Quando o Main Round deixou de ser uma possibilidade, após a derrota com Espanha no fecho da Ronda Preliminar, a Seleção Nacional sub-18 Masculina sabia que o melhor que poderia conseguir a partir daí era o 9.º lugar do M18 EHF Euro 2024 e, esta sexta-feira, veio a esperada confirmação. Uma vitória contra a França, fixada em 27-30, num jogo em que até esteve a vencer por sete golos, garantiu desde já o top-10 a Portugal, bem como a possibilidade de lutar por essa melhor classificação possível no dia das decisões.
O último adversário será a Eslovénia e o jogo decisivo a valer o 9.º lugar está agendado para as 13h30 (hora portuguesa) deste domingo, no Verde Complex, em Podgorica, Montenegro.
7 inicial: Francisco Silva, Gustavo Sousa, Miguel Mendes, Tiago Sousa, Rafael Vasconcelos, José Nunes e Gonçalo Gomes.
O guarda-redes Francisco Silva começou bem cedo a mostrar as melhores qualidades mas foi França a abrir o ativo (1-0) no Verde Complex, em Podgorica, antes de Portugal responder com três golos de uma assentada, fruto de uma prestação defensiva competente, a causar tremendas dificuldades ao ataque francês (1-3). França, que tinha aberto a contagem no primeiro minuto, só voltaria a marcar perto dos 7’ (2-3).
A eficácia de remate da equipa lusa começou a cair e os gauleses aproveitaram para trazer novo empate (3-3), antes de Portugal sofrer a primeira exclusão da partida. Em inferioridade numérica, a Seleção Nacional voltou a contar com a inspiração de Francisco Silva entre os postes (63% de eficácia nesta altura) para não deixar a França consumar a reviravolta. Mais tarde, Portugal voltou ao comando (3-4) e aos dois golos à maior (4-6), ambas as vezes em superioridade numérica.
Até aos 21’, os Lusos já tinha sofrido quatro exclusões, o que condicionadava a forma como conservavam a vantagem, para além do guardião francês Timothé Riss ainda complicar mais a tarefa. Mesmo assim, a última situação de inferioridade fez sobressair o melhor da Seleção Nacional que alcançou mesmo três golos à maior, de forma inédita (6-9), com a ajuda de Bernardo Sousa, que entrou para travar um livre de 7 metros contrário.
Portugal mostrava confiança a defender com profundidade e aos 26 minutos, apareceu o 8-12, que elevava a diferença para um patamar novo de quatro golos e que motivou o primeiro pedido de time-out do jogo, por parte da França.
Os últimos quatro minutos da primeira parte foram algo instáveis, com vários remates perdidos de parte a parte, mas Portugal acabou por cima, com uma defesa de Francisco Silva seguida de um golo de Tiago Sousa – melhor marcador do jogo após 30 minutos, com quatro golos -, que voltou a trazer uma preciosa vantagem de quatro golos nos últimos segundos.
Intervalo: 9-13
O marcador só voltou a mexer aos 33’, a favor da França (10-13), e Portugal respondeu com um parcial de 0-2 para atingir pela primeira vez cinco golos de vantagem (10-15). Mesmo em situações mais adversas, Portugal soube conservar essa vantagem e aos 37 minutos, já na máxima força, aumentou-a para seis golos (12-18), à ‘lei da bomba’ por Rafael Vasconcelos.
Portugal mostra-se confiante e capaz de resolver os problemas, com nota artística em certos momentos, e aos 40 minutos foi João Magalhães a dar uns inéditos e importantes sete golos de vantagem (13-20). Face ao cenário complicado, a França arriscou e colocou em prática o sistema 7×6, bem como uma defesa profunda com com principal objetivo de condicionar o central Tiago Sousa, mais tarde. O melhor que os gauleses conseguiram foi reduzir a desvantagem para cinco golos por várias ocasiões (16-21).
Pouco depois, Portugal apostou no 7×6, não teve o efeito sucesso pretendido, e viu a França reduzir para quatro golos (23-27) aos 54’ e para três, aos 56’. A França reduziu ainda mais, desta vez para apenas dois golos (27-29) e a situação parecia começar a complicar-se, mas os Lusos mantiveram a calma e asseguraram uma preciosa vitória que permite continuar a sonhar com a melhor classificação possível, que passa pelo 9.º lugar.
Resultado Final: 27-30
MVP: João Bandeira Lourenço – 4 golos
Top Scorer: Tiago Sousa – 6 golos (75% de eficácia)
Nuno Santos, líder da Seleção Nacional sub-18 explica o porquê da França ter encurtado a diferença na reta final e garante que a vitória foi conseguida devido à competência dos atletas lusos, especialmente na defesa da sua baliza:
“Demos continuidade àquilo que tínhamos feito nos dois jogos anteriores. Penso que fomos competentes, sobretudo no aspeto defensivo e, em determinados momentos, os franceses ficaram mesmo sem soluções ofensivas para conseguir obter o golo. Inclusivamente, o resultado não espelho exatamente aquilo que se passou no jogo, mas este tipo de defesa é também bastante exigente em termos físicos. Os jogadores, com o decorrer do tempo, começam a ressentir-se do cansaço e depois as respostas não são tão convenientes como queríamos. De qualquer maneira, mesmo cansados, acho que tivemos competência. A diferença é o que acontece com alguma frequência também, entregámos algumas bolas não forçadas, e isso, fez com que os franceses se aproximassem, caso contrário podíamos ter ganho o jogo com alguma tranquilidade. A opção [da utilização do 7×6] veio como resposta à marcação individual ao Tiago Sousa, no sentido de libertar, fazer com que a França baixasse a defesa e prolongarmos um pouco os nossos ataques. A ideia era boa, mas nem sempre aquilo que pensamos corre como queremos e foi o que sucedeu.”
M18 EHF Euro 2024
Calendário (hora portuguesa):
Grupo E
07.08.2024 – 16h00 – Portugal x Roménia, 29-24 (10-7)
08.08.2024 – 18h30 – Áustria x Portugal, 32-36 (13-19)
10.08.2024 – 13h30 – Espanha x Portugal, 39-26 (22-13)
Intermediate Round
12.08.2024 – 11h00 – Portugal x Eslovénia, 28-31 (11-15)
13.08.2024 – 13h30 – Chéquia x Portugal, 26-38 (12-21)
15.08.2024 – 11h00 – Portugal x Ilhas Faroé, 36-27 (22-13)
Cross Matches 9-12
16.08.2024 – 16h00 – França x Portugal, 27-30 (9-13)
Cross Match 9-10
18.08.2024 – 13h30 – Portugal x Eslovénia, EHF TV
O M18 EHF Euro 2024 decorre de 7 a 18 de agosto, em Podgorica, e à semelhança do que aconteceu na competição sub-20, também aqui houve a mudança do modelo competitivo devido ao alargamento da competição para 24 equipas.