7 inicial: Matilde Rosa, Luana Jesus, Carmen Figueiredo, Constança Sequeira, Luciana Rebelo, Júlia Figueira e Sofia Ferreira.
A Final do W19 EHF Euro 2023 não vai contar com a presença de Portugal mas para as comandadas de José António Silva, que entraram para a história da modalidade com a presente campanha, ainda há uma medalha no horizonte. No jogo das Meias Finais, foi preciso recorrer ao prolongamento para ser encontrado o vencedor, depois do 31-31 verificado no tempo regulamentar. No final das contas sorriu a Dinamarca, recordista de medalhas de ouro nesta competição, mas não teve a tarefa minimamente facilitada pela portuguesas. Segue-se o jogo de atribuição do 3.º/4.º, em que Portugal vai defrontar, novamente, a organizadora Roménia.
Portugal apresentava o 7 inicial mais utilizado neste Campeonato da Europa e voltou a entrar em campo com os níveis de concentração no máximo e com sucesso em todas as fases do jogo, concretizando um parcial de 5-2, após seis minutos. Nesse período a defesa portuguesa mostrava-se segura e confiante e cedo se começou a perceber que a lateral-esquerda – e principal referência contrária – Julie Mathiesen Scaglione, iria merecer uma atenção especial durante a partida, com marcações individuais constantes.
O equilíbrio e depois de sete minutos de parada e resposta, sem que a Dinamarca conseguisse encurtar distâncias, o selecionador nórdico pediu o primeiro time-out do jogo, com 9-6 no placar. Apenas três minutos mais tarde, após a paragem, Portugal atingiu uns inéditos cinco golos de vantagem (14-9), num ápice, o que motivou nova paragem pedida pela seleção nórdica, pouco depois.
Para encarar os últimos 10 minutos da primeira parte, a Dinamarca apresentou uma defesa profunda e o rendimento ofensivo de Portugal caiu, com o sucesso na finalização a sofrer uma quebra, algo que até então não tinha acontecido. Desta vez, foi José António Silva a parar o jogo pela primeira vez, quando o marcador assinalava 16-13, à passagem dos 20 minutos.
A Dinamarca continuou a encurtar distâncias e chegou até ao mínimo aos 25 minutos (16-15), mas a guarda-redes lusa, Rita Guimarães, que entrou no decorrer da primeira parte para substituir Matilde Rosa, ajudou a que o empate não voltasse a surgir até ao intervalo.
Uma última investida de Portugal antes do soar da buzina, construiu uma vantagem de três golos que seguiu para os balneários.
Intervalo: 19-16
No início da segunda metade, a defesa profunda da Dinamarca continuava a condicionar as ações da primeira linha portuguesa mas os sucessivos ataques perdidos por Portugal contrastavam com a exibição de luxo de Rita Guimarães entre os postes, autora de quatro defesas nos primeiros cinco minutos da etapa complementar. Depois de alguma insistência, a Dinamarca voltou mesmo ao mínimo (20-19) e José António Silva pediu time-out no minuto seguinte.
O resultado da paragem foi profundamente feliz para a Dinamarca: seis golos marcados, apenas dois sofridos e o marcador como nunca antes visto, em 22-25 para as nórdicas. Seguiu-se novo pedido de time-out para Portugal mas desta vez inverteram-se os papéis, com a Seleção Nacional a assinar um parcial de 5-1 – mesmo com uma exclusão pelo meio – e o resultado voltou a ser favorável para a equipa lusa (27-26), com 51 minutos jogados.
Os últimos minutos do tempo regulamentar foram de nervos e, entre reviravoltas e defesas de ambas as guardiãs, a buzina soou com o marcador empatado. O jogo teria que ser resolvido no prolongamento, com duas partes de cinco minutos.
