À semelhança do que havia acontecido no primeiro encontro, em Portugal, no momento que antecedeu o início da partida houve espaço para uma homenagem conjunta por parte das seleções, demonstrando o apoio para com a Ucrânia e o momento que o país atravessa.
Depois da primeira vitória na segunda fase de Qualificação para o EHF Euro 2022, Portugal chegou à Eslováquia com duas alterações: Carmen Figueiredo e Rita Campos, estreantes no jogo da passada quinta-feira, não viajaram e deram lugar a Adriana Lage, pivô que veste as cores do SL Benfica, e Andreia Costa, guardiã do Alavarium Love Tiles.
7 inicial: Anaïs Gouveia, Maria Pereira, Patrícia Lima, Sandra Santiago, Carolina Monteiro, Bebiana Sabino e Jéssica Ferreira
Num jogo de dificuldade acrescida, por maior conhecimento entre equipas e pela condição de visitante, apesar da Eslováquia já não ter qualquer hipótese de qualificação, as locais entraram determinadas para esta partida e abriram o marcador pela mão de Bibiana Stefanikova. A resposta lusa surgiu de seguida, com Anaïs Gouveia a dar a primeira liderança portuguesa com cerca de três minutos jogados (1-2). As eslovacas saíram por cima e voltaram a dominar o marcador, com o 3-2, de Nikoleta Trunkova. O empate ainda surgiu, apontado por Bebiana Sabino, capitã da Seleção Nacional, mas seguiu-se um bom período das locais, que aproveitaram a superioridade numérica para alcançar os três golos à maior, 7-4 com 11 minutos decorridos.
As lusas tentaram responder, de igual forma, em superioridade numérica e reduziram até à margem mínima (7-6), no entanto as eslovacas conseguiram voltar aos dois golos de vantagem por Martina Popovcová. Com pouco mais de metade dos primeiros 30 minutos decorridos, Patrícia Lima voltou a equalizar o marcador, desta vez a 8. Jéssica Ferreira fechou a baliza, no livre de 7 metros batido por Adriana Holejová, e levou as lusas, apesar da inferioridade numérica, a uma nova liderança, assinada por Sandra Santiago, 8-9. Nikoleta Trúnková colocou novamente a equipa da casa a vencer, 10-9, com 10 minutos por jogar do primeiro tempo.
Carolina Monteiro, lançada em contra ataque empatou tudo a 10. Jorge Duendas utilizou o seu primeiro time-out e as suas comandadas reagiram bem, com dois golos de Vladimira Bajciova, chegando ao 12-10 o que obrigou José António Silva a também dar uso ao cartão verde, com quatro minutos por jogar da primeira parte. A seleção das quinas não saiu bem do tempo técnico e permitiu que as eslovacas chegassem ao 14-10, mas Carolina Monteiro, com dois golos consecutivos, reduziu a desvantagem antes da saída para os balneários.
Intervalo: 14-12
José António Silva lançou Isabel Góis, para o lugar de Jéssica Ferreira, nesta segunda parte que começou da mesma forma que a primeira, com Bibiana Stefaikova a abanar as redes e a alargar a vantagem local, 15-12. Portugal reagiu e reduziu até à margem mínima, através de Patrícia Lima com três minutos decorridos. Depois de algumas precipitações, de parte a parte, as redes eslovacas voltaram a abanar, desta vez com um golo de Beatriz Sousa, que voltou a empatar a partida a 16 golos – o que não acontecia desde os 23 minutos. Depois do 17-16 assinado por Nikoleta Trunkova, seguiu-se um longo período sem qualquer golo, cerca de oito minutos onde nenhuma equipa conseguiu aproveitar as superioridades numéricas. Até que surge o golo de Mihaela Minciuna, à entrada dos últimos 15 minutos, recolocando a igualdade no marcador. Maria Pereira, com uma antecipação defensiva, recuperou a bola e finalizou na baliza vazia devolvendo, 30 minutos depois, a vantagem a Portugal, 17-18. O técnico espanhol, no leme da equipa eslovaca, interrompeu a partida aos 47 minutos para tentar voltar a encontrar o caminho para a baliza, guardada por Isabel Góis.
