7 Inicial: Isabel Góis, Carolina Monteiro, Maria Unjanque, Mihaela Minciuna, Beatriz Sousa, Patrícia Rodrigues e Bebiana Sabino
Foi com casa cheia, em Almere, nos Países Baixos, que a Seleção Nacional A Feminina entrou em campo para enfrentar o conjunto da casa – uma das seleções top-10 do Mundo – num embate que se antevia complicado para as Lusas. Merel Freriks, internacional neerlandesa, abriu as hostilidades e liderou a sua equipa para um parcial de 3-0, com Portugal a demorar algum tempo a responder, o que acabou por acontecer pela mão de Maria Unjanque – a mesma atleta que voltou a reduzir minutos mais tarde (4-3). À passagem dos oito minutos, a capitã Bebiana Sabino, mantinha as comandadas de José António Silva pela margem mínima mas, novo parcial da congénere dos Países Baixos ampliou a contagem para 8-5. Quando o marcador chegou aos quatro golos de diferença, o técnico português parou o tempo de jogo, para acertar os processos ofensivos e, com um parcial de 1-4, voltou a levar as Quinas para a margem mínima (11-10), com a assinatura de Patrícia Rodrigues. Portugal foi seguindo em proximidade, mas não conseguiu manter o ímpeto e viu os Países Baixos a afastarem-se progressivamente, nomeadamente com um parcial de quatro golos sem resposta, selado por Zoe Sprengers, que levou a diferença a 19-13 e as Lusas acabaram por recolher aos balneários com a mesma diferença.
Intervalo: 20-14
Na entrada para a segunda metade, Portugal sofreu – estando mais de cinco minutos sem marcar – e as neerlandesas continuaram a mostrar afinco ofensivo, levando o jogo para a dezena de golos de diferença e José António Silva colocou um time-out. As Lusas reentraram no encontro e acabaram por reduzir, mas o técnico neerlandês fez entrar Tess Lieder para a baliza – que colocou bastantes dificuldades à equipa portuguesa – e o marcador manteve-se nos 10 golos de diferença. Na entrada para os últimos 15 minutos, existiu alguma aproximação das portuguesas mas a liderança manteve-se bastante dilatada, a 7 golos, nos instantes seguintes. Na reta final, os Países Baixos mantiveram a toada e acabaram por selar uma vitória bastante dilatada, com a ajuda de Antie Malestein, melhor marcadora do encontro, com 8 golos.
Resultado Final: 38-27
MVP: Beatriz Sousa – 3 golos
Top Scorer: Patrícia Rodrigues – 6 golos (75% de eficácia)
Numa primeira reação ao arranque negativo de Portugal nos Qualifiers do Europeu de 2024, José António Silva garante que, apesar das diferenças entre as duas seleções, o desenrolar e o desfecho da partida devia ter sido diferente: “Sabíamos que tínhamos pela frente uma equipa muito forte, tínhamos identificado os aspetos mais importantes do jogo delas, sabemos que não temos o estatuto que estas equipas têm, das dificuldades que temos e temos feito um esforço para as ultrapassar. Posto isto, não há desculpas. Devíamos ter feito melhor. O grupo tem muita ambição, temos todos a ambição de fazer sempre melhor e temos é que nos habituar a lidar com aquilo que são os pontos fortes do nosso adversário e as nossas fragilidades.”
Num duelo em que a exibição de Portugal teve oscilações constantes, o líder da Seleção Nacional acredita que a intensidade e consistência contrárias fizeram a diferença: “Fizemos um jogo de altos e baixos, com excelentes momentos diria eu, e momentos fracos. Assim, numa primeira análise, não conseguimos parar aquela que é a grande arma do nosso adversário, que são as transições, seja no ataque rápido, seja no contra-golo. Tivemos muitas dificuldades em fazê-lo. E uma equipa que joga com esta intensidade, a que nós não estamos habituados, naturalmente que nos desgasta. Perdemos discernimento primeiro, depois organização e depois eficácia. E talvez por isso, nas fases finais da primeira e da segunda parte, acabou por permitir que o adversário cavasse uma diferença, que em muitos momentos do jogo, a equipa não merecia. Mas é assim. Nós temos que nos habituar a lidar com isso e ainda não conseguimos ter consistência ao longo de 60 minutos para jogar a este nível, a este ritmo e com esta intensidade.”
Quanto ao futuro, a breve e a logo prazo, reserva um jogo determinante para o sonho português, no qual é possível somar a primeira vitória, considera José António Silva, que se coloca em primeiro plano no sentido de fazer de tudo para ajudar a equipa a subir os patamares desejados: “Domingo temos um jogo importantíssimo para nós. Precisamos de não cometer alguns erros – que eu já não estava à espera que sucedessem – e acho que se jogarmos organizados, conseguirmos replicar durante 60 minutos as fases boas do jogo que tivemos hoje, podemos alcançar uma vitória e um bom resultado. Mas precisamos, definitivamente, de eliminar esta inconstância que às vezes denotamos. Num futuro mais longínquo, compete-me a mim, como sempre, detetar as fragilidades que ainda temos, encontrar formas de ultrapassá-las, trabalhar ainda mais se for necessário para ajudar as atletas e a equipa a estar cada vez melhor preparadas para jogarmos a este nível.”
Portugal voltará a entrar em campo, em Paredes – que já se encontra com casa lotada – este domingo, pelas 15h00, para a disputa do encontro referente à Ronda 2, do Grupo 3, do EHF Euro 2024 Qualifiers.
EHF Euro 2024 Qualifiers
Grupo 3
12.10.2023 – 18h30 – Países Baixos x Portugal, 38-27 (20-14)
15.10.2023 – 15h00 – Portugal x Chéquia, Canal 11
O Women’s EHF Euro 2024 terá lugar em quatro cidades de três países (Áustria, Hungria e Suíça), entre 28 de novembro e 15 de dezembro do próximo ano e estão já qualificadas as seleções dos países organizadores, bem como a campeã em título, Noruega.