e Alexandre Cavalcanti, nos quartos-de-final. Por esta altura, Bennet Wiegert pede o seu primeiro time-out que resultou numa perda de bola no ataque encarnado e acabou por lançar a formação alemã no contra-ataque, o que deu o empate a 9 golos. Desta vez foi Ole Rahmel o escolhido para concretizar o castigo máximo e com sangue frio coloca o Benfica em vantagem pela margem mínima (11-10) mas a resposta, rapidamente, surgiu e o empate foi restabelecido.

Com cinco minutos para jogar, os lusos seguiam no comando do encontro mas, mesmo em momento de jogo passivo, a formação alemã acabou por ter sangue frio e voltar a igualar (13-13) mas foi o Benfica que recolheu aos balneários na liderança. Ole Rahmel encontrou-se de mão quente durante todo o primeiro tempo com seis golos em seis oportunidades sendo uma das figuras preponderantes do encontro até então – o internacional germânico que já tinha levantado o troféu em 2019 ao serviço do THW Kiel.

Intervalo: 15-14

Na entrada para o segundo tempo, Omar Magnusson acabou por estabelecer o empate (15-15) e deu o mote para parada e resposta até que Ole Rahmel desperdiçou um livre de 7 metros, com uma bola à barra, e deu hipótese aos alemães de passarem para o comando – oportunidade esta que não foi desperdiçada pelo islandês na marca de castigo máximo (16-17). Demis Grigoras e Bélone Moreira falharam nos ataques seguintes e o SC Magdeburg acabou por conquistar três golos à maior (17-20) – situação não antes vista no jogo – que obrigou Chema Rodriguez a levar o cartão verde à mesa pela primeira vez.

À passagem dos 40 minutos, Lazar Kukic e Jonas Kallman conseguem reduzir a diferença para a margem mínima (20-21) e apesar da resposta alemã, o internacional sueco recoloca o jogo por um golo mas nem um par de defesas de Sergey Hernandez estabeleceram o empate no marcador, pelo menos até aos 45 minutos de jogo. Altura em que o guardião espanhol faz levantar a Altice Arena e lança Jonas Kallman para a igualdade a 23 golos, um minuto mais tarde. Aos 18 minutos, Petar Djordjic coloca o Benfica a vencer por 25-24 e o encontro seguiu com golos de parte-a-parte, com uma reta final imprópria para cardíacos. A um minuto do final, o internacional sérvio mostrou-se letal da marca de 7 metros e colocou tudo empatado a 30 golos, com os alemães a passarem para a frente de seguida, mas Lazar Kukic voltou a estabelecer a igualdade a 31. Faltavam apenas 15 segundos para jogar quando Bennet Wiegert coloca o cartão verde na mesa para ajustar a última jogada alemã do encontro que resultou num golo de Philip Weber (31-32), na sequência, foi a vez de Chema Rodriguez parar o jogo e, com três segundos para jogar, Alexis Borges concretizou o golo do empate que levou o jogo a prolongamento.

Resultado Tempo Regulamentar: 32-32

No prolongamento, e com dez minutos minutos para jogar em duas partes, foi Gisli Kristjansson quem deu a vantagem à turma germânica mas Ole Rahmel restabelece o empate a 33 golos. Com dois minutos jogados, houve direito a livre de 7 metros, o qual Omar Magnusson não desperdiçou dando a liderança ao SC Magdeburg. Após falha no ataque encarnado, novo castigo máximo para os alemães mas desta vez a sorte ficou do lado de Sergey Hernandez, que defendeu com os pés, por duas ocasiões e Jonas Kallman colocou tudo igual, desta feita a 34 golos.

1ª Parte do Prolongamento: 34-35

O SL Benfica começou com bola na segunda metade do prolongamento e Jonas Kallman voltou a não falhar, o jogo seguiu com empates sucessivos e o marcador assinalava 37-37 a minuto e meio do final. Lazar Kukic fez erguer o público na Altice Arena, após um roubo de bola, quando faltavam apenas dois minutos para jogar, dando oportunidade a Bélone Moreira de colocar o Benfica em vantagem, o que acabou por acontecer a 39-38. Alexis Borges selou resultado final naquela que é a primeira conquista do SL Benfica na EHF European League.

