Portugal presente nas fases finais das principais competições internacionais é já uma constante, mas este cenário requer muito trabalho e dedicação por parte dos muitos clubes que, todos os dias, tentam proporcionar as melhores condições aos jovens atletas lusos. Para orgulho de quem trabalha em prol do crescimento do Andebol, a época 2024/2025 voltou a ser profundamente produtiva para as Seleções Nacionais, masculinas e femininas: sete grandes competições (4 + 3) tiveram o nome de Portugal entre os países participantes, com alguns resultados históricos para contar, e mais de uma centena de internacionais que vestiram as cores do nosso país.
À semelhança do que tem vindo a ser hábito no passado recente, a Andebol School voltou a viajar até ao ponto de partida da carreira de cada um destes talentosos atletas portugueses, com o intuito de valorizar o sucesso dos clubes responsáveis e as respetivas associações regionais a que pertencem. Esta análise visa, essencialmente, enaltecer a importância de todos os clubes que captam atletas para a prática do Andebol e que lhes proporcionam experiências positivas numa fase ainda precoce e de um desconhecido elevado, motivando-os a permanecer ligados à modalidade e, mais tarde, investindo no treino para que possam chegar a internacionais.
Na vertente masculina, em ano de Campeonato do Mundo, Portugal figurou em três dessas competições: a Seleção Nacional A, obteve um histórico 4.º lugar no IHF World Championship, a Seleção Nacional sub-21 foi medalha de prata no M21 IHF World Championship e a Seleção Nacional sub-19 fechou as contas do M19 IHF World Championship no 17.º posto. A juntar a estas participações, também a Seleção Nacional sub-17 competiu ao mais alto nível em 2025, tendo obtido o 6.º lugar no M17 European Youth Olympic Festival.
No total, quase 60 internacionais fizeram parte de mais um ano memorável e quase metade dos protagonistas (23) iniciaram a prática da modalidade em clubes da Associação de Andebol do Porto, numa lista extensa encabeçada por nomes como Luís Frade (Barça), Francisco Costa (Sporting CP) ou Martim Costa (Sporting CP), passando por Diogo Rêma Marques (FC Porto) ou pelo jovem promissor Vasco Conceição (FC Gaia).
A Associação de Andebol de Lisboa apresentou um crescimento de 50% face a 2024, tendo agora nove atletas que iniciaram a carreira em clubes da capital a figurar entre a elite, tais como António Areia (Tremblay HB), Gabriel Cavalcanti (SL Benfica) ou mesmo o jovem Miguel Carvalho Figueiredo (Sporting CP). Aveiro e Braga figuram imediatamente a seguir, com sete e seis atletas, respetivamente, ambas com mais representação do que no ano passado.
A Associação de Andebol da Madeira apresentou o maior crescimento, passando de apenas um atleta, em 2024, para quatro, em 2025: Martim Fernandes (FC Porto), Simão Gonçalves (Marítimo Madeira Andebol SAD), Matias Abreu (Vitória SC) e João Salvador Vieira (Académico C. Funchal). Em sentido inverso, a Associação de Andebol do Algarve perdeu a representação.
A análise, conduzida por Paulo Sá, Diretor Técnico Nacional, está dividida pelo total de atletas (n=59) e o “Clube de Origem” refere-se ao que está associado à primeira inscrição do atleta na Federação de Andebol de Portugal.
| Associação Regional | Número de Atletas |
|---|---|
| Porto | 23 |
| Lisboa | 9 |
| Aveiro | 7 |
| Braga | 6 |
| Madeira | 4 |
| Santarém | 3 |
| Leiria | 2 |
| Viseu | 1 |
| Setúbal | 1 |
| Fora de Portugal | 3 |
| TOTAL | 59 |
Já na vertente feminina, ao contrário do que acontece no masculino, ano ímpar em escalões de formação remete para Campeonatos do Europa e Portugal esteve presente em dois: W19 e W17 EHF EURO, com as Seleções Nacional sub-19 (21.º lugar) e sub-17 (15.º). Esta análise estende-se também à participação da Seleção Nacional A no Women’s EHF EURO 2024, naquele que foi o regresso a uma grande competição internacional após 16 anos de espera.
A lista global de internacionais nestas competições chega quase à meia centena, e o padrão repete-se face aos masculinos, com a Associação de Andebol do Porto a dominar por completo no capítulo dos clubes que registaram a primeira inscrição (20). Integram a lista nomes fortes como a capitã das Lusitanas, Bebiana Sabino (Colégio de Gaia), que terminou a carreira no final da temporada passada, a par de Joana Resende (Costa del Sol Malaga), Patrícia Lima (MKS Lublin), Constança Sequeira (SL Benfica) e de jovens promissoras como Luísa Freitas (CJ Almeida Garrett) ou Rafaela Lopes (Alavarium AC).
Em representação de Aveiro aparecem seis internacionais, tais como Carolina Monteiro (SL Benfica), Mariana Lopes (CS Rapid Bucuresti) ou Neide Duarte (Madeira SAD). Beatriz Sousa (Toulon Métropole Var HB), Isabel Góis (Madeira SAD) ou Jéssica Ferreira (CSM Targu Jiu) são alguns dos cinco nomes que representam a Associação de Andebol da Madeira, enquanto que as Associações de Andebol de Lisboa e Braga lançaram para os grandes palcos quatro atletas cada em 2024/2025.
Maria Lopes (ABC de Braga), melhor marcadora da Seleção Nacional sub-17 no Campeonato da Europa da geração, juntamente com Ana Carolina Silva (HB Clermont Auvergne Métropole 63) e Bilguiça Jaquité (Juve Lis) iniciaram a prática da modalidade em clubes da Associação de Andebol de Leiria.
A lista de representantes da Associação de Andebol do Algarve é composta por Joana Candeias, Maria Guerreiro e Iara Francisco, todas elas pertencentes aos quadros do CDE Gil Eanes. A jovem Clémentine da Silva é a única da lista que chegou às Seleções Nacionais depois de ter iniciado a carreira no estrangeiro.
A análise, conduzida por Vera Lopes, Diretora Técnica Nacional, está dividida pelo total de atletas (n=48) e o “Clube de Origem” refere-se ao que está associado à primeira inscrição do atleta na Federação de Andebol de Portugal.
| Associação Regional | Número de Atletas |
|---|---|
| Porto | 20 |
| Aveiro | 6 |
| Madeira | 5 |
| Braga | 4 |
| Lisboa | 4 |
| Algarve | 3 |
| Leiria | 3 |
| Santarém | 1 |
| Setúbal | 1 |
| Fora de Portugal | 1 |
| TOTAL | 48 |