Resultado Final (tempo regulamentar): 31-31
A primeira metade do tempo extra não estava nos planos da equipa portuguesa, que sofreu uma exclusão e viu a Dinamarca concretizar três golos seguidos (31-34), o que condicionou o restante período do jogo. Ao intervalo registava um 33-35 e na segunda parte os esforços de Portugal esbarraram na experiência e sorte das dinamarquesas, que acabaram por festejar a passagem à Final.
Resultado Final (após prologamento): 35-38
MVP: Sofia Ferreira – 5 golos (83% de eficácia)
Top Scorer: Luciana Rebelo – 14 golos (78% de eficácia) e 6 assistências
José António Silva, apesar da natural frustração em relação ao desfecho da partida, assume que é fundamental ter noção da evolução face aos últimos anos: “É importante não perdermos a noção da realidade, isso é o mais importante de tudo. As atetas estão muito tristes, sentimos que perdemos aqui uma oportunidade de ouro e estivemos muito perto da Final. De qualquer forma, é o meu dever, e dever de quem está no andebol e de quem está a liderar, mostrar-lhes o quanto nós progredimos e a prestação de grande nível que fizemos contra a vice-campeã Mundial. Depois há detalhes que decidem as coisas e estamos, naturalmente, um pouco afetados, mas é muito importante, neste momento, que não percamos a visão global daquilo que é o nosso andebol, a ideia que nos anima, a progressão que fizemos no sentido de nos situarmos de forma algo mais fria nesta derrota, que é uma derrota, mas que eu acho que o jogo em si é prova de que nós fizemos tudo aquilo que estava ao nosso alcance para ganhar. É uma progressão assinalável daquilo que tem vindo a ser o nosso andebol nos anos anteriores e que, nos últimos anos, tem experimentado algum crescimento que agora continua a ter uma belíssima prestação.”
O Selecionador Nacional acredita que o prolongamento não reflete a prestação de Portugal durante o tempo regulamentar e assinala a luta incansável das atletas em busca da vitória: “Creio que nós devemos, em boa verdade, separar os 60 minutos e o prolongamento. Durante o tempo regulamentar, penso que abordámos muito bem o jogo desde o início. Fizemos uma belíssima partida, mas depois com algum cansaço instalado, com alguma fadiga de estar a lutar permanentemente com uma equipa que é mais alta, mais forte, não conseguimos manter o mesmo nível exibicional. Mas, apesar disso, ajustando a nossa estratégia e muito por força e mérito da capacidade de sacrifício das atletas, acabámos por ir buscar o jogo e foi pena que, nos últimos 20 segundos não tivéssemos conseguido segurar aquela vantagem de um golo. No prolongamento, em 10 minutos, com o jogo lançado nos modes em que estava, sabemos que qualquer situação que surja de desequilíbrio para uma equipa ou outra pode ser decisiva. E isso aconteceu, fundamentalmente em função da exclusão que tivemos, que desequilibrou o jogo e depois tornou-se muito difícil ir busca-lo. Independentemente disso, demos o nosso máximo até o fim, as altetas foram fantásticas e acabo referindo mais uma vez que é importante que não percamos a perspetiva de todo o processo e de todo o percurso que esta Seleção Nacional está a fazer.”
Calendário W19 EHF Euro 2023
Grupo B
06.07.2023 – 15h15 – Alemanha x Portugal, 27-26 (13-11)
07.07.2023 – 17h45 – Portugal x Roménia, 36-30 (17-15)
09.07.2023 – 15h30 – Portugal x Islândia, 44-26 (22-10)
Main Round I
11.07.2023 – 15h30 – Portugal x Suíça, 38-25 (20-12)
12.07.2023 – 15h30 – Suécia x Portugal, 23-30 (14-14)
Meias Finais
14.07.2023 – 15h30 – Portugal x Dinamarca, 35-38 a.p. (31-31 / 19-16)
3.º/4.º
16.07.2023 – 15h30 – Portugal x Roménia, EHFtv
O Campeonato da Europa sub-19 decorre de 6 a 16 de julho nas cidades de Pitesti e Mioven, na Roménia. Todos os jogos para ver em direto na EHFtv.
