IHF Wheelchair Handball WCh 2024: Portugal assegura 7.º lugar

Novo triunfo no reencontro com a Índia (0-2) encerra participação da Seleção Nacional de Andebol em Cadeira de Rodas em terras egípcias.

Chegou ao fim a aventura no Egito para a Seleção Nacional de Andebol em Cadeira de Rodas, este sábado, com uma vitória na despedida e um 7.º lugar assegurado. No segundo jogo contra a congénere da Índia, depois do primeiro embate a contar para a Fase de Grupos, a armada lusa liderada por Danilo Ferreira voltou a justificar o favoritismo, novamente por 0-2. A comitiva lusa regressa a casa este domingo.

4 inicial: Nuno Nogueira, João Jerónimo, Maria Albertina Relvas e João Pedro.

A Índia abriu o ativo (1-0) e a resposta portuguesa chegou pela mão do capitão, João Jerónimo (1-3). Aos cinco minutos, com o marcador em 2-4, o jovem Nuno Nogueira protagonizou a primeira de uma série de defesas que ajudaram a manter Portugal mais perto da vitória e dois minutos depois, foi a vez de João Pedro assinar o primeiro golo da conta pessoal na competição (2-5), e dar a primeira vantagem de três pontos a Portugal.

Num set em que os postes se mostravam mais um obstáculo para os indianos, a festa no final foi portuguesa, por dois pontos de diferença. A eficácia de remate não deixava nenhum dos selecionadores satisfeito, particularmente o da Índia (23% vs 36%).

Set 1: 3-5

Maria Albertina Relvas foi a autora do golo inaugural do segundo set, com assistência de Nuno Nogueira (0-1). Seguiu-se um curto período de golo/contra-golo, com a Índia a conseguir manter-se na luta (2-2), mas uma série de faltas ofensivas impediram os indianos de passar para a frente pela primeira vez.

Mais tarde, João Pedro, Ricardo Queirós e Maria Albertina Relvas trataram de dar quatro pontos à maior a Portugal (2-6) e ajudaram a fazer crescer a moral dos Campeões do Mundo e da Europa de ACR6, perto dos sete minutos, o que motivou um pedido de time-out por parte da Índia.

Após a paragem, o ímpeto português não quebrou, a eficácia dos indianos continuava a pecar por escassa e um remate especial de Ricardo Queirós (2-8) colocou Portugal em grande posição para sair do Egito com o 7.º lugar. Mas num pequeno momento de inspiração da Índia, um parcial de 3-0 trouxe alguma emoção à partida (5-8) perto do final. João Pedro assumiu a responsabilidade e só parou depois de assinar o 6-9 final, que confirmou a vitória na despedida.

Set 2: 5-9
Resultado Final: 0-2
Top Scorer: João Jerónimo – 5 golos

Danilo Ferreira garante que o objetivo para o último jogo foi cumprido: “No jogo de hoje tínhamos uma tarefa que era recuperar os jogadores psicologicamente e animicamente, face à derrota com a França que nos tirou da luta pelas medalhas. Acho que de alguma forma conseguimos. Os jogadores estiveram focados no jogo contra a Índia, fizemos um jogo tranquilo, sem grande espetáculo, mas com eficácia naquilo que se pretendia, que era ganhar o jogo. Mais uma vez, os jogadores estão de parabéns para a atitude. O ponto menos positivo foi o facto do Pedro Marques não ter podido jogar devido a uma pequena lesão que ainda estamos a avaliar. De resto, conseguimos que todos tivessem tempo de jogo no Campeonato do Mundo.”

O líder não esqueceu as vozes que se fizeram ouvir no Egito: “Em meu nome e da equipa, quero deixar uma enorme palavra de agradecimento aos elementos da nossa claque privada, que tiveram a amabilidade de se juntarem a nós e apoiar-nos em todos os jogos.”

Em jeito de balanço do torneio, Danilo Ferreira enumerou alguns pontos que, na sua opinião, merecem uma reflexão: “Nós estamos tristes porque sabemos da nossa valia e ficou demonstrada, porque nós dos seis jogos que fizemos, ganhamos quatro. Portanto, penso que isto merece pelo menos uma reflexão por parte da organização. Tivemos um quadro competitivo em que equipas que ganharam mais jogos ficaram atrás de equipas que ganharam menos jogos. Isso não pode acontecer, nunca tinha visto. No desporto formal e mundial, a todos os níveis, quem ganha mais, fica melhor classificado e quem ganha menos fica pior classificado. Deixo também uma nota para alguma falta de uniformidade a nível dos critérios de arbitragens, sei que é processo que está ainda em desenvolvimento e em construção, mas parece-me que não pode haver tantos erros a este nível. Dizer ainda que, tal como ficou demonstrado em algumas equipas neste Mundial, as regras têm que ser trabalhadas no futuro, porque nós estamos a falar de Andebol e é de Andebol que temos que ter as skills, no ACR4, no ACR6 e no Andebol convencional. Tudo tem que ser uniforme, com as suas especificidades de jogar em cadeiras de rodas, claro, mas não ser diferente. Algumas regras são fundamentais da nossa modalidade.”

Por fim, os agradecimentos a quem contribuiu para mais uma etapa de crescimento e aprendizagem: “Deixo aqui também uma palavra ao Miguel e à Daniela, que fazem parte da minha equipa técnica, que sempre estiveram disponíveis e garantiram que nada faltasse à nossa Seleção Nacional, que tudo estivesse a tempo e horas preparado e estruturado como se requer ao mais alto nível. À Federação de Andebol de Portugal, ao vice-Presidente Joaquim Escada e ao Presidente Miguel Laranjeiro, essencialmente, que são quem nos acompanhou mais de perto, por todo o trabalho e o esforço que fizeram para podermos ter estado no Mundial. À dupla de arbitragem portuguesa que cá esteve, o Flávio e o Nelson, é bom ver a nossa arbitrgem nestes palos. E, como não podia deixar de ser, deixar um grande obrigado aos nossos atletas que foram extraordinários no empenho, na dedicação e no querer, deram tudo o que tinham dentro de campo, lutaram por Portugal e por manter Portugal no topo do Andebol em Cadeira de Rodas. Acho que conseguimos. Todos gostaram da postura de Portugal, não só dentro como fora do campo. O balanço é claramente positivo, foi um processo de aprendizagem e, certamente, saímos daqui mais fortes para as próximas competições.”

© Sasa Pahic Szabo / kolektiff

No sector da arbitragem, Nelson Santos em parceria com Vladimir Bubalo, da Áustria, formaram a dupla de arbitragem para o encontro da medalha de bronze entre Brasil e França, no qual o conjunto canarinho conquistou o terceiro lugar.

IHF Wheelchair Handball World Championship 2024
Calendário (hora portuguesa)
Group B
17.09.2024 – 17h00 – Índia x Portugal0-2 (5-8;6-8)
18.09.2024 – 10h30 – Portugal x Egito, 2-1 (7-8; 5-2; 5-4)
18.09.2024 – 15h00 – Portugal x Chile, 2-0 (8-5; 9-6)
Quarter Final
20.09.2024 – 10h30 – Portugal x França2-1 (9-8; 3-12; 8-11)
Placement Match 5-8
20.09.2024 – 17h00 – Portugal x Japão, 1-2 (9-8; 4-11; 0-4)
Placement Match 7-8
21.09.2024 – 11h00 – Índia x Portugal, 0-2 (3-5; 5-9)

Patrocinadores Institucionais