Torneio Internacional da Batalha: O crescimento da Seleção Nacional e os exemplos para as gerações futuras

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Mais de 30 atletas jovens acompanharam de perto o último dia das estrelas lusas no torneio, coroado com uma histórica vitória; Balanço positivo de uma semana intensa de trabalho, nas palavras do Selecionador Nacional.

A prestação imaculada da Seleção Nacional nos três dias de competição no Torneio Internacional da Batalha é o mais recente ponto alto de um trabalho intenso de preparação e consolidação de um modelo de jogo coeso e capaz de fazer frente à elite, que tem vindo a ser realizado há mais de um ano e meio, desde a chegada de José António Silva. Os três duelos frente às congéneres de Itália, Cabo Verde e Espanha, contaram com um apoio massivo dos adeptos que encheram por completo as bancadas do Pavilhão Municipal da Batalha e que assistiram ao feito histórico alcançado no último dia de prova: um triunfo inédito e resiliente frente à poderosa seleção do país vizinho. Entre os cerca de 400 adeptos, estiveram 32 jovens atletas referenciadas pelos clubes aos diversos departamentos das Seleções Nacionais Jovens – e que tiveram a oportunidade de acompanhar de perto, aquele que viria a ser um dia memorável para a Seleção Nacional A Feminina.

O grupo foi composto por 14 atletas da região Centro do país (cinco de Setúbal, sete de Lisboa e uma de Santarém), 13 atletas da região Norte (três de Aveiro, quatro do Porto, cinco de Viseu e uma de Braga) e seis atletas oriundas do Algarve, nascidas entre os anos 2012 e 2009 e que apresentam dimensões antropométricas acima da média. Já equipadas com indumentária da Seleção Nacional, as atletas começaram o dia a assistir ao treino da equipa sénior, às 11h00, que culminou com um dos momentos mais esperados por elas: um contacto próximo com as estrelas lusas, que se mostraram totalmente disponíveis para distribuir abraços, autógrafos, selfies e uma fotografia de grupo, para a posteridade. Da parte da tarde, a visita ao Mosteiro da Batalha ficou adiada devido às questões climatéricas e deu lugar a uma contagem decrescente para aquilo que realmente une todas as atletas envolvidas: o andebol puro e duro. Ao fim do dia, a vitória de Portugal frente à Espanha, já depois do jogo entre Itália e Cabo Verde, foi a “cereja no topo do bolo”.

Portugal no caminho certo

José António Silva não tem dúvidas de que este torneio foi importante a todos os níveis para o crescimento da Seleção Nacional e, naturalmente, o balanço é positivo. O pleno de vitórias, simbólico uma vez tratando-se de um torneio de cariz particular, é um fator extra para a motivação de um grupo de atletas que há vários meses tem vindo a elevar a fasquia dos sonhos. O próximo – e decisivo – Play Off de acesso ao Campeonato do Mundo de 2023 é a prova de fogo, contra uma seleção da Roménia que reúne o estatuto de favorita. Apesar de tudo aquilo que, na teoria, separa Portugal de mais um feito histórico, o Selecionador Nacional afirma que os níveis de confiança e ambição estão no sítio certo:

“O futuro começa hoje: já falámos (atletas e equipa técnica) acerca do que necessitamos fazer a partir de agora para nos preparamos para os próximos jogos, e aqui os clubes terão também um papel fundamental. Todos sabemos o que nos espera e vamos dar o melhor durante o próximo mês para estarmos em boas condições. Terei que tomar nos próximos tempos decisões muito difíceis, mas sei que posso contar com um grupo de atletas extraordinário e disponíveis para representar o nosso país em todas as circunstâncias. No que se refere em concreto aos jogos com a Roménia, teremos pela frente uma equipa poderosíssima, com muita experiência, mas acreditamos nas nossas hipóteses e vamos tentar criar as melhores condições para nos batermos com este forte adversário. No que nos diz respeito, tudo faremos para dar corpo à nossa ambição e marcar presença no próximo Campeonato do Mundo.”

O duelo contra velha conhecida e reconhecida Espanha, trouxe mais uma vez à tona a personalidade resiliente das internacionais portuguesas, algo que já se havia visto em Paredes, no duelo ibérico a contar para os Qualifiers do EHF Euro 2022, que acabou por sorrir às espanholas. Desta vez o desfecho foi diferente, mas depois desse triunfo histórico, a euforia dará novamente lugar à seriedade no trabalho e na correção daqueles aspetos que não correram conforme planeado, na opinião de José António Silva:

“Jogámos com uma excelente equipa que respeitamos imenso pelo percurso e pela qualidade de jogo que apresenta. Foi muito importante termos demonstrado que somos competitivos neste tipo de jogos, no que considero ser um passo mais na construção da equipa. Temos que ter a humildade de reconhecer que cometemos alguns erros, nomeadamente na gestão de posses de bola importantes, pelo que precisamos ainda de trabalhar muito para atingir o nível de performance a que aspiramos.”

O líder da Seleção Nacional lamentou ainda o facto de não ter podido contar com o grupo na máxima força para este torneio mas garante que, à parte desse aspeto, foram cumpridos todos os objetivos definidos e deixou uma palavra de agradecimento: “Agradeço a todos os que nos apoiaram presencialmente e à distância, bem como a todos os envolvidos na organização que nos proporcionaram condições para trabalhar.”

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