Dificilmente se poderia ter pedido mais drama e emoção à segunda edição da Supertaça Ibérica Feminina, que acabou por ditar a primeira presença no pódio do Madeira SAD em novo duelo decidido em livres de 7 metros, contra um SL Benfica que havia sido afastado da Final este sábado… nos mesmos moldes inglórios. Depois do último lugar na edição anterior (San Sebastián, 2023), o emblema insular reagiu à derrota pesada do dia anterior e fez história no Pavilhão Municipal da Maia, ao passo que as Campeãs Nacionais se despediram sem motivos para sorrir.
Em mais uma Final 100% espanhola, o Super Amara Bera Bera levou a melhor frente ao estreante BM Elche por 19-28 e conquistou, pela segunda vez consecutiva, o troféu ibérico.
O duelo entre os dois velhos rivais começou com um parcial de 2-0 por parte do SL Benfica e com três ataques perdidos por parte do Madeira SAD, que entrara visivelmente mais apreensivo. As Insulares marcaram o primeiro golo aos 4’ por Helen Nascimento (2-1). No minuto seguinte, apareceu a primeira exclusão da partida, para a turma de Sandra Fernandes, que conseguiu crescer mesmo em inferioridade (2-2), colocando de novo tudo a zeros.
Perto dos 10 minutos, as guardiãs Isabel Góis e Matilde Rosa começaram a mostrar serviço e o jogo seguia equilibrado em toda a linha. No minuto seguinte, a melhor marcadora da Meia Final contra o Super Amara Bera Bera, Amanda Lemos, deu a primeira liderança no marcador ao Madeira SAD (3-4).
As vice-Campeãs Nacionais souberam gerir a vantagem mínima até que aos 15 minutos conseguiram dilatar para uns inéditos dois golos (5-7), pela mão da gigante pivô brasileira Lígia Silva. O SL Benfica reagiu e respondeu com dois golos de uma assentada, para trazer novamente o empate (7-7), pouco depois.
As Encarnadas aumentaram o parcial para 4-0, com grandes responsabilidades para a jovem guarda-redes internacional lusa Matilde Rosa, e aos 20’ voltaram não só ao comando, como aos dois golos de vantagem (9-7) como não se via desde o 2-0.
Só aos 26 minutos é que o marcador mostrou um novo máximo, de três golos (12-9), da autoria da recém-entrada Constança Sequeira, que passou a co-habitar na primeira linha com as, também internacionais portuguesas, Mihaela Minciuna e Patrícia Rodrigues. As trocas implementadas por Sandra Fernandes no xadrez insular – que tinha em Mornesa Tenda a principal figura – não quebraram o ímpeto do SL Benfica, que se colocou a vencer por quatro inéditos golos (13-9), a dois minutos do intervalo, o que motivou um pedido time-out madeirense.
Até ao descanso, o Madeira SAD recuperou um golo.
Intervalo: 14-11
A segunda parte começou com um exclusão bem cedo para o Madeira SAD, que conseguiu resistir e aos 35 minutos reduziu para dois golos (15-13). Em crescendo, o emblema insular foi aproveitando os erros contrários para trazer de volta a diferença mínima (16-15), dois minutos mais tarde. O cenário tornou-se ainda mais positivo para as comandadas de Sandra Fernandes quando, aos 40 minutos, Neide Duarte anulou a desvantagem (17-17), o que motivou um pedido de time-out de Luís Monteiro.
Depois da paragem foi o Madeira SAD a ter motivos para sorrir, quando Amanda Lemos assinou o golo da reviravolta (17-18), aos 42 minutos. Mas a liderança insular não durou muito tempo, porque os erros no ataque voltaram a condicionar as Insulares e o SL Benfica a aproveitou para voltar ao comando.
Com a ajuda da inspirada Isabel Góis, e após um time-out cirúrgico de Sandra Fernandes, o Madeira SAD melhorou e voltou a dar a volta ao texto (21-22), à entrada dos últimos 10 minutos. Pouco depois, as Insulares dobraram a vantagem (21-23), beneficiando ainda de um período de superioridade numérica.
Aos 55’, o SL Benfica já tinha anulado a diferença e voltou a consumar a reviravolta (25-24) e trouxe ainda mais emoção ao Pavilhão Municipal da Maia. O mesmo aconteceu aos 58’, mas agora com festa das madeirenses (26-27), e mais uma vez com Isabel Góis em evidência. Após a igualdade a 27, ainda houve tempo para dois tempos técnicos – um para cada lado – mas o marcador permaneceu inalterável e a decisão foi adiada para o desempate através de livres de 7 metros.
Tempo Regulamentar: 27-27
No desempate por livres de 7 metros, Isabel Góis defendeu a primeira tentativa do SL Benfica, de Ana Bolzan, e a última, da autoria de Alexandra Shunu, para a festa da Insulares pela inédita conquista da medalha de bronze na competição. Pelo meio, Maria Duarte ainda falhou uma tentativa para o Madeira SAD.
Resultado Final: 30-31
Top Scorer: Amanda Lemos – 9 golos
Em mais uma Final 100% espanhola, o Super Amara Bera Bera levou a melhor frente ao estreante BM Elche por 19-28 e conquistou, pela segunda vez consecutiva, o troféu ibérico. A Cerimónia de Entrega de Prémios contou com a presença de Blas Parrilla, vice-Presidente da Real Federação Espanhola de Andebol, da vice-Presidente da Federação de Andebol de Portugal, Vera Lopes, de Miguel Fernandes, vice-Presidente da Federação de Andebol de Portugal, de Vitor Baltazar Dias, Direto da Região Norte do IPDJ, de Hernâni Ribeiro, Vereador da Câmara Municipal da Maia, de António Freitas, Presidente da Associação de Andebol do Porto, de Fernando Ferrão, vice-Presidente do Conselho de Arbitragem da Federação de Andebol de Portugal.
Supertaça Ibérica Feminina 2024
Calendário:
07.09.2024 – 12h00 – SL Benfica x BM Elche, 26-27 (23-23; 14-13) Após livres de 7 metros.
07.09.2024 – 15h00 – Madeira SAD x Super Amara Bera Bera, 22-32 (11-14)
08.09.2024 – 12h00 – SL Benfica x Madeira SAD, 30-31 (27-27; 14-11) Após livres de 7 metros.
08.09.2024 – 15h00 – BM Elche x Super Amara Bera Bera, 19-28 (10-13)