IHF Men’s U21 WCh: Portugal não vai além do 6.º lugar

Terceira melhor classificação de sempre em Campeonatos do Mundo de sub-21 foi alcançada, mesmo após a derrota frente à Dinamarca, no jogo de despedida (30-25), deste domingo.

7 Inicial: Tiago Ferreira, Gabriel Viana, Miguel Oliveira, André Sousa, João Gomes, Tiago Teixeira e Nuno Queirós.

Chegou ao fim a participação da Seleção Nacional sub-21 no 2023 IHF Men’s Junior U21 World Championship, que não terminou na forma pretendida, porque a Dinamarca impediu o último objetivo luso que passava por um lugar no top-5. Uma derrota por 30-25 na despedida, garantiu a Portugal o 6.º posto entre as 32 seleções presentes nesta edição do Campeonato do Mundo da geração que, para alguns atletas lusos, foi a última em que representaram as cores do nosso país, ao nível da formação. Foram 13 dias de competição, oito jogos que resultaram em cinco vitórias e três derrotas, naquela que foi a terceira melhor classificação de sempre em Campeonatos do Mundo de sub-21, depois da medalha de bronze em 1995 e do 4.º lugar conquistado em 2019. 

Assim foi a história do jogo de despedida de Portugal frente à Dinamarca:

A boa exibição de Tiago Ferreira entre os postes, no duelo passado contra a Croácia, valeu-lhe a titularidade neste jogo de despedida de Portugal no Mundial de sub-21 e foi dele a primeira defesa da partida, no entanto, os primeiros ataques foram perdidos pela equipa lusa e a Dinamarca aproveitou para dar início a um parcial de 4-1, na Max-Schmeling-Halle, em Berlim. Neste período madrugador, o sucesso dinamarquês assentou nos ataques rápidos e no ataque fluído, mas também na prestação do guardião Mathias Dorgelo.

Os nórdicos apresentavam duas trocas defesa-ataque, Portugal apenas uma e aos oito minutos surgia a primeira diferença de quatro golos (7-3), com Portugal a sentir algumas dificuldades em ultrapassar a muralhada defensiva contrária, mas a reclamar igualmente da falta de sorte. Perto dos 10 minutos, a Seleção Nacional marcou pela primeira vez dois golos seguidos (7-5), no entanto, a eficácia lusa pecava por escassa, o que condicionava a recuperação.

Quase a chegar aos 15 minutos, e com o marcador em 10-6, Carlos Martingo solicitou o primeiro time-out depois de Portugal ter assinado apenas um golo nos últimos cinco ataques e pedia que os seus jogadores tivessem paciência no ataque e que não entrassem em ações precipitadas, como tinha vindo a acontecer. Como resultado da paragem, houve mexidas em quatro postos específicos e dois golos sem resposta para os lusos (10-8).

Seguiu-se um período de parada e resposta, e apesar dos nórdicos terem baixado a sua eficácia no ataque à chegada ao intervalo, a verdade é que Portugal não caminhou no sentido oposto e, por isso, a diferença entre as duas seleções nunca oscilou para lá dois golos. Durante os primeiros 30 minutos, a percentagem de acerto em todos os remates era de 67% para os nórdicos e apenas 48% para Portugal, que concretizou 13 golos em 27 remates. O dinamarquês Victor Klove levava cinco golos ao intervalo, enquanto que Vasco Costa havia assinado quatro.

Intervalo: 16-13

Nos primeiros 10 minutos da segunda parte, nem sempre bem jogados de parte a parte, houve nove golos, todos eles intercalados, o que fez prevalecer uma diferença entre os três e os quatro golos. Na primeira vez que a Dinamarca assinou dos golos consecutivos na etapa complementar, aos 41 minutos, alcançou uns inéditos cinco golos de vantagem, mesmo em inferioridade numérica (22-17).

Portugal reagiu e concretizou um parcial de 1-3 para reduzir a margem para três golos (23-20), agora já com Diogo Rêma Marques entre os postes e a contribuir para a recuperação. Mas o filme voltou a repetir-se, com a Dinamarca a crescer novamente para a maior diferença (25-20) e aos 50 minutos, Carlos Martingo pediu time-out numa altura em que Portugal já não marcava há cinco minutos e a diferença na percentagem de defesas fazia a diferença: 44% contra 19%. Na sequência da paragem apareceu o sistema 7×6 luso e uma maior profundidade na defesa.

