O 4 Nations Cup, que decorreu em Estarreja, terminou de uma forma emocionante com tudo por decidir no último jogo da competição. Portugal e Dinamarca entravam em campo com duas vitórias cada – a Dinamarca conquistou um triunfo por 10-0 (segundo o regulamento da EHF) devido ao cancelamento do jogo com Israel – e o troféu seria entregue à equipa que vencesse o derradeiro confronto do torneio ou, em caso de empate, a Portugal tinha vantagem devido à melhor diferença entre golos marcados e sofridos. Foi isso que aconteceu após um empate a 31 golos, num final de jogo emocionante e com Portugal a ser distinguido como vencedor do torneio.
O sete inicial de Portugal teve algumas mexidas face ao jogo com a Sérvia e foi constituído desta forma: Diogo Rêma na baliza, André Sousa a central, Francisco Costa e Miguel Oliveira nas laterais, António Machado na posição de pivô e Pedro Oliveira e Tomás Ferreira nas pontas esquerda e direita, respetivamente.
O início de jogo não foi favorável a Portugal, que teve a primeira exclusão de 2 minutos aos 40 segundos e ao fim de sete minutos a Dinamarca vencia por 1-4, com uma prestação defensiva bastante agressiva. Nessa altura, Carlos Martingo explorou o 5×1 mas a seleção nórdica conseguia sempre encontrar o caminho para o golo, o que fazia com a vantagem estivesse sempre num patamar relativamente confortável. Aos 15 minutos, a Dinamarca tinha quatro golos à maior (6-10) e cinco minutos mais tarde reforçou ainda mais a diferença para cinco golos (9-14), muito devido à eficácia dos remates das pontas. No entanto, Portugal nunca perdeu o foco e, num ápice, concretizou um parcial de 3-0, com dois golos a surgirem na sequência de roubos de bola na defesa seguidos de contra-ataque, reduzido para 12-14. Mas os cinco golos voltaram a aparecer, com os dinamarqueses a revelarem mais atenção aos pormenores e, pouco depois, saíram para o intervalo na frente por 13-17.
A reação dos comandados de Carlos Martingo no reatar do jogo foi bastante contundente e em seis minutos foram reduzindo até à margem mínima (17-18), o que dava confiança para encarar o segundo tempo. Dois minutos mais tarde, Portugal continuava melhor e era uma questão de tempo até o empate aparecer e este acabou por ser confirmado, a 19 golos, por Francisco Costa, jogador que se destacou dos demais no capítulo da finalização ao apontar 10 golos. Seguiu-se um período de um profundo equilíbrio, em que a margem mínima dos dinamarqueses se manteve durante mais de 10 minutos até que uma desconcentração na defensiva lusa permitiu o 23-25. Após os cinco golos de diferença voltaram a assombrar Portugal, voltou a aparecer uma resposta determinada da armada lusa, que culminou no empate a 30 golos, a três minutos do fim. O restante período até ao fim do jogo foi verdadeiramente emocionante com Diogo Rêma a impedir o 31-32 e com Portugal a dispor de posse de bola nos últimos 15 segundos. O ataque acabou por ser perdido e na resposta, no pouco tempo que restava, a Dinamarca conseguiu arrancar um livre de 7 metros, com o marcador em 31-31 e com oportunidade clara de vencer o jogo. A bola acabou por ser enviada à trave, já com o jogo terminado, e no final os pontos foram repartidos na despedida da competição.
Portugal venceu o 4 Nations Cup, Dinamarca foi segundo classificado com os mesmos pontos, enquanto que a Sérvia venceu Israel e terminou na terceira posição à frente dos israelitas, que foram últimos.
Carlos Martingo, Selecionador Nacional, considera o empate justo face a um adversário difícil. “Hoje defrontámos, provavelmente, o adversário mais difícil deste torneio, tivemos bastantes dificuldades no início do jogo e durante toda a primeira parte. Conseguimos ir para o intervalo com uma desvantagem que podia ter sido, mas que nos colocava perfeitamente dentro do jogo e na segunda parte o nosso desempenho melhorou. Em algumas alturas do jogo podíamos, inclusivamente, ter passado para a frente do marcador mas nunca o conseguimos e, no final, tivemos possibilidade de ganhar o jogo mas também não fomos capazes e acabámos por conseguir um empate, que me parece justo face ao desempenho da equipa, principalmente na segunda parte.” – referiu o treinador de 42 anos, referido ainda que serão jogos como este que Portugal terá pela frente no Europeu.
“No nosso grupo do Campeonato da Europa iremos infrentar a Croácia e a França, principalmente estas duas seleções, que são as crónicas candidatas ao título europeu, mas também não podemos descurar a Áustria, que é uma seleção que tem aparecido com boas gerações e o jogo de hoje com a Dinamarca serve-nos de barómetro. Percebemos que ainda nos falta alguma intensidade defensiva e até agosto teremos que ratificar alguns aspetos, com um foco maior na defesa.” – afirmou.
O balanço deste torneio, segundo Carlos Martingo “é extremamente positivo” mas “há apenas a lamentar as lesões do Guilherme Tavares e do Vasco Costa, uma delas já sabemos que é impeditiva de estar presente no Europeu, a outra esperamos conseguir resolver”. Em jeito de conclusão, o treinador português diz que a equipa conseguiu “cumprir, quase na totalidade, os objetivos traçados para este torneio”.
Consulte aqui o calendário de jogos do Garci Cup 2021:
08.07.2021 – 18h00 – Dinamarca x Sérvia, 31:30 (14:17)
08.07.2021 – 20h30 – Portugal x Israel, 34:22 (15:12)09.07.2021 – 21h00 – Israel x Dinamarca, cancelado.
09.07.2021 – 18h30 – Portugal x Sérvia, 29:26 (16:11)
10.07.2021 – 10h00 – Israel x Sérvia, 23:26 (12:15)
10.07.2021 – 12h30 – Portugal x Dinamarca, 31:31 (13:17)
Recorde-se que Portugal irá disputar o Grupo D do Men’s U19 EHF EURO 2021, juntamente com Áustria, Croácia e França, em agosto, na Croácia.