IHF World Championship 2023: Portugal quer marcar posição num confronto direto desnivelado

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Seleção Nacional A Feminina nunca venceu a Roménia ao nível sénior, em sete jogos oficiais já realizados. O sonho de fazer história e chegar ao Mundial, passa também por reescrever o passado contra as romenas.

Se os jogos entre Portugal e Roménia nos escalões de formação entraram já no curso da normalidade ao longo dos anos, o mesmo não se pode dizer no que toca ao nível senior. No patamar mais alto da modalidade, os registos mostram “apenas” sete confrontos entre a Seleção Nacional A Feminina e a congénere do sudeste europeu, todos eles já no século XXI e, a grande maioria, referentes a qualificações para Europeus. A única exceção é o primeiro duelo, que remonta a 3 de dezembro de 2006, e que foi o único que contou para a qualificação para o Campeonato do Mundo de 2007, em jogo único que Portugal perdeu por 32-25, em Râmnicu Vâlcea, apesar de se encontrar na frente ao intervalo, por 14-15. Agora, praticamente 17 anos depois, lusas e romenas vão voltar a medir forças com o mesmo objetivo de chegar à competição mais importante de seleções à escala planetária, que nunca teve o nome de Portugal e, em sentido contrário, já teve uma medalha de bronze atribuída à Roménia, em 2015.

Recuando até 2009, concretamente a 14 de outubro, a Seleção Nacional – já com Bebiana Sabino e Maria Pereira entre as convocadas – deslocava-se até à cidade de Sighisoara para realizar o segundo jogo de sempre contra a Roménia a nível sénior, inserido na qualificação até ao Campeonato da Europa de 2010: 37-23 foi o resultado final. Sete meses depois, no duelo da segundo volta do grupo, Portugal perdeu em Leiria, por 23-44, naquela que foi a derrota mais avultada da formação lusa.

Mais tarde, Portugal voltou a encontrar a Roménia na caminhada até ao Europeu de 2012 e repetiu-se a fatídica histórica: dois jogos, duas vitórias da equipa romena. Praticamente dois anos depois, a 19 de outubro de 2011, desta vez na cidade de Ramnicu Valcea, o jogo teve moldes diferentes, mais equilibrado, mas o resultado final ficou fechado em 35-24. A 30 de maio de 2012, Moimenta da Beira recebeu o duelo da segunda volta, e o resultado foi exatamente o mesmo, 24-35. Bebiana Sabino e Maria Pereira voltaram a estar presentes.

Daqui até novo duplo confronto, referente à qualificação para mais um Campeonato da Europa, passaram praticamente sete anos. No dia 28 de setembro de 2017, foi no Luso que Portugal recebeu a Roménia, em novo jogo de má memória, que terminou 16-32 e em que ao intervalo registavam-se apenas cinco golos lusos. A 6 de junho de 2018, em Buzau, uma Seleção Nacional de cara lavada colocou a Roménia em sentido mas acabou por não conseguir ser feliz no final, perdendo por 32-28. Face ao lote atual de convocadas, foram já muitas mais atletas a estar presentes neste processo de qualificação: Mariana Lopes, Maria Pereira, Bebiana Sabino, Jéssica Ferreira, Patrícia Lima,  Patrícia Rodrigues, Beatriz Sousa e Isabel Góis.

“Temos argumentos para fazer história”

A lateral Maria Pereira recorda com orgulho o segundo de Portugal com a Roménia, em 2009, apesar do resultado final e fala ainda de como a equipa romena se foi reinventando ao longos dos anos, com uma estrela em ascensão que hoje assume um papel determinante: “O que dizer sobre a equipa da Roménia? Foi a minha primeira internacionalização como sénior, lembro-me bem desse jogo. Uma seleção forte, como muita história no andebol feminino, que forma grandes jogadoras. Na altura, a Cristina Neagu era uma grande jogadora mas não com a importância que tem hoje. Falava-se muito na Valentina, a ponta-esquerda com muita experiência e muito tecnicista. Anos mais tarde, voltámos a debater-nos com a Roménia, já com a Neagu a ter um papel fundamental na equipa. Hoje, a equipa da Roménia está em renovação, com atletas mais fintadoras.”

A experiente atleta que atua no SIR 1º de Maio ADA CJB acredita numa história com final feliz: “Não é aquela seleção física e dura dos anos atrás, continua uma seleção forte mas acho que temos argumentos para fazer história.”

Também a capitã da Seleção Nacional, Bebiana Sabino, recorda como é jogar na Roménia debaixo de um forte apoio contrário e destaca um fator importante que não tem acontecido nos últimos anos – os duelos não aconteceram em formato de eliminatória: “Mais concretamente, em comparação com os dois últimos jogos, a seleção romena, mantém uma base de jogadoras semelhante à atualidade, com uma qualidade de jogo também ela semelhante. Porém, considero que nós estamos com uma qualidade e consistência de jogo superior ao que apresentamos nestes dois últimos jogos. Tal como nestes jogos, a anulação de jogadoras chave como a Cristina Neagu e a Crina Pintea, será determinante para o nosso sucesso. Estes dois próximos confrontos também apresentam uma caraterística distinta, pois todos os jogos até ao momento foram disputados em fase de grupos. Do passado, sabemos que jogar na Roménia é jogar com um pavilhão completamente cheio e com um público bastante efusivo no apoio à sua nação. Mas conseguindo manter a eliminatória em aberto, temos a possibilidade de decidir em casa.”

Portugal parte agora em busca de um sonho antigo e nunca antes conseguido de chegar ao Mundial pela primeira vez e uma coisa é certa, para fazer história e entrar numa grande competição é necessário vencer, também de forma inédita, a Roménia, que tem a lateral Cristina Neagu como principal referência.

O processo de pedido de acreditações para o jogo da segunda mão contra a seleção romena, em Paredes, já está aberto, e pode ser acedido AQUI.

IHF World Championship 2023 – Play Off
Calendário 
08.04.2023 – 15h00 – Roménia x Portugal, Canal 11
12.04.2023 – 20h15 – Portugal x Roménia, Canal 11

No total, o IHF World Championship 2023 – marcado para novembro e dezembro deste ano – contará com a participação de 16 equipas europeias: os co-anfitriões Noruega (atual campeã em título), Suécia e Dinamarca; as três melhores equipas do EHF EURO 2022 e as 10 vencedoras do Play Off 2 da Qualificação Europeia.

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