O melhor momento português apareceu logo depois, até aos 55 minutos, com cinco golos marcados e dois sofridos (27-25) o que fez aparecer a diferença de dois golos, algo que já não se via desde o 11-9. Houve tempo ainda para a Dinamarca assinar um último parcial de 3-0, para fechar as contas da vitória em 30-25 e garantir o 5.º lugar no Mundial de sub-21.

Vasco Costa, João Gomes e Ricardo Brandão, todos com cinco golos marcados, foram os melhores marcadores de Portugal no jogo de despedida.

MVP e Too Scorer: Ricardo Brandão (5 golos / 71% de eficácia)
Top Scorers: Vasco Costa (5 golos / 56% de eficácia) e João Gomes (5 golos / 42% de eficácia)

Resultado Final: 30-25

Carlos Martingo, técnico desta formação, abordou as dificuldades sentidas neste jogo com a Dinamarca: “Entrámos com um excelente ritmo de jogo mas, com algumas precipitações, que nos levaram a algumas situações de finalização inconsequente, o que contribui para que no início perdêssemos a liderança do marcador. Posteriormente, estabilizámos o nosso jogo e penso que, no global, criámos bastante situações positivas para finalizar mas falhámos na concretização, devido a uma excelente exibição da dupla de guarda-redes da Dinamarca. No final, ainda tentámos alterar o sistema defensivo, jogámos 7×6, tivemos oportunidade para passar para dois golos mas nunca o conseguimos e a nossa derrota acaba por ser justa.”

Em jeito de balanço desta participação – a última desta geração – Carlos Martingo mostrou-se satisfeito com os resultados alcançados nas últimas competições oficiais: “Penso que foi extremamente positivo, o sexto lugar no Campeonato do Mundo é sempre uma boa classificação, o nível geral do jogo – quer no ataque, quer na defesa – foi sempre muito bom, contribuímos para a solidificação do estatuto do andebol português internacionalmente e tudo isso nos deixa bastante orgulhosos do que fizemos aqui, sendo que, a nossa responsabilidade e exigência é cada vez maior. Estes resultados só são possíveis devido ao trabalho dos clubes e à aposta da Federação de Andebol de Portugal nas camadas jovens.”

Equipa Ideal

Guarda Redes: David Späth – GER
Ponta Direita: Kristófer Máni Jónasson – ISL
Lateral Direito: Zoran Ilic – HUN
Central: Elias Ellefsen Á Skipagotu – FAR
Lateral Esquerdo: Miloš Kos – SRB
Ponta Esquerda: Pedro Oliveira – POR
Pivô: Justus Fischer – GER

Melhores marcadores; Elias Ellefsen Á Skipagotu – FAR / Naoki Fujisaka – JPN (55 golos)

MVP: Nils Lichtlein – GER

2023 IHF Men’s Junior U21 World Championship
Calendário (hora portuguesa)
Preliminary Round – Grupo C
20.06.2023 – 10h00 – Portugal x Kuwait, 35-21 (18-11)
21.06.2023 – 12h15 – Costa Rica x Portugal21-52 (12-26)
23.06.2023 – 19h15 – Portugal x Brasil, 27-19 (13-11)
Main Round
25.06.2023 – 14h45 – Portugal x Espanha, 33-31 (19-20)
26.06.2023 – 14h45 – Portugal x Ilhas Faroé19-27 (10-15)
Quarter Finals
29.06.2023 – 14h45 – Islândia x Portugal, 32-28 (12-14)
Placement Matches
01.07.2023 – 11h30 – Portugal x Croácia, 32-36 (17-17)
5.º-6.º
02.07.2023 – 11h30 – Dinamarca x Portugal, 30-25 (16-13)

O 24.º IHF Men’s Junior U21 World Championship decorre entre 20 de junho e 2 de julho, numa organização conjunta de Alemanha e Grécia. A transmissão em direto do evento para Portugal ficará a cargo do Canal 11.

Patrocinadores Institucionais