Resultado Final: 40-39

Top Players: Ole Rahmel – 79% de eficácia (11 golos/14 remates) e Sergey Hernandez – 26% de eficácia (14 defesas/ 53 remates)

Sobre esta final, existem alguns dados relevantes a ter em mente no olhar analítico entre os dois adversários. Sergey Hernandez brilhou na semi-final e com 16 defesas ajudou o SL Benfica a vencer o Orlen Wisla Plock; do lado alemão, foram os artilheiros a cintilar, com Matthias Musche (8 golos) e Michael Damgaard (6 golos) a contribuirem para a vitória do SC Magdeburg frente ao RK Nexe. A turma portuguesa esteve presente, pela primeira vez, na Final da EHF European League, já o SC Magdeburgo contava com sete finais em competições europeias e venceu cinco das seis edições anteriores. As duas equipas nunca se tinham encontrado anteriormente mas os lusos já tinham deixado pelo caminho duas formações alemãs (Rhein-Neckar Löwen e TBV Lemgo); no lado oposto, o SC Magdeburgo deixou os portugueses do Sporting CP para trás na caminhada para a final. Os atuais campeões SC Magdeburg chegaram invictos à final (13 vitórias e dois empates) e têm uma série invicta de 26 jogos na EHF European League. 16 vezes nos últimos 17 anos, a EHF European League (antiga EHF Cup) foi ganha por uma equipa da Alemanha; a única excepção foi o Pick Szeged, da Hungria, em 2014. Petar Djordjic foi o melhor marcador de toda a EHF European League, com 107 golos marcados, ultrapassando Halil Jaganjac (RK Nexe) que terminou a Final Four com 107 golos.

3º/4º LUGAR
Orlen Wisla Plock (POL) vs RK Nexe (CRO)

Neste encontro, que antecedeu a tão esperada final – entre SL Benfica e SC Magdeburg – foram os polacos a sorrir primeiro com Abel Serdio a bisar na entrada do encontro e a turma de Xavier Sabate chegou mesmo ao 4-1 quando o marcador passava os cinco minutos. Os croatas tentaram recuperar mas o mais perto que conseguiram estar, durante os primeiros 15 minutos, foi a dois golos, quando o marcador assinalava 8-6. Com o desenrolar do encontro, e apesar de alguns momentos em que o jogo esteve com quatro golos de diferença, os croatas mostraram sinais de recuperação na reta final e, aos 28 minutos, Halil Jaganjac empatou o encontro a 13 golos, num momento menos positivo dos polacos. As equipas acabaram por recolher aos balneários com a diferença mínima no marcador.

Intervalo: 14-13

Apesar do empate ter surgido na entrada para a segunda metade, o Wisla Plock acabou por pressionar e voltou a conquistar três golos à maior (17-14) devido à prestação de Zoltan Szita – cara conhecida dos portugueses enquanto adversário húngaro de Portugal no EHF Euro 2022. Na entrada do minuto 40 a vantagem era mantida para os polacos (19-16) e as tentativas de aproximação do RK Nexe revelaram-se infrutíferas quando momentos mais tarde o Wisla liderava o encontro por cinco golos (21-16). Quando faltavam apenas cinco minutos para o final a diferença manteve-se a mesma e o Orlen Wisla Plock acabou por conquistar a medalha de bronze na edição de 2021/2022 da EHF European League.

Resultado Final: 27-22

Top Player: Lovro Mihic (5 golos/6 tentativas)

Na antecâmara do primeiro encontro do dia, que apurou a medalha de bronze da EHF European League, entre Orlen Wisla Plock e RK Nexe, analisamos os dois oponentes numa perspetiva histórica e de performance do dia das meias-finais. Pelo segundo ano consecutivo, a formação de Xavier Sabate perdeu na semi-final e teve que se contentar com o terceiro lugar – no ano passado a antiga equipa de Tiago Rocha e Gilberto Duarte saiu derrotada, em Mannheim, frente ao Rhein-Neckar Löwen e acabou por não ir além do quarto lugar. Apesar da boa prestação no caminho até à Final Four, onde apenas somava uma derrota, o SL Benfica foi, claramente, mais forte e causou novo desaire à equipa polaca. Já os croatas do RK Nexe foram afastados pelo SC Magdeburg – atual campeão em título.

Pela primeira vez, a Final 4 da EHF European League disputa-se fora de terras germânicas ou gaulesas, tornando Portugal o terceiro país a organizar uma fase final de uma competição europeia de clubes. A Altice Arena, recorde-se, será também um dos palcos do EHF Euro 2028.

Poderá acompanhar toda a ação através do website da Federação Europeia de Andebol.

EHF European League Final 4
28.05.2022 – 15h00 – SC Magdeburg x RK Nexe, 34-29 (18-13)
28.05.2022 – 17h30 – Orlen Wisla Plock x SL Benfica, 19-26 (8-10)
29.05.2022 – 15h30 – Orlen Wisla Plock x RK Nexe, 27-22 (14-13)
29.05.2022 – 18h00 – SC Magdeburg x SL Benfica, 40-39 (15-14) a.p.

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