Começou oficialmente a Missão Mundial para as Lusitanas, que têm no horizonte um duplo confronto com a congénere do Montenegro a valer uma histórica e inédita – no caso de Portugal – qualificação para o IHF Women’s World Championship. A Seleção Nacional, às ordens de José António Silva, reuniu-se na manhã desta segunda-feira na cidade da Maia, onde vai trabalhar durante os próximos sete dias, apesar dos alguns contratempos de última hora e de várias contrariedades relacionadas com lesões, com vista ao referido Play-Off, marcado para o início de abril.
Caroline Martins, experiente guarda-redes luso-brasileira que está em estreia absoluta na Seleção Nacional A Feminina, foi recebida com carinho naquele que foi o primeiro contacto com um grupo de trabalho até então desconhecido. A ponta direita do CJ Almeida Garrett, Júlia Figueira, foi a mais recente convocada para integrar o estágio.
Bebiana Sabino, capitã das Lusitanas, garante que está “muito feliz por estar de regresso à Seleção Nacional”. A atleta mais experiente da Seleção Nacional, em discurso direto, acredita que o momento extremamente positivo que a modalidade atravessa, depois de um ano inédito em que Portugal esteve representado nos Campeonatos da Europa Masculino e Feminino em simultâneo pela primeira vez, a juntar ao histórico 4.º lugar alcançado recentemente pelos Heróis do Mar, traz a confiança necessária para acreditar cada vez mais na possibilidade de Portugal chegar de forma inédita ao Campeonato do Mundo. No entanto, é necessário que todos os intervenientes e responsáveis pelo sucesso atual e futuro remem no mesmo sentido. Afinal de contas, é sobre representar um país inteiro.
“É sempre um ponto alto para todas nós e, este momento, tem ainda maior simbolismo porque chega depois do Women’s EHF EURO 2024 e antes da possível qualificação para o Campeonato do Mundo. Entretanto, todos vibrámos com o recente feito da Seleção Nacional Masculina neste Mundial. Este também é o nosso sonho, mas para isso há que trabalhar porque ainda há um longo caminho a percorrer. Esta semana é o palco perfeito para isso. Sabemos da importância desta fase de preparação, pois é o momento que dispomos para preparar os jogos do Play-Off com o Montenegro.”
“Do ponto de vista negativo, infelizmente temos muitas baixas que condicionam esta preparação. Com o recente apuramento para o Campeonato da Europa, eu esperava que o respeito pela Seleção Nacional e pelas atletas tivesse aumentado e que, de uma vez por todas, os diversos interlocutores percebessem que o crescimento do Andebol feminino português só é possível com a predisposição e colaboração de todos. Estes momentos são escassos na época desportiva e são essenciais para o crescimento.”
“O contexto de Seleção Nacional é onde as melhores jogadoras se reúnem e enfrentam desafios a que, regularmente, não são expostas, o que só contribui para a nossa evolução. Nós, atletas, ficamos muito tristes quando não podemos trabalhar para representar o nosso país condignamente e essa tristeza é redobrada quando não o podemos fazer devido a decisões que não dependem de nós.”
Apesar de todos os contratempos, a Seleção Nacional vai trabalhar durante a semana de estágio que agora começa como sempre: com foco total no processo e máximo compromisso.