Mas foram as atletas portuguesas a sair por cima e a chegar aos dois golos de vantagem pela primeira vez no encontro, 17-19. Depois de alcançar a liderança, as lusas não quiseram tirar o pé do acelerador e Mégane Ribeiro apontou o 18-21, o que levou Jorge Duenas a utilizar o seu último tempo técnico à entrada dos dez minutos finais. Maria Pereira ainda conseguiu alargar a vantagem lusa para 18-22 mas as eslovacas responderam e encostaram o resultado em 21-22 através de Barbora Lancz. Mégane Ribeiro devolveu a vantagem de duas bolas à Seleção das Quinas, 21-23, e nos dois minutos restantes, as portuguesas seguraram o resultado.
As ambições lusas continuam vivas, depois da segunda vitória consecutiva, no entanto, as comandadas de José António Silva terão que vencer na deslocação a Espanha e na receção à Hungria para aspirarem a presença no EHF Euro 2022.
Maria Pereira, com 6 golos em 9 remates levou o título de melhor marcadora e Isabel Góis foi distinguida como MVP da partida ao fazer 8 defesas em 15 remates – 53% de eficácia.
Sobre a partida, José António Silva destaca a luta e perseverança das suas atletas: “Há jogos em que, mesmo nós cumprindo aquilo que está definido, as coisas resolvem-se na raça, na luta e na vontade e hoje foi um caso desses. Nós tivemos claramente oportunidades para construir, em determinado momento, um resultado um pouco mais tranquilo, mas o jogo esteve sempre em aberto. A outra equipa nunca deixou de lutar e nós tivemos que lutar, pelo menos, tanto como elas. Esse foi um aspeto decisivo, a capacidade de luta e de sofrimento e, ao mesmo tempo, manter a organização que tínhamos definido.”
Sobre os momentos de pressão neste jogo, o selecionador afirma a importância que estes desafios têm no crescimento do grupo: “Isto faz parte do crescimento das equipas. Nós só passando por estas situações é que vamos, no futuro, conseguir gerir outras situações semelhantes, nós precisamos de muitos jogos destes, para nos ajustarmos, para testarmos soluções do ponto de vista tático e para vermos o que resulta e o que não resulta. Sobretudo para que as jogadoras se sintam confortáveis nestas fases dos jogos.”
Antes de falar no apuramento, o técnico luso deixa elogios às suas atletas: “Elas têm sido extraordinárias, é a única coisa que é importante dizer, têm sido umas guerreiras.”
Quanto ao sonho português, de marcar presença no EHF Euro 2022, José António Silva confessa ter atingido um patamar em que poucos acreditariam: “Estamos provavelmente num patamar acima daquilo que era expectável. O grupo sempre acreditou que era possível, mas quero acreditar que a grande maioria das pessoas pensaria que nós não conseguiríamos chegar às duas últimas jornadas em condições de discutir o apuramento com um grupo complicadíssimo como é este.”
O selecionador relembra a derrota pela margem mínima diante da Espanha, mas acredita que este grupo pode continuar a surpreender: “Estamos no lugar em que queríamos. Podíamos estar um pouco melhor se tivéssemos feito um outro resultado, mas as equipas adversárias são de enorme valia e estamos nas duas últimas jornadas na luta pelo nosso sonho que é o mais importante de tudo. Agora descansar um pouco, continuar a monitorizar as atletas neste período que vão estar nos seus clubes e quando nos voltarmos a encontrar, voltarmos a montar a nossa equipa, o nosso esquema, voltar a trabalhar como temos trabalhado para tentar aquilo que seria uma enorme surpresa que era batermos a Hungria e a Espanha.”
EHF Euro 2022 Qualifiers
Grupo 5
06.10.2021 – 17h00 – Hungria x Portugal, 34:24 (17:15)
10.10.2021 – 17h00 – Portugal x Espanha, 22:23 (11:14)
03.03.2022 – 19h00 – Portugal x Eslováquia, 24:21 (13:10)
06.03.2022 – 14h00 – Eslováquia x Portugal, 21:23 (14:12)
O Women’s EHF Euro 2022 tem início marcado para o dia 4 de novembro de 2022, termina no dia 20 do mesmo mês e decorrerá na Eslovénia, Macedónia do Norte e Montenegro.
GRUPO 5 | J | V | E | D | GOLOS | DIF | PTS |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1. Hungria | 4 | 3 | 0 | 1 | 122 : 109 | 13 | 6 |
2. Espanha | 4 | 3 | 0 | 1 | 113 : 108 | 5 | 6 |
3. Portugal | 4 | 2 | 0 | 2 | 93 : 99 | -6 | 4 |
4. Eslováquia | 4 | 0 | 0 | 4 | 98 : 110 | -12 | 0